As três semanas de treinamento intensivo no CT do Caju ajudaram bastante, mas ainda não foram o suficiente. Na noite de terça-feira (30), o Atlético se classificou para a segunda fase da Copa do Brasil com o 0x0 diante do Caxias, mas demorou para se encaixar em campo. O famoso ’tiki-taka’ foi claramente visto em campo, mas o time errou muitos passes e teve a defesa muito mais exigida do que o ataque levando perigo.
Montado no 3-4-3, o Rubro-Negro permitiu que o time gaúcho controlasse o duelo, principalmente o primeiro tempo. Tendo a vantagem do empate, o Atlético rondava o Caxias, que tinha a posse de bola, mas encontrava uma certa dificuldade para se infiltrar. Defensivamente, o Furacão atuava em um 5-4-1, com Jonathan e Carleto fechando os espaços pelas laterais e o quadrado do meio-campo marcava em linha.
Com isso, os donos da casa passavam a maior parte do tempo no seu campo ofensivo, mas abusando dos cruzamentos. Volta e meia o Caxias arranjava espaços pelas laterais, principalmente na direita, mas poucas foram as vezes que, de fato, ameaçou. E quando isso aconteceu Santos mostrou que quer essa vaga de titular na equipe, com pelo menos três grandes defesas. Mas nenhuma após uma jogada trabalhada. No entanto, o camisa 1 pecou naquilo que o treinador mais admira em um goleiro: a saída com os pés. Em uma das jogadas, tocou mal e o Caxias desperdiçou a oportunidade.
Só que, se defensivamente o time atleticano, apesar de alguns espaços entre os setores, se saiu bem, lá na frente faltou uma evolução. Raphael Veiga e Nikão até se esforçaram, mas a bola pouco chegava e rapidamente o Caxias se armava para o contra-ataque, o que era o ponto forte dos gaúchos.
Sem ritmo de jogo, o Atlético demorava para voltar para a marcação. Nesse meio-tempo, os donos da casa ganhavam em velocidade e chegavam com mais perigo, aproveitando as falhas de posicionamento. Faltava aquela marcação sob pressão, apertando o adversário, sem o permitir tocar a bola. Só que no segundo tempo o Furacão melhorou neste sentido e o duelo ficou mais equilibrado. O que mostrou que, com um pouco mais de tempo, Fernando Diniz vai conseguir impor sua filosofia de jogo.
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Em um primeiro momento, a ideia é não se afobar para recuperar a bola. O Caxias tinha liberdade do meio-campo para trás, o que gerou vários lançamentos. Mas quando tinha a posse de bola, o Rubro-Negro deixava claro o tiki-taka. Era bola para um lado, para o outro, para trás, sem agressividade. Muito também pela falta de preparo físico. Principalmente na reta final da partida, quando o cansaço bateu.
Com a necessidade de vencer para se classificar, o Caxias foi para cima e partiu para a pressão, enquanto o Furacão jogou com o regulamento debaixo do braço, segurando o empate e tentando explorar os contra-ataques. Ainda assim, foi quem ficou mais perto da vitória. Aos 37, Em rápido contra-ataque, Nikão arrancou e tocou para Ribamar, sozinho na área, chutar, mas o goleiro Gledson defendeu com o pé. O gol perdido não fez falta, mas a jogada em velocidade e bem trabalhada dão indícios que o trabalho começou bem e que pode melhorar à medida que for jogando.