Depois de ser elogiado pelo presidente do Conselho Deliberativo do Atlético, Mário Celso Petraglia, e de retribuir os elogios em entrevista coletiva, o técnico Paulo Autuori aproveitou a conversa com a imprensa após a vitória deste domingo (25) sobre a Ponte Preta por 3×0 para defender o dirigente, mais uma vez algo de xingamentos após os gols do Furacão. Foi praticamente um apelo do treinador para a torcida organizada Os Fanáticos, que está em pé de guerra com Petraglia, mudar a estratégia para ajudar o time na reta final do Campeonato Brasileiro.
Paulo Autuori defendeu Petraglia sem ser perguntado sobre o assunto. Neste domingo, mais uma vez após a festa dos gols a torcida organizada (sem identificação, mas concentrada no mesmo lugar em que sempre está desde a reinauguração da Arena) puxou os xingamentos ao presidente do Conselho, e boa parte do estádio apoia e grita junto. “O que a torcida tem que entender, não a torcida inteira, mas a parte que todos sabem da nossa torcida, é que o gol é um momento de festa, de comemoração. É uma aberração fazer manifestações como as que estão acontecendo”, atirou o técnico rubro-negro.
Para ele, é fundamental que haja uma espécie de “trégua”, pelo menos durante as partidas. “Precisamos deles, precisamos deles todos junto com a gente. Nos jogos em casa temos que ter o apoio da torcida, ela é muito importante para nós”, comentou Autuori. “Precisamos ter todos unidos neste momento, porque podemos colocar o Atlético onde ele merece, com muito trabalho e sem fazer mágicas”, pediu o comandante.
Mário Celso Petraglia e a torcida organizada Os Fanáticos vivem às turras nesta temporada. Após o apoio da facção ser decisivo para a eleição de Luiz Sallim Emed no final de 2015, a diretoria rompeu com o grupo após a emboscada feita antes da semifinal da Primeira Liga e as seguidas idas ao STJD por problemas dentro da Baixada. Para a organizada, a questão é comercial – os materiais da Fanáticos têm alta procura, o que sempre incomodou o clube. Há três meses, a diretoria rubro-negra impediu o acesso à Arena com qualquer material ou adereço alusivo às organizadas, aumentando a disputa entre as duas partes, que parece longe de ter um final.
Antes de chegar ao cartola, Autuori falou no futuro do Atlético. Fez isso ao falar sobre o Santos, próximo adversário, no sábado (1), na Vila Belmiro. “Eu não quero apenas projetar o hoje. E o futuro, como fica? As pessoas não pensam em como ficará o clube depois, e quem comanda tem que ter essa preocupação. Podemos ganhar jogos e títulos, mas o que fica? Acho horrível uma equipe conquistar um título esporádico e nada ficar de legado. Aqui se pensa o futuro, e é por isso que o Atlético é hoje o que ninguém imaginava que seria há alguns anos”, afirmou.
Novamente o treinador utilizou o exemplo do Leicester City, atual campeão inglês, para falar sobre o futuro do Furacão. “Desde o início do ano eu falo do Leicester. É muito bonito o que aconteceu, mas será que algo ficará para os próximos anos?”, questionou Autuori, que também defendeu no mesmo sentido os jogadores jovens do time. “Eles estão dando resposta mesmo em momentos mais difíceis, o que nos dá a certeza que no ano que vem teremos jogadores preparados para serem mais decisivos”, completou.
