A eleição para presidente do Atlético de 2015 ganhou uma nova polêmica. A CAP Gigante, chapa de situação do Furacão e que foi eleita na época, recebeu da loja oficial do próprio clube uma doação de camisetas para realizar a campanha. Na época, o Rubro-Negro era presidido por Mario Celso Petraglia, que encabeçou o grupo reeleito ao lado do médico Luiz Sallim Emed para mandato até 2019.
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O pedido de suporte para a campanha foi feito pelo então diretor de marketing do Rubro-Negro, Mauro Holzmann, ao administrador da loja oficial, Horley Cordeiro. Ao custo de R$ 36 mil, foram confeccionadas e doadas três mil camisetas pretas, com a inscrição CAP Gigante e a gola em vermelho
“Cada camiseta teve um custo de R$ 12. O Mauro Holzmann pediu se eu poderia participar doando as camisetas e eu entreguei dentro de 15 dias em diversos malotes”, afirma Horley Cordeiro, que por 10 anos foi parceiro do Atlético e administrador das lojas oficiais do clube no Estádio Joaquim Américo.
Em email enviado dia 20 de outubro de 2015, Holzmann pede a contribuição. No mesmo dia, Cordeiro responde questionando qual seria a campanha. “Nossa campanha de reeleição no clube. Não precisamos de recursos apenas camisetas”, explicou o diretor do Atlético. Veja a reprodução dos e-mails abaixo.
“Na verdade, não tive outra escolha a não ser fazer. Eu administrava a loja oficial do clube há mais de 10 anos e com certeza iria receber represálias se não fizesse. Mesmo doando, acabei recebendo represália no futuro”, comentou à reportagem o ex-lojista, que participou do projeto para abertura da nova loja, mas acabou excluído do empreendimento.
Por causa da saída do projeto, Cordeiro decidiu processar o clube em 2016. O antigo parceiro pede indenização de R$ 50 mil em processo que corre na 6ª Vara Cível de Justiça. “Dediquei dois anos para a montagem da nova loja e faltando 20 dias para a inauguração o clube disse que iria administrar por conta própria. Usaram meu conhecimento”, questionou Cordeiro.
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A reportagem entrou em contato com o Atlético para ouvir o clube sobre o assunto, entretanto, não houve resposta. Mauro Holzmann também foi questionado, por telefone, mas desligou ao saber qual era o tema. O diretor do Furacão foi perguntado também por WhatsApp, visualizou as mensagens, mas não respondeu.
As eleições do Atlético em 2015 foram das mais acirradas da história do clube. O grupo de situação, CAP Gigante, liderado por Petraglia, candidato ao Conselho Deliberativo, bateu a chapa de oposição, Atlético de Novo, de Henrique Gaede e João Alfredo Costa Filho, por 2909 votos a 2660, diferença de apenas 249.
Procurado, o oposicionista Henrique Gaede, derrotado na corrida pelo comando do Furacão, cobrou explicações da atual diretoria. “Na última eleição, tivemos vários casos de abuso de poder, que deixaram muito claro a utilização de toda estrutura do clube para beneficiar a chapa de situação. A torcida do Furacão precisa de respostas”.
Confira alguns e-mails trocados pelo diretor do clube e o antigo dono da loja:
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