Um gol apenas nos últimos cinco jogos. Este é o resumo do atual momento do ataque do Atlético, que é um dos piores do Campeonato Brasileiro e que realmente tem tirado o sono do técnico Paulo Autuori. No revés sofrido para o Figueirense, anteontem, no Orlando Scarpelli, em Florianópolis, o Furacão, em 90 minutos, criou apenas uma boa oportunidade e escancarou de vez a fragilidade do sistema ofensivo rubro-negro que, recentemente, perdeu jogadores importantes como o meia Vinicius e o atacante Walter, liberados pela diretoria atleticana.

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O zagueiro Paulo André, após a partida, ressaltou a dificuldade que o Atlético vem enfrentando depois da saída desses jogadores. O defensor lembrou que, neste período, a diretoria buscou peças de reposição e, por isso, o clube passa agora por um período de transição e adaptação desses novos jogadores.

“Mais uma vez perdemos e jogando mal. A principal preocupação é jogar mal, é não ter tido uma oportunidade de fazer o gol a não ser uma cabeçada do Marcão no primeiro tempo. Evidentemente que os jogadores que chegaram agora já estão sendo colocados para resolver os problemas. Alguns vinham de um período de inatividade, outros estavam há um tempo sem jogar. É complicado expor esses atletas de cara tendo que resolver. Temos um elenco reduzido porque perdemos alguns jogadores. Estamos tendo dificuldades para encontrar a melhor formação, para encontrar o bom passe. Sabemos que fizemos um jogo muito ruim, temos vergonha na cara e consciência disso”, desabafou Paulo André, em entrevista à Rádio Banda B.

A vitória sobre o Botafogo, no início da semana passada, na Arena da Baixada, parecia ter dado um novo gás ao Atlético na luta pelo G4. O próprio zagueiro Paulo André, que chegou a garantir que o Furacão brigaria na parte de cima da tabela até o final, admitiu o momento mais delicado que o clube atravessa no Brasileirão. Depois da saída de alguns jogadores, o defensor lembrou do baixo investimento que o Rubro-Negro fez até agora no futebol.

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“Acho que é um momento mais delicado para a gente dizer que vai brigar pelo G4. O Nikão e o Deivid são jogadores que fazem muito falta, são experientes, que conseguem reter a bola e espero que voltem logo para nos ajudar. Temos mais 15 partidas para chegar lá. Ninguém vai disparar. Vamos devagar. Mas futebol é investimento, não foge de ter um elenco qualificado e numeroso. Isso é botar dinheiro. Com certeza a folha (de pagamento) do Atlético é uma das mais baixas do campeonato e isso se reflete neste segundo turno”, criticou Paulo André.

Depois do revés sofrido na capital catarinense, o Atlético deixou o campo bastante vaiado e sob os protestos da torcida rubro-negra que, no feriado, pegou a estrada e foi acompanhar de perto o duelo do Furacão contra o Figueirense. O defensor falou da relação conturbada com a torcida atleticana, sobretudo pelos problemas políticos do clube e ressaltou a importância da união de todos para o Rubro-Negro acabar com esse momento ruim no Brasileirão.

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“A torcida tem sempre o direito de comemorar e criticar quem quiser. Tem que cobrar, mas eu gostaria que cobrasse após a partida. Eles têm papel fundamental. Todo mundo tem que entender que estamos passando um momento difícil, delicado e de transição. Muitos deles estão de saco cheio, pois a história se repete ano sim, ano não. Pela falta de elenco, falta de qualificação e no segundo turno o time se arrasta um pouco mais”, cravou. “A gente nunca teve jogadores de excelente nível, mas sim um conjunto muito bom. A gente perdeu um pouco desse sincronismo. Quando se perde 1 ou 2, 9 conseguem conduzir, mas quando são 4 o 5, tem esse momento de oscilação”, finalizou o zagueiro atleticano.