Final feliz

Atlético passou por altos e baixos até se garantir na Libertadores

Hernani, Thiago Heleno (44) e Arena da Baixada foram algumas das armas do Atlético neste Brasileirão. Foto: Marcelo Andrade

A classificação do Atlético para a Libertadores se confirmou neste domingo (11), após o empate em 0x0 com o Flamengo, na Arena da Baixada. Um resultado que coroou a boa campanha ao longo de todo o Campeonato Brasileiro, quando o Furacão sempre se manteve próximo da zona de classificação para o torneio continental, mas que também foi de altos e baixos, desde que a competição começou, em maio.

Desde o início, o objetivo era terminar no G4, que se transformou em G6 com o passar do tempo. Mas o Rubro-Negro demorou para engrenar. A primeira vitória veio apenas na quarta rodada (2×1 sobre o Figueirense). Mesmo jogando bem, o time atleticano teve dificuldades para conseguir os resultados positivos. Tanto que a primeira vitória por uma vantagem maior de um gol de diferença veio apenas na 11ª rodada, quando ganhou do Grêmio por 2×0 na Arena da Baixada, em uma das melhores atuações da equipe na temporada.

Ao longo do primeiro turno, foram nove vitórias, três empates e sete derrotas, um aproveitamento de 52,6%. Porém, a segunda metade do Brasileirão foi muito mais turbulenta. Embora o aproveitamento tenha sido bem semelhante, com nove vitórias, dois empates e oito derrotas (50,8%), fora de campo os problemas pipocavam.

Em meio aos problemas, João Pedro foi um dos garotos que ganharam espaço com Paulo Autuori, Foto: Marcelo Andrade
Em meio aos problemas, João Pedro foi um dos garotos que ganharam espaço com Paulo Autuori, Foto: Marcelo Andrade

Em meio ao campeonato, o meia Vinícius e o atacante Walter, titulares absolutos do time e dois dos principais nomes do elenco, acabaram se desentendendo com a diretoria, principalmente com o presidente do Conselho Deliberativo, Mario Celso Petraglia, e foram afastados, com Vinícius emprestado ao Náutico e Walter negociado com o Goiás. Sem contar a saída do diretor de futebol, Paulo Carneiro, que também bateu de frente com Petraglia e se desligou. A atitude do clube revoltou a torcida. Ao mesmo tempo, o Furacão foi somando resultados ruins fora de casa, não estava jogando bem e os protestos nas arquibancadas começaram.

Vaias, xingamentos e cobranças aconteciam em todos os jogos na Arena da Baixada. Até mesmo após os gols, gerando um conflito também com o técnico Paulo Autuori, que pedia apoio ao time nesta briga pela Libertadores.

Diante desses problemas, e de seguidas lesões de alguns jogadores, como Nikão, André Lima e Sidcley, a equipe foi perdendo peças e a alternativa foi recorrer às revelações da base, que entraram e deram conta do recado. Nícolas, Renan Lodi, Yago, Marcão, Matheus Rossetto e João Pedro foram alguns que ganharam oportunidades do treinador, se juntaram a outras crias da casa, como Otávio, Hernani e Pablo, e apareceram constantemente entre os titulares.

Precisando mudar a escalação a cada jogo, a reclamação por parte de Autuori sobre o calendário brasileiro também foi algo constante. Mas ajudou a garotada a aparecer e contornar os problemas externos, principalmente em casa. Na Arena, o Rubro-Negro mandou e desmandou. Em 19 jogos, venceu 15, empatou três e perdeu apenas um, e sendo fundamental para chegar no G6.

O sexto lugar foi muito por conta do fator casa, uma vez que longe da torcida foram apenas nove pontos somados. No returno, foi uma gangorra de praticamnte vitória, derrota, vitória, derrota até a reta final, quando o time atleticano conseguiu emendar nas últimas quatro rodadas duas vitórias e dois empates, que fizeram a diferença.