Pela primeira vez desde que foi desligado do Atlético, o técnico Fernando Diniz deu entrevista e falou sobre sua experiência mal sucedida no clube. Na noite de domingo (22), o treinador esteve no programa Mesa Redonda, da TV Gazeta, e entre vários fatores que implicaram no fracasso do projeto que pretendia implementar, falou sobre como a ausência do zagueiro Paulo André foi um fator decisivo para a ruína de sua filosofia de trabalho.
“A gente tinha uma limitação no elenco e um pilar central do time, que era o Paulo André. Ele entendeu muito bem as ideias e era o iniciador de tudo ali, além de me ajudar nas relações com o elenco. Ele machucou e foi voltar no momento que eu saí. Era uma peça-chave. Ao sair, o time ficou com um vazio muito grande ali, que a gente não conseguiu recompor”, explicou o ex-comandante do Furacão.
Diniz esteve à frente do Atlético por 21 jogos e teve apenas 34% de aproveitamento. Foram quatro vitórias, oito empates e nove derrotas. Ainda que os números digam o contrário, o treinador exaltou a fase boa que o time teve.
“O que aconteceu no Atlético é que foi gerada uma expectativa muito grande. A gente jogou um futebol muito bom durante umas três semanas, em abril”, lembrou.
O treinador assumiu o Furacão no início do ano, mas não entrou em campo no Campeonato Paranaense. Isso porque o time de aspirantes foi comandado no Estadual por Tiago Nunes, que conquistou o título da competição. Ainda que tenha tido um tempo extra para implantar suas ideias com o elenco, o técnico acredita que o pouco tempo que teve o prejudicou no exercício de seu trabalho para que tudo fosse colocado em prática.
“Tudo aconteceu num período muito curto de tempo. E a gente não tinha muito tempo para treinar entre um jogo e outro. Pelo fato de a gente jogar de uma maneira diferente e ter um elenco muito enxuto, quando as derrotas começaram a gente foi perdendo um pouco da confiança”, ressaltou ele.
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Tentando, de certa forma, deixar as portas abertas no antigo clube, Diniz fez questão de elogiar o presidente do Conselho Deliberativo do Atlético, Mário Celso Petraglia. O mandatário defendeu a permanência do ex-treinador mesmo nos momentos mais críticos, porém não resistiu às pressões e acabou optando pela demissão.
“Tivemos um alinhamento muito grande, de ideia, de visão de mundo. Uma pessoa que só tenho elogios. Eu e ele fizemos uma reunião e conjuntamente vimos que a pressão estava muito grande por conta de resultado, a margem de erro estava muito curta. Achamos melhor dar um tempo e seguir nossas vidas, mas é um cara genial de visão, como pessoa. Foi um presente conhecê-lo”, finalizou Diniz.