Teve festa, teve bastante gente (o público total foi de 24.545 pessoas), teve bandeira, faixa e bateria. E também teve um herói para muitos improvável. Surpresa da noite, Pablo apareceu no time titular do Atlético para abrir o caminho da vitória sobre o São Paulo – 2×1, nesta quarta-feira (4), na Arena da Baixada, dando vantagem ao Furacão na quarta fase da Copa do Brasil. Um dos mais contestados jogadores rubro-negros, o atacante tirou um peso das costas com o gol, e foi o personagem do importantíssimo triunfo atleticano. Com a vantagem, o Furacão joga por um empate no jogo da volta, dia 19, no Morumbi.
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O Atlético entrou em campo diferente. Sem um centroavante típico – mesmo tendo recrutado Ederson do time aspirante, e com Bergson e Ribamar desde o início do ano, Fernando Diniz optou por Pablo mais à frente. A experiência de Lucho González levou vantagem diante de Matheus Rossetto. E o Furacão era um time mais pesado, mas que seguia tendo em Guilherme seu jogador mais perigoso. Já o São Paulo decidiu povoar o meio-campo e apostava tudo nas saídas em velocidade de Marcos Guilherme.
Mesmo sabendo que os visitantes iriam explorar os contra-ataques, o Atlético manteve a postura agressiva, jogando no campo dos paulistas. E dominava a partida, apesar de não criar muitas oportunidades de gol. A melhor chegada foi quando Nikão ganhou o lance pela direita e cruzou, mas antes que a bola chegasse a Guilherme, Rodrigo Caio e Arboleda interceptaram. O problema rubro-negro era o mesmo de outros jogos: qualquer deslize técnico era perigosíssimo. Passes errados no meio pegam o time todo no campo adversário – só no primeiro tempo Paulo André tinha chegado duas vezes perto da área.
Só que o contrário também valia. Numa saída de jogo de Sidão, Pavez jogou para frente e Rodrigo Caio ficou esperando a bola chegar. Pablo foi mais esperto e saiu na cara do goleiro. Tentou primeiro passar e errou, mas o lance voltou para ele. E aí o camisa 92 não perdeu a segunda chance. Chute seco, sem chances, gol do Furacão. Dali até o encerramento da etapa inicial, uma partida sem emoções, o que era melhor para os donos da casa.
Quando o Furacão voltou para o segundo tempo, Jonathan não voltou. De novo dores musculares, desta vez nas costas, deixaram o lateral no vestiário. Como na partida contra o Ceará, Camacho entrou e Raphael Veiga virou o ala pela direita. E as chances começaram a aparecer. No lance mais claro, Nikão recebeu na frente de Sidão, mas chutou para fora. Logo depois, Guilherme clareou o lance para Carleto, recebeu de volta e mandou pelo lado.
O São Paulo mudou tudo ao colocar Régis e Cueva nos lugares de Petros e Marcos Guilherme – o meia, formado no Furacão, foi vaiado todo o tempo em que esteve em campo. Mas o Atlético era melhor e ampliou a vantagem na bola parada de Thiago Carleto, desviada por Reinaldo e completada por Paulo André, meio que com as travas da chuteira. O 2×0 espelhava o time mais eficiente dentro de campo.
Só que a vantagem diminuiu imediatamente. Em cima de Raphael Veiga, Reinaldo cruzou e Tréllez se antecipou a Paulo André para marcar o primeiro gol dos paulistas. Preocupado com a pressão são-paulina, Fernando Diniz tirou Lucho González e colocou Wanderson. Era um momento de desgaste físico dos donos da casa – o cansaço que marca a falta de ritmo de jogo.
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E as lesões voltaram a assombrar. Paulo André sentiu a coxa e saiu da partida. José Ivaldo foi chamado às pressas. Era um momento de drama, com o São Paulo tendo mais a posse de bola e jogando no campo atleticano. As chances de resolver o jogo estavam ali, à disposição, mas faltavam pernas para chegar no ataque. Mas, nessa noite de volta da festa e da redenção de Pablo, a vitória tinha que ser rubro-negra. E foi.