As eleições do Atlético acontecem só em dezembro, mas a oposição está a toda. O Movimento Atleticano confirmou ontem que vai concorrer ao comando do clube e o nome escolhido para encabeçar a chapa deve ser o economista e professor Judas Tadeu Grassi Mendes. Uma das bandeiras do grupo é a promessa de acabar com os “mário-chuteiras”, numa referência aos seguidores do atual presidente Mário Celso Petraglia. O grupo seria a terceira via da disputa. Outro nome de oposição que pode sair candidato é o advogado Henrique Gaede, que está formatando uma chapa, mas não confirma se será o nome para concorrer na eleição. Pela situação, o próprio Petraglia deve sair, mas ele também pode indicar alguém.
O trocadilho de “mários-chuteiras” foi usado pelo ex-presidente José Carlos Farinhaki para se referir a alguns atleticanos que permitem que o atual mandatário comande o clube à sua maneira, sem qualquer questionamentos. A brincadeira com o termo vulgar “maria-chuteira”, popular no futebol para designar mulheres que só se interessam pelo status e benesses que um jogador de futebol pode lhes dar, dá o tom das propostas do grupo. Os nomes serão confirmados apenas dia 16 de novembro. Judas Tadeu tem sido nos últimos anos umas das vozes que mais questionam Petraglia nas reuniões do conselho.
“Para o bem do Atlético, o Atlético tem que prevalecer. Temos atleticanos bons em todos os setores, inclusive na atual administração, como o Salim (Emed, 1º vice-presidente) e o Aguinaldo (Coelho de Farias, 2º secretário do Conselho Deliberativo). Infelizmente temos também meia dúzia de ‘mários-chuteiras’ que só obedecem”, reclamou Farinhaki.
Opção
A entrada definitiva do grupo na disputa eleitoral promete oferecer aos sócios uma opção com identidade rubro-negra. A chapa “Democracia Atleticana” tem como principal meta acabar com o que chamam de ditadura administrativa da atual gestão.
O grupo não se considera de oposição, mas sim dissidentes da atual diretoria. Alguns dos integrantes do movimento ajudaram a eleger Petraglia em 2011. “Não somos oposição a nada, oposição ao Atlético. Éramos do grupo vencedor, mas estamos muito insatisfeitos com o rumo que a atual administração tomou”, explicou Farinhaki.
Aliança
Ainda há a possibilidade de uma composição com o outro grupo oposicionista encabeçado por Gaede. Várias reuniões já aconteceram, mas divergências sobre os nomes para encabeçar a disputa têm dificultado o acordo. “Estamos de braços abertos. Podem ter certeza que estamos preparados”, disse o ex-presidente.
“Queremos um clube transparente, simpático e querido por todos os atleticanos. Não um senhor dos anéis, mas sim um conselho atuante. Em 2001, quando fomos campeões, era um conselho que administrava. Quando passou tudo para as mãos do Mário, deu no que deu. Anos sem títulos. Aliás, temos um sim. O torneio da morte”, ironizou.
Calculadora na mão
Faltando somente nove partidas para o fim do Brasileirão a matemática aponta para uma reta final de luta contra o rebaixamento para a dupla Atletiba.
A situação coxa-branca é a mais delicada. São 36% de chances de cair, segundo o matemático Trsitão Garcia.
Com 33 pontos, a equipe de Ney Franco é a primeira fora da área da degola, dois pontos à frente do Goiás, que abre a ZR.
Já o Furacão, que terminou o primeiro turno a apenas três pontos do G4, apresenta o quarto pior rendimento do returno e já aparece com 3% de chances de descenso. Se a frieza dos números aparentemente não assusta, o rendimento recente do time cumpre tal papel.
São sete partidas de jejum e cinco derrotas seguidas, que fazem o time de Cristóvão Borges mirar o lado de baixo da tabela.
Em comum
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Na batalha para atingir o número redentor dos 47 pontos, Coritiba e Atlético encaram uma sequência de confrontos diretos contra times do setor inferior da classificação. O Coxa enfrenta Joinville (20º) e Goiás (17º) fora e recebe Figueirense (18º) e Vasco (19º) no Couto. O Furacão viaja para pegar com Fluminense (12º) e Chapecoense (14º) e encara Cruzeiro (13º) e Avaí (15º) na Arena.
Salvador! Leia mais do Atlético na sempre polêmica coluna de Mafuz!