Um jogo que resumiu a irregularidade do time principal do Atlético. Em um tempo, uma equipe que atropelou o Atlético-MG. No outro, uma equipe que viu o rival dominar amplamente a partida. No primeiro tempo, chances e só um gol. Na etapa final, chances do outro lado e dois gols. O resultado foi a derrota por 2×1 neste domingo (13) na Arena da Baixada, a terceira seguida e que deixa o time na parte de baixo na tabela do Campeonato Brasileiro. E que mostra que a filosofia de jogo do técnico Fernando Diniz não é infalível – é ofensiva e tem que ser valorizada, mas precisa ser ajustada (e de uma vez) para que o Furacão não seja tão vulnerável como anda sendo.
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Diniz decidiu poupar jogadores mas manteve o jeito ousado de pensar o time do Atlético. Se não quis escalar Thiago Heleno e Paulo André, apostou em Thiago Carleto como zagueiro. Assim, Renan Lodi seria o ala pela esquerda. Lucho González também foi preservado, e aí Jonathan apareceu na direita (Matheus Rossetto ficou no banco) e Bruno Guimarães no meio-campo.
Mas a estratégia mal teve tempo de ser avaliada. Com nove minutos de partida, Renan Lodi teve que sair do jogo. Ele levou uma entrada violenta de Gustavo Blanco e mesmo querendo ficar não tinha condições de continuar. Deixou o campo chorando para que Wanderson entrasse e o Furacão ficasse mais “normal”.
Por isso, ou por mera coincidência, a partir dali o Rubro-Negro partiu para quinze minutos de grande pressão. Não é que o time dominou, era que o Atlético-MG não saía de sua intermediária defensiva. Marcando lá na frente, os donos da casa controlavam o jogo e rondavam o gol de Victor. A melhor chance foi com Pablo, que cabeceou no canto, mas o goleiro do Galo defendeu e a bola ainda bateu na trave.
O destaque atleticano era o meio-campo. Com Jonathan na direita, havia uma opção mais constante de apoio pelo lado. Bruno Guimarães mostrava porque tem que ser titular, fazendo inclusive Camacho subir de produção. E o rendimento deles fazia com que Pablo e Nikão aparecessem mais. E Victor trabalhasse – no chute de Nikão, na bomba de Pavez, no cruzamento de Carleto.
Não que o Galo não chegasse. Num escanteio de Otero, Gabriel cabeceou e Santos operou um milagre. Mas o controle do jogo era rubro-negro, que se confirmou no gol de Pablo – também num escanteio, cobrado por Carleto e desviado na primeira trave pelo camisa 92. O placar de 1×0 ficou barato pelo amplo domínio e pela atuação do Atlético, talvez o melhor primeiro tempo neste Brasileirão.
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Tanto ficou barato que os mineiros empataram no início da etapa final. Cazares, que entrou no lugar de Otero, em outra cobrança de escanteio colocou a bola na cabeça de Bremer, que subiu sozinho e deixou tudo igual. O Furacão ficou desnorteado, e até por isso Fernando Diniz resolveu colocar Ederson em campo – era preciso fazer o volume de jogo ser transformado em gols.
Mas aquela boa atuação tinha desaparecido. Roger Guedes, Ricardo Oliveira e Fábio Santos ameaçaram muito o gol de Santos. E o Atlético não tinha mais a facilidade para criar jogadas, pois os visitantes marcavam a saída de jogo. E uma falha do goleiro rubro-negro originou a virada. Em um lançamento longo para Ricardo Oliveira, Santos saiu da área e tocou de cabeça, mas mandou na cabeça de Roger Guedes, que de longe escorou para o gol vazio.
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Com a casa arrombada, Fernando Diniz desmontou o sistema tático e lançou de vez o Atlético pro ataque, colocando Raphael Veiga no lugar de Pavez. Só que as chances de gol foram do adversário. Era o Galo que chegava com perigo, era Ricardo Oliveira que acumulava oportunidades. Nos minutos finais, com um a menos (Jonathan saiu com uma lesão muscular), o Furacão esboçou uma pressão, mas o empate não veio. E além de toda a dificuldade de enfrentar o Cruzeiro no mata-mata da Copa do Brasil, vem embutida uma pressão pela falta de resultados no jogo da quarta-feira (16).