Uma hora esse reencontro iria acontecer. Sábado, o Atlético voltará a Joinville, palco de algumas das cenas mais tristes da história recente do futebol brasileiro. Cerca de um ano após a briga generalizada entre torcedores de Furacão e Vasco, em 2013, o Rubro-Negro vai enfrentar o JEC no sábado.
E as consequências do episódio de selvageria para os envolvidos são brandas. Quinze dos 18 indiciados do lado rubro-negro estão sem fiscalização da Justiça. Outros dois estão livres para frequentar estádio.
Há pouco mais de quatro meses, 15 atleticanos – entre eles o ex-vereador Juliano Borghetti, irmão da vice-governadora do Estado, Cida Borghetti – aceitaram a suspensão do processo desde que algumas medidas fossem tomadas. Por exemplo: dois anos sem frequentar praças esportivas; apresentar-se uma vez por mês no fórum de Justiça; não mudar de endereço sem aviso prévio. Caso não cumprissem o acordo ou deixassem de ser réu primário nesse período, o caso seria reaberto.
O problema é que, no dia 10 de abril, o processo foi transferido da 1ª Vara Criminal de Joinville para o Juizado Especial Criminal. Como o sistema judiciário de Santa Catarina está em greve há cerca de dois meses, o processo até hoje não chegou no seu destino. Ou seja, um mês e meio que ninguém sabe dizer se os 15 indiciados estão cumprindo o acordo que os livra da prisão.
Dois podem ir aos estádios
Outros dois torcedores atleticanos, Stevan Vieira da Silva e Salatiel Dias Lima, que não aceitaram o acordo que extinguia o processo, também não têm tido muitos problemas com a Justiça. Isso porque estão sendo priorizados os casos de réus presos, com aqueles que estão soltos parados. Além disso, ambos conseguiram na semana passada, o primeiro em caráter definitivo e segundo como liminar, o direito de voltarem aos estádios de futebol. “O Stevan está liberado para voltar aos estádios. Mas para Joinville, dessa vez, acredito que ele não queira ir”, opinou o advogado Paolo Farris. Ele conseguiu suspender a proibição ao mostrar que os processos de formação de quadrilha e dano ao patrimônio público tinham sido extintos para os 18 acusados.
Fanáticos
O presidente da organizada Fanáticos, Adilson Pereira, acredita que cerca de três ônibus de torcedores irão para Joinville e que dessa vez não terá nenhum problema. “Inclusive estamos nos acertando com a torcida do Vasco. Se for possível, no próximo jogo contra eles (na sexta rodada, na Arena, numa partida com o insólito horário de 22h de sábado), queremos fazer algo juntos, como trocar flâmulas no gramado. Mostrar que aquilo já passou”, disse.
Polícia
A ausência de policiamento militar no estádio, o que facilitou a selvageria na última rodada do Brasileiro de 2013, não ocorrerá no jogo Joinville x Atlético. Cerca de 150 PMs e mais 100 seguranças particulares farão a segurança dentro e fora da Arena.
Os ingressos começarão a serem vendidos amanhã, mas apenas na cidade catarinense, ao preço mínimo de R$ 100 a inteira. No total são 1.800 entradas para os rubro-negros, com venda inclusive no dia do jogo.