Como bom anfitrião, o Atlético mostrou aos colombianos do Junior Barranquilla, na noite quente de ontem, como se faz uma festa. Com um público recorde da Arena da Baixada, de 40.263 pessoas, e um dia inteiro de comemorações que antecederam a partida que valia o título da Sul- Americana, a torcida rubro-negra cantou, vibrou, e, por fim, como tanto esperou em seus 94 anos de história, soltou pela primeira vez o grito de “é campeão” em uma competição internacional. Nos pênaltis, depois de um 1×1 no tempo normal, e na prorrogação, a conquista foi confirmada.
O jogo de volta da grande final entre as equipes só teve início às 21h45 no gramado da Arena da Baixada, mas muito antes de a bola rolar, a torcida do Furacão já tinha invadido os arredores do estádio Joaquim Américo. Ainda era manhã, quando os mais animados já haviam montado um acampamento improvisado na rua Madre Maria dos Anjos. A reunião de amigos atleticanos incluiu até uma piscina de plástico com muito gelo e cerveja.
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No início da tarde, o movimento no reduto atleticano no bairro Água Verde já era intenso e teve quem já quis chegar o quanto antes para curtir cada segundo desse momento inesquecível. Mas foi a partir das 17h que o mar vermelho e preto tomou conta de toda a região do bairro que abriga o estádio: Buenos Aires, Coronel Dulcídio, Getúlio Vargas e Brasílio Itiberê. Em todos os cantos os atleticanos dominavam o espaço. Andar pelas ruas para se chegar de um ponto a outro era uma tarefa quase impossível.
Os mais apaixonados foram pra ocasião especial com os rostos pintados, como se estivessem indo para a guerra. Muitas bandeiras, faixas, fogos e sinalizadores vermelhos recepcionaram o ônibus com a delegação do Furacão. Gritos entusiasmados de “Libertadores, estamos chegando, meu Rubro-Negro, seremos campeões” ecoavam.
No jogo
Dentro do palco da decisão, uma torcida vibrante e viva que enchia a arquibancada, ao som das baterias da torcida organizada, que em trégua com a diretoria do Atlético, foi autorizada a entrar para dar mais emoção ao espetáculo.
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Também havia aqueles que, do lado de fora, continuavam na vibração pela conquista, mas sem ingressos, aguentaram os 90 minutos finais do confronto entre brasileiros e colombianos, nas ruas no entorno da Baixada.
A tão aguardada partida começou e não demorou muito para que a festa se tornasse completa. Aos 26 minutos, Pablo, com seu brilho de artilheiro, mandou para o fundo das redes e fez o Caldeirão ferver de vez.
O susto com o gol de Téo Gutiérrez, aos 12 da segunda etapa, não esfriou os ânimos da torcida. Como disse Tiago Nunes um dia antes da finalíssima, era preciso atuar sabendo suportar a pressão.
“Jogaremos com o coração quente e com a cabeça fria”, falou o treinador, prevendo o sangue-frio necessário para matar com a partida.
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A temperatura de 24º no momento da partida parecia deixar em ebulição a torcida, que gritava “raça” para empurrar o time dentro de campo e decidir o título no tempo regulamentar. O Junior sabia pressionar, mas eram apenas os donos da casa que tinham o privilégio de contar com um “camisa 12”: o torcedor.
Foi assim que na prorrogação os 41 mil torcedores ajudaram a “secar” Barrera, o camisa 10 do Junior, que perdeu a chance de definir na cobrança de uma penalidade, quando mandou por cima do travessão.
A decisão foi para pênaltis e o Atlético venceu. Ninguém mais segurava o grito forte de campeão, que ecoava nos quatro cantos do estádio atleticano. A noite de 12 de dezembro de 2018 ficará para sempre registrada na história do Furacão das Américas.
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