Gravado na história pela aproximação inédita entre as diretorias fora de campo, o Atletiba 362 acentuou, como sempre, a eterna rivalidade entre os maiores clubes do estado. Ao apito inicial, a trégua proposta nos bastidores acabou sem nenhuma piedade alviverde. Dois gols em 19 minutos, domínio claro e sensação de que o placar podia registrar uma goleada diante de um adversário atordoado. Resultado que leva o Coritiba aos 12 pontos, um a menos que o líder J. Malucelli. O Atlético demorou para se recobrar, mas não conseguiu se impor e muito menos amenizar a fragilidade no Alto da Glória.
Com o resultado, o Rubro-Negro chegou a 14 jogos sem bater o rival fora de casa e igualou um jejum amargado entre 1977 e 1981, quando quase todos os jogos eram disputados Couto Pereira. O último triunfo rubro-negro recente no Alto da Glória foi o da primeira fase do Paranaense de 2008. Desde então são dez vitórias alviverdes e quatro empates.
O segredo do triunfo alviverde deste domingo (22) foi exatamente o que o técnico Marquinhos Santos não quis revelar na emblemática entrevista conjunta com os presidentes Rogério Bacellar e Mário Celso Petraglia, os jogadores Leandro Almeida e Matteus e seu colega desde a época em que trabalhavam em Minas Gerais, Marcelo Vilhena. Fez certo.
As três mudanças promovidas no time garantiram uma ampla superioridade do Coritiba. Rosinei por lesão, Pedro Ken e Mazinho, por opção, deixaram o time para a entrada de Welinton, Wellintgon Paulista e Alan Santos. O ex-santista estreou bem no clássico. Foi ele quem começou a jogada que passou por Carlinhos até chegar para artilheiro Rafhael Lucas abrir o placar aos 9 minutos: o quinto gol em cinco jogos. Depois, o próprio Alan Santos só precisou empurrar para as redes após uma cobrança de falta do ex-atleticano e aniversariante do dia João Paulo, aos 19.
“Jogamos muito bem, muito determinados, todo mundo ajudando na marcação, que foi a nossa proposta. Cabia até mais gols”, admitiu, sem pudor, o atacante Negueba, um dos melhores em campo e que saiu aplaudido para a estreia de Cáceres em um segundo tempo um pouco mais equilibrado.
Alex também ignorou a diplomacia ao comentar seu primeiro Atletiba como ex-jogador. “Moleza. Tamo [sic] ganhando fácil”, afirmou entre uma foto e outra com os fãs nas sociais do Alto da Glória.
“A experiência deles prevaleceu. Não sentimos [a pressão do jogo]. A formação deles é que acabou prejudicando o nosso jeito de jogar”, reconheceu Cryzan, que assim como os companheiros do sub-23, foi observado pelo técnico Claudinei Oliveira. De volta da excursão com o time principal pela Europa, o treinador assistiu ao jogo ao lado dos poucos atleticanos na arquibancada.
Se os rubro-negros não foram muitos, o Coxa garantiu mais fãs do que o habitual. Menos pela clima paz e amor usado para promover o clássico e mais pelos ingressos por R$ 30 na curva da Mauá. O público pagante foi de 15.721.
Neste setor e também nas uniformizadas Império Alviverde e Fanáticos ficaram expostas mais uma faceta da aproximação dos clubes, que apoiam o candidato Ricardo Gomyde na eleição da Federação Paranaense de Futebol. Faixas contra o atual presidente Hélio Cury, exibidas pelas torcidas, foram recolhidas nos primeiros minutos de jogo. Os dirigentes do Coritiba e do Atlético estarão juntos em um evento de campanha nesta segunda-feira (22), quando a nova versão dos clubes dará espaço para as provocações de sempre após mais um clássico.
Gols
1º tempo
1 x 0 – 9min: Alan Santos lança Carlinhos, que passa fácil por Mário Sérgio e toca para Rafhael Lucas chutar no canto esquerdo.
2 x 0 – 19min: Leandro Almeida cabeceia para boa defesa de Lucas Macanhan, que rebate a bola nos pés de Alan Santos chutar livre .
Próximos jogos
Coritiba
Prudentópolis (fora); Londrina (casa); ,Rio Branco (casa).
Atlético
Foz (casa); J. Malucelli (casa); Operário (fora).