Biometria? TV CAP? Esporte Interativo? YouTube e Facebook? Fomento Paraná? Poderia haver – e há – muitos temas a serem tratados com o presidente do Conselho Deliberativo do Atlético, Mário Celso Petraglia, na entrevista coletiva marcada pelo clube para as 18h desta terça-feira (23), na Arena da Baixada. Mas o principal assunto será o anúncio da modificação da estrutura do departamento de futebol – e aí, não há presidente (Luiz Sallim Emed) ou vice de futebol (Márcio Lara) quem vá se manifestar, e sim o homem-forte do Furacão nos últimos 22 anos. Será Petraglia a informar que Paulo Autuori passará a ser o diretor de futebol e que Eduardo Baptista será o novo treinador.
É uma espécie de “queda para cima” a de Autuori. Não será totalmente assim porque ele será a partir de agora o principal responsável pelo futebol rubro-negro – um posto que nem Samir Haidar, nem Antônio Clemente, nem Antônio Carlos Gomes, nem Dagoberto dos Santos e nem mesmo Antônio Lopes conseguiram ter. Isto porque nenhum profissional do futebol conseguiu ter tanto respeito e tanta proximidade com Petraglia do que Paulo Autuori. Para o cartola, o ainda treinador é o profissional perfeito para gerir o Atlético, tanto em campo quanto na parte científica. Mas como não é possível fazer as duas coisas, acelerou-se um processo previsto para o final desta temporada.
Na verdade, o assunto estava em discussão desde o ano passado. Em setembro de 2016, a Tribuna publicou uma matéria com o início desta negociação – ainda com a possibilidade de Roger Machado, hoje no Atlético-MG, ser o treinador do Rubro-Negro. Mas Autuori ficou, com o desafio de montar um novo grupo para a Libertadores. Já havia uma espécie de consenso entre ele e clube de que seria seu último ano como técnico. No início desta temporada – e até recentemente -, o plano era que Bruno Pivetti fosse preparado durante 2017 para que fosse ele o sucessor.
Mas a sequência de resultados ruins, um desgaste de Paulo Autuori nas últimas semanas e principalmente o tempo disponível para se trabalhar até as oitavas de final da Libertadores (marcadas para a primeira semana de julho) deram ao Atlético e ao treinador a certeza de que se havia um momento para a transição rápida, esse momento era agora. O presidente Luiz Sallim Emed tinha deixado a possibilidade no ar após o final do Campeonato Paranaense.
Autuori participaria ativamente desse processo, Pivetti (que já comanda vários treinamentos) seguiria como auxiliar direto e Eduardo Baptista viria com aval do futuro diretor para prosseguir o trabalho e montar um “novo” time, inclusive sendo ele a definir possíveis alterações na lista de jogadores para a competição continental – jogadores como Guilherme, Gustavo Cascardo e Ederson devem entrar entre os 30 da Libertadores.
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A vinda de Eduardo Baptista traz um componente sentimental. Ele é filho de Nelsinho Baptista, que teve no Atlético seu primeiro grande momento como treinador. Em 1988, o Furacão foi campeão paranaense com Nelsinho, que a partir daí fez seu trabalho chegando à final do Paulistão pelo Novorizontino e em seguida sendo campeão brasileiro pelo Corinthians. Há um bom tempo radicado no Japão, o técnico vê com orgulho a evolução do filho, que fez ótima campanha na Ponte Preta. A passagem pelo Palmeiras foi rápida e turbulenta, com a sombra de Cuca pairando sobre seu trabalho, um rompante de raiva pelas críticas do jornalista Juca Kfouri e uma demissão após bons números (23 jogos, com 14 vitórias, quatro empates e cinco derrotas), mas sem a confiança da torcida e da diretoria.
Eduardo Baptista deve estrear já no domingo (28), na partida contra o Flamengo, na Arena da Baixada – será o reencontro dos dois times após a classificação do Atlético e a eliminação do Flamengo na Copa Libertadores.
