Por pelo menos setenta minutos o Atlético foi o mesmo que teve um início espetacular de Brasileirão. Mas uma falha defensiva e um apagão no ataque foram fatais para a terceira partida seguida sem vitória, e a saída do G4. Em Campinas, a Ponte Preta venceu por 2×1, de virada, deixando o Furacão na sexta posição.
Uma novidade não foi vista. Com problemas clínicos, o chileno Vilches ficou fora do jogo. Em campo no Moisés Lucarelli, quem estava ao lado de Gustavo era Ricardo Silva, de volta após longo tempo afastado. O estilo não iria mudar. “Nós temos nossa estratégia, e vamos colocá-la em campo para conseguir um ponto ou a vitória”, avisou Milton Mendes antes da bola rolar.
A estratégia era aquela – a bola seria da Ponte, e o Furacão apostava na tentativa do roubo de bola e da saída em velocidade, reforçada pela volta de Marcos Guilherme ao time depois do Mundial Sub-20. Era o jogo certo pela característica rubro-negra, que ficou evidente após dez minutos de pleno domínio da Macaca e de uma única jogada dos visitantes, com Walter cruzando para Marcos cabecear e quase fazer 1×0.
Era esse o panorama em Campinas. A Ponte ficava com a posse de bola, tentava muito, mas parava no eficiente sistema de marcação atleticano. E vez por outra o Furacão chegava na cara de Marcelo Lomba. Aos 28, o gol saiu. Nikão ganhou a jogada, rolou para Marcos Guilherme, que lançou Eduardo. O passe vem preciso, cruzando a área, no pé de Nikão, que mandou de sem-pulo pra fazer um golaço.
Só que nem deu tempo de curtir a vantagem e a liderança do Brasileiro. Na jogada seguinte, a bola chegou em Renato Cajá. E com ele não tem talvez – chute forte, desvio em Natanael e 1×1 no placar.
Queda de produção e virada
Não havia motivo de o Atlético mudar sua postura na etapa final. A Ponte tinha falhas defensivas claras, e nesses espaços Marcos Guilherme e principalmente Nikão conseguiam criar oportunidades. Ytalo ficou devendo de novo, e por isso MM tirou o camisa 9 e colocou Edigar Júnio. Faltava apenas conter melhor Renato Cajá, que ocupava um terreno atrás dos volantes e era responsável pelas principais jogadas dos donos da casa.
Mas o ritmo da partida era bem mais lento, e a qualidade caiu junto. Os lances aconteciam bem de vez em quando, e chance real mesmo só houve uma, quando o Atlético errou na saída de jogo, mas Diego Oliveira se enrolou e perdeu a possibilidade da virada.
Aconteceu
Só que a virada da Macaca veio. A zaga marcou em linha, Biro-Biro tocou entre os defensores e Felipe Azevedo apenas desviou de Santos. O Furacão tinha vinte minutos para sair do perfil marcador e partir em busca do empate. Milton Mendes sacou o volante Hernani e Cléo foi chamado pro time ter uma referência na frente.
Não adiantou nada. Após sofrer o segundo gol, o Atlético não teve uma jogada perigosa sequer. Mostrou a antiga dificuldade para buscar o jogo, para controlar o adversário. E aí não houve jeito, vitória da Ponte, Furacão fora do G4.
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