Que sufoco!

Atlético mais uma vez não consegue impor estilo de jogo, mas arranca vaga

Nikão comemora com Bruno Guimarães o gol marcado na Argentina. Vaga veio após time sofrer aperto. Foto: Marcelo Manera/AFP

Foi por pouco, mas o Atlético está classificado para a segunda fase da Copa Sul-Americana. Jogando no estádio Marcelo Bielsa, em Rosario, o Furacão perdeu por 2×1 para o Newell’s Old Boys, na noite de quinta-feira (10), mas, como havia vencido por 3×0 na Arena da Baixada, segue vivo na competição internacional. No entanto, a conquista da vaga não pode esconder algumas falhas que o Rubro-Negro voltou a apresentar.

O placar pode até dar a entender que o duelo foi equilibrado. E, de fato, até foi, mas o time atleticano só não sofreu mais porque Nikão resolveu a parada aos 40 do segundo tempo e também porque a equipe argentina não mostrou qualidade o suficiente para reverter a desvantagem, embora tenha ficado bem perto.

Com a vantagem nas mãos, o Atlético abdicou de atacar e deixou o Newell’s ir para cima, na tentativa de ter espaço para os contra-ataques, sua principal arma. Só que o meio-campo do Furacão foi novamente anulado – assim como já havia acontecido diante de Bahia e Palmeiras – e, assim, os donos da casa se mantinham no ataque a maior parte do tempo, embora o time de Fernando Diniz seguisse com mais posse de bola.

E, da mesma maneira que foi no último domingo, contra o Palmeiras, na Arena da Baixada, o Rubro-Negro sofreu do próprio veneno, quando em rápido contra-ataque, Leal foi lançado sozinho e tocou na saída de Santos para abrir o placar em Rosario. Um lance muito semelhante ao terceiro gol do time paulista, pelo Brasileirão.

Falhas que não se refletiram apenas nos gols do adversário, que chegou ao segundo aos 18 da etapa final, novamente com Leal, de cabeça. O posicionamento dos jogadores em campo já são ’aguardados’. O Atlético em muitos casos foi facilmente desarmado, sem sequer chegar com perigo lá na frente.

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Consequentemente, o trio Guilherme, Nikão e Pablo foi pouco acionado outra vez e ficou preso na marcação argentina. Nikão precisou voltar para pegar na bola, enquanto Pablo também deixou a área. Sem ofensividade, não havia forma de buscar o gol, que só veio no final da partida, na base do desespero dos donos da casa, quando Nikão aproveitou cruzamento de Camacho.

O Furacão não abriu mão do seu estilo de jogo para garantir a vaga, como Fernando Diniz disse que poderia acontecer na véspera da partida, mas sim porque não conseguiu implementar outra vez sua filosofia. Apenas a troca de passes pra lá e pra cá, sem objetividade, já não ’engana’ os adversários, que partem pra uma marcação mais forte.

A classificação minimiza os erros em campo, mas o time completou cinco jogos sem ganhar e com dificuldades para mostrar o mesmo futebol do duelo da ida contra o Newell’s. Será preciso mais para voltar a ser aquele Atlético, que, por ora, ainda tem motivos para comemorar.

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