Falta fôlego

Atlético sofre com queda de rendimento no segundo tempo

Contra o Cruzeiro, Furacão sentiu o baque do empate, assim como nas outras partidas quando levou o gol. Foto: Albari Rosa

Sem vencer há sete jogos e acumulando quatro derrotas seguidas, o clima no Atlético mudou da água para o vinho. Se antes o Furacão era o exemplo a ser seguido no Brasil, agora já vê seus pontos fracos cada vez mais escancarados. O próprio técnico Fernando Diniz destacou que o time foi supervalorizado de forma desnecessária. De qualquer forma, é certo que o Rubro-Negro não é mais o mesmo de duas semanas atrás.

Não que a postura da equipe tenha mudado. Pelo contrário. O Atlético continua com a troca de passes e tentando explorar o primeiro erro do adversário. Mas já não tem conseguido a mesma eficiência que até então. Bastou encarar times mais ‘robustos’ para sofrer do mesmo mal. O Furacão, em alguns momentos, está mais previsível.

Algumas falhas táticas que o próprio Diniz admitiu que estão acontecendo, mas não só agora nesse jejum de vitórias, mas desde o início da temporada, quando o time vinha conseguindo bons resultados.

“Temos que corrigir coisas, mas têm coisas que fazem parte do lado bom do time, que não vamos mudar. Não tenho que mudar só por conta do resultado. Temos que fazer gol e não tomar gol. Sempre tem muita coisa para se corrigir no time, mesmo quando ganhamos do São Paulo, a classificação no Morumbi. Oscilamos e o resultado no futebol tem um poder muito grande e determina muita coisa”, destacou o treinador.

Só que os problemas não se dão apenas na parte tática, e sim na questão física. Nas quatro derrotas seguidas, o Rubro-negro sofreu nove gols, sendo sete deles no segundo tempo, quando a equipe nitidamente diminui a intensidade. Algo que, para o lateral-esquerdo Thiago Carleto, tem mais a ver com desatenção do que cansaço.

“Nós treinamos muito e o time está bem fisicamente. Os números mostram isso, a fisiologia. Temos uma equipe muito boa aqui e ninguém entra em campo cansado. Sempre quem está melhor em campo está jogando. Temos que estar atentos os 90 minutos. Mais uma vez fizemos uma grande partida, defendendo muito bem, sabíamos que seria difícil. Foi mostrado pra gente, foi falado”, ressaltou..

Sem reação

Aliás, dos 17 gols que o Atlético sofreu na temporada, 13 foram no segundo tempo, o que mostrar que o time vem tendo dificuldades para manter o mesmo nível de atuação demonstrado nos 45 minutos iniciais, com direito a atuações de gala como contra Newell’s Old Boys e Atlético-MG.

Reação o time só conseguiu no final diante da Chapecoense, quando saiu perdendo e acabou goleando por 5×1, e no empate em 2×2 com o São Paulo, quando terminou a etapa inicial perdendo por 2×0, mas conseguiu os dois gols no segundo tempo, garantindo a vaga na Copa do Brasil.

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Desta vez, o bom rendimento inicial não vem sendo o suficiente para manter a vantagem no placar, o que acabou culminando nas derrotas, mesmo dentro da Arena da Baixada. Um momento que faz todos no elenco refletirem sobre o que está dando errado.

“É um momento de colocar a cabeça no lugar. Pedimos desculpas ao torcedor por mais uma derrota, mas o trabalho vem sendo muito bem feito, o Diniz tem se doado bastante e tenho certeza que essa fase vai virar”, apontou Carleto, que confia que o que vem sendo feito no dia a dia pelo treinador é o último dos problemas.

“Nós jogadores temos que assumir nossa responsabilidade, saber que o trabalho está sendo feito. O Diniz nos mostra tudo. Posso dizer que nós entramos em campo sabendo até a cor da cueca do adversário. Temos que tomar um pouco mais de vergonha na cara e jogar os 90 minutos iguais”, acrescentou.