O péssimo início do Atlético nos dois últimos estaduais serve como lição. Após estudar o desempenho da equipe em 2014 e 2013, a ideia do técnico Marcelo Vilhena é dar apoio aos jogadores para que vençam a desconfiança inicial – passando, claro, pelo jogo de hoje às 22h contra o Rio Branco.
A média de idade do time que iniciou e empatou o jogo contra o Cascavel por 1×1 na primeira rodada é de 21,4 anos. “Fiz questão de estudar os dois últimos anos. No ano passado não sei se foi positivo fazer experiências no início. Isso traz pressão aos garotos, com resultados negativos”, afirmou Vilhena.
Um dos mais promissores dos jovens citados pelo treinador é Marco Damasceno. A maneira com que o jogador lidou com a pressão desde cedo pode ajudar o time a entender o que a pressão citada por Vilhena pode causar no grupo.
Trajetória
O caminho entre as quadras de futsal de Brasília até o time principal atleticano trouxe mais dificuldades do que Damasceno enfrentou. Antes de receber as primeiras chances com o técnico Claudinei Oliveira (chegou a ser titular no Brasileirão do ano passado) chegou a abandonar o CAT do Caju.
“Levei ele para o Atlético em 2010, mas ele não se adaptou. Sentiu saudades da família e pediu para voltar”, conta Jesuílton Montalvão, descobridor do atacante. E foi assim no Cruzeiro, São Paulo, Porto (Portugal) e Atlético de Madrid. Em todos esses times Damasceno fez testes, foi aprovado, mas desistiu e voltou para casa.
A volta ao Brasil depois de encarar o frio (climático e emocional) europeu foi determinante para a guinada de Damasceno. Segundo Geisi Cristina Damasceno da Silva, mãe do jogador, o apoio e os conselhos da família foram fundamentais. “Ele percebeu que era isso que ele queria e a partir dali decidiu seguir com tudo”. O atacante sofreu, mas encarou a pressão, e mesmo depois de muita dificuldade, venceu.
Talento
Com contrato até o final de 2017, o jogador conta com a imprevisibilidade como grande característica. “Ele tem uma habilidade fora do comum. Trabalha com as duas pernas, o que é um diferencial ainda hoje. Morava do lado de uma quadra de futsal e isso ajudou no desenvolvimento de sua grande habilidade”, contou Montalvão.
No profissional, ainda não teve tempo de mostrar o esperado e propagandeado talento, mas o que mostrou nas categorias de base é o suficiente para animar o torcedor. “Foi artilheiro e destaque desde o sub-15. O Paranaense é a chance que ele esperava para mostrar que pode deixar os zagueiros malucos”, garantiu João Mazur, empresário de Damasceno.
Hoje, em Paranaguá, Damasceno deve voltar a vestir a camisa 11 que usou domingo, em Cascavel. E a torcida espera ver em campo o talento já conhecido da base e alardeado por quem acompanha o jogador desde muito jovem.