Não deu!

Atlético faz jogo típico de Libertadores, mas deixa escapar a vantagem

Desempenho de Lucho González ficou aquém do esperado. Foto: Daniel Castellano

“Jogo de Libertadores é assim”. Quantas vezes você ouviu essa frase? Tem que ter tensão, tem que ter lances polêmicos, tem que ter emoção, tem que ter jogadas bonitas, tem que ter gols. Teve tudo isso ontem na Arena da Baixada. Mas não foi bem do jeito que o Atlético precisava. O Furacão marcou os gols que queria, mas sofreu os que não poderia sofrer. Empatou em 3×3 com o Deportivo Capiatá, e agora terá que vencer a partida de volta na próxima quarta, no estádio Erico Galeano, para ir à fase de grupos da Libertadores.
Passamos muito tempo nos últimos dias falando sobre a surpresa do Capiatá, do clube jovem que ascendeu rapidamente, uma espécie de São Caetano que fala guarani. Mas ficou escondido quem estava em campo. O time de Carlos Gavilán tem jogadores muito experientes. Só o lateral e capitão Carlos Bonet tem onze Libertadores nas costas ­ mais que Atlético, Coritiba e Paraná Clube juntos. Eles não iriam sentir um jogo eliminatório.
Mesmo assim, o início da partida foi animador, de um Atlético pressionando e tendo a iniciativa. Tudo passava por Felipe Gedoz, que enfim justificava o porquê da sua contratação pelo Furacão. Ele levou perigo no primeiro lance da partida, e abriu o placar numa bela cobrança de falta, com força e colocação. Quando era para o Rubro-Negro matar o jogo, apareceu a experiência do Capiatá. Os caras colocaram a bola no chão e começaram a buscar espaços na defesa dos donos da casa.
E havia espaços, diferente do que acontecia ano passado. E justo na reestreia de Thiago Heleno. Mas não foi ele quem falhou no empate, quando Sidcley se perdeu no lance e permitiu que Bonet escorasse para Noguera empatar. O Atlético tomou o baque no final do primeiro tempo e voltou ainda meio desnorteado, tanto que sofreu a virada em outra jogada combinada. Sidcley errou de novo, mas aí todo mundo “colaborou” e Néstor González marcou.
Antes que a afobação tomasse conta do Atlético, Paredes deu uma ajuda. Gedoz chutou de longe e o zagueiro meteu a mão na bola. Pênalti que o próprio camisa 10 converteu. Com o empate e com a expulsão do próprio Paredes, era a hora do Furacão partir pra cima e garantir ao menos a vitória. Foi o que aconteceu, com o time mais agressivo com a entrada de João Pedro no lugar do (outra vez) ineficiente Lucho González.
Só que Felipe Gedoz sentiu o desgaste físico e teve que sair, e o Atlético perdeu seu principal jogador. Aí a Arena foi fazer sua parte. No embalo da torcida, o Furacão foi à luta e virou a partida de novo. Lançamento de Nikão, desvio de Paulo André e chute de Pablo com raiva. Aos 40 minutos. Vitória certa? Libertadores não é assim.
Aos 44 minutos, Irrazábal cobrou escanteio (fora do quarto de círculo) e a defesa falhou de novo para Néstor González fazer mais uma vez. Empate pra lá de amargo na primeira vez que o Atlético sofre três gols desde a implantação do gramado artificial. A decisão está aberta, mas a série que já era complicada ficou ainda mais depois do empate de ontem.

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