Foi preciso esperar até 19 de agosto para se dizer que definitivamente o Atlético entrou na temporada 2018. Com autoridade e fazendo um de seus melhores jogos no ano, o Furacão atropelou o Flamengo, até então vice-líder do Campeonato Brasileiro. A vitória por 3×0, construída no primeiro tempo – e que poderia ter sido maior, pois os donos da casa mandaram duas bolas na trave -, ainda não tira a equipe da zona de rebaixamento, mas prova que a sensação do início do trabalho de Tiago Nunes era verdadeira: em breve, o Rubro-Negro vai sair da turma da degola.
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O Flamengo entrava em campo sabendo que não seria mais possível dar a mesma relevância para as três competições que disputa. E com a Copa do Brasil na semifinal e a Libertadores na semana que vem, Maurício Barbieri optou por dar um descanso para Diego Alves, Réver e Diego. Já o Atlético não tinha Marcelo, e também não tinha Anderson Plata – no banco, o colombiano ficou como opção, enquanto Nikão estava no gramado. O gringo só entrou aos 36 minutos do segundo tempo, quando o jogo estava decidido.
A postura rubro-negra era clara – botar pressão no Flamengo e aproveitar o ambiente positivo na Baixada. E deu muito certo. Logo com nove minutos de jogo, numa jogada ensaiada, Marcinho cobrou uma falta por baixo e Pablo apareceu na primeira trave para deslocar César. Era mais um sinal da transformação do Furacão nos últimos jogos.
Um dos caminhos dessa mudança era a atitude. O Atlético passou a ser confiante, ter mais vibração. E que inflamava a torcida como nos velhos tempos – inclusive em um momento de sufoco, quando Rodinei e depois Vitinho obrigaram Santos a fazer dois milagres. Era o sinal de que seria uma manhã do Furacão. Logo veio o segundo gol, de Raphael Veiga, após uma ótima jogada de Lucho González e Pablo. E em seguida o terceiro, de Zé Ivaldo após Veiga cobrar o escanteio.
TEVE FESTA! E com duas torcidas, pra mostrar que é possível!
Três a zero sobre o então vice-líder do Brasileirão? E não havia nada de surpreendente. A superioridade atleticana era nítida, com uma forte marcação que começava no ataque e que se adaptava à conduta do Flamengo. O meio-campo rendia muito bem com outra boa apresentação de Lucho e com a presença de Wellington como um ‘cão de guarda’, à frente da defesa. E na frente, Raphael Veiga comandava o time, que abusava da velocidade em cima dos frágeis laterais flamenguistas.
Se os cariocas pareciam alheios, ainda na euforia da classificação da Copa do Brasil, era um problema para eles. Sabendo que uma vitória daria o suporte necessário para a arrancada que pode tirar a equipe da zona de rebaixamento, o Furacão não diminuía o ritmo. E isso é como música para os ouvidos da torcida. O que mais se cobrava no primeiro semestre era que o time fosse mais aceso, mais elétrico, mais com a cara do Atlético em sua história recente.
Tiago Nunes captou esse desejo e o adaptou para as necessidades de um time que precisava primeiro parar de ser tão frágil defensivamente. A ponto de ter sofrido apenas um gol nas últimas seis partidas – e agora completar quatro jogos sem sofrer gol no Campeonato Brasileiro. E, no caso de ontem, enfrentando um time de ataque forte e caro, pois além de Uribe, Vitinho, Lucas Paquetá e Éverton Ribeiro, o Flamengo ainda apostou em Marlos Moreno, Lincoln e Geuvânio no segundo tempo.
Veja como está a classificação do Campeonato Brasileiro!
Mesmo empilhando atacantes – e talvez por isso -, os visitantes não pressionaram. Quem dominava o jogo era o Furacão, aproveitando os buracos na marcação flamenguista. Era um time mais consciente, novamente mostrando que é possível dominar uma partida de várias formas, não só numa troca de passes sem sentido. Dá para fazer isso sendo agressivo, marcando muito, jogando com velocidade e trazendo a torcida para o seu lado. Sendo mais Atlético, como se viu ontem na Arena da Baixada.