O Atlético saiu no prejuízo de Chapecó. Saiu porque perdeu um dia de treinamento para o confronto do domingo com o Grêmio. Saiu porque teve mudar todo o seu planejamento. Saiu porque teve que gastar mais para ficar no hotel (as passagens são por conta da CBF). E saiu principalmente porque foi bem melhor que a Chapecoense nos dois tempos – o de quarta e o de ontem, na Arena Condá. E mesmo assim ficou no 0x0, resultado que leva o Furacão aos 14 pontos, mas que deixa um gosto de quero mais para o torcedor e para o time.
É bom lembrar como foi o primeiro tempo, realizado na quarta com frio e a tão famosa neblina. Foi um período com poucas emoções, mas todas do Atlético. Deivid acertou o travessão, Walter quase fez de cabeça. Mas o destaque foi mesmo a forte cerração que acabou interrompendo o jogo a um minuto da etapa final. Era impossível enxergar alguma coisa no nível do gramado, e mesmo que os times e a arbitragem quisessem continuar, não havia como. Por isso o tempo restante do jogo ficou marcado para ontem às 15h.
Pontualmente a partida recomeçou, cerca de dezoito horas depois de sua interrupção. E foi como se nada tivessse parado. Apesar da tentativa da Chape em buscar o jogo pelos lados do campo, o Atlético manteve sua organização. Com as alterações (Nicolas na lateral-esquerda, Vinícius pelo meio, Pablo aberto na esquerda e Walter como homem de referência), o Rubro-Negro controlava as ações no campo e tinha espaço para criar – e mesmo tendo criado bastante, é possível dizer que se o gramado da Arena Condá não estivesse tão castigado pelo frio, era possível fazer ainda mais.
A Chapecoense não conseguia acertar a marcação. Quando Walter saía da área, ele abria clarões na defesa que eram aproveitados pelos outros homens de frente. Só que faltava qualidade na finalização. Na melhor chance, Anderson Lopes recebeu dentro da área e não conseguiu concluir. Assim, eram os chutes de média distância que levaram mais perigo. Pablo mandou para fora, Léo enganou muita gente com um arremate que bateu por fora da rede, e Otávio obrigou Danilo a salvar os donos da casa – e o goleiro repetiu a dose numa tentativa de Walter.
Cansado, o Atlético caiu de rendimento nos minutos finais – só que Paulo Autuori decidiu não fazer alterações, só mexendo quando Nicolas (que fez promissora estreia nos profissionais) levou uma pancada nas costas e não conseguindo continuar. O resultado foi que os catarinenses chegaram com muito perigo no final, numa conclusão de Hyoran que foi salva milagrosamente por Weverton – bem, o camisa 12 do Furacão salva uma dessas por jogo.
No final, ficou a certeza de ser bem superior ao adversário, mas que essa certeza foi insuficiente para garantir a vitória. O futebol já deixou claro tantas vezes que ser melhor não basta, mas que é preciso colocar a bola na rede. Com neblina ou com céu aberto.