A partida do Atlético contra a Ponte Preta, neata quarta-feira (15), às 19h30, no Moisés Lucarelli, terá um sabor especial para o técnico Paulo Autuori. Embora o treinador não se apegue a estes detalhes, nesta data ele completará 100 dias no comando do Furacão. Algo que para os padrões brasileiros, e até no histórico recente dentro do Rubro-Negro, é preciso ser comemorada.
Neste período, o treinador trabalhou em 22 partidas, somando 11 vitórias, quatro empates e sete derrotas, totalizando 56% de aproveitamento. Conquistou o Campeonato Paranaense e foi vice-campeão da Primeira Liga.
Mas, antes de aceitar o convite do Atlético, Paulo Autuori revelou que havia pensado em parar de ser técnico no futebol brasileiro, por conta de todos os problemas que se tem para trabalhar por aqui. Mas, de acordo com ele mesmo, na época em que chegou, a proposta do Furacão era algo totalmente diferente. Até por isso, o técnico se coloca em uma ‘ilha no futebol brasileiro’.
“Estou feliz aqui porque acho que estou em uma ilha no futebol brasileiro no sentido de ideias, coragem, tomadas de decisões, quebra de paradigmas, ruptura com o conservadorismo. E isso se reflete no dia a dia, independente de resultados. Nós queremos criar um ambiente de transparência no relacionamento, confiança nas tomadas de decisão”, afirmou.
Sempre com um discurso contra a maré, Autuori reforça o trabalho que vem fazendo no Rubro-Negro, e que conta com o respaldo da diretoria. Até por isso, o treinador não tem receio em arriscar.
“Enquanto não acabarmos com alguns clichês no futebol brasileiro, essas questões de 7×1, eliminação para o Peru, vão continuar. A imprensa tem que parar de pensar que esse jogador jogou bem, ou que joga mais que o outro, só porque as pessoas querem ouvir isso.”, Paulo Autuori
“Eu sou o primeiro a criticar a minha classe, eu corto na minha própria carne. Aqui, enquanto eu estiver, todos se sentirão úteis e participativos, senão estarão fora da nossa realidade. Eles têm que estar prontos para jogar. Logicamente temos que ter uma ideia de equipe, mas às vezes ela não tem ideia de jogo. Então todos tem que saber o que tem que fazer no jogo. Queremos sair dessa mesmice, mas não é fácil romper paradigmas, clichês chatos”, disse o comandante atleticano, em relação ao rodízio no elenco.