2001 ficará para sempre marcado para os atleticanos. Muitos vão dizer que estavam na Arena da Baixada no dia 16 de dezembro, quando o Atlético venceu o São Caetano por 4×2, no primeiro jogo da final, e colocou a mão na taça. A maioria vai lembrar de cor a escalação do Furacão e até os jogos mais decisivos e importantes. E foram vários. Goleadas, emoção, tensão. Tudo misturado e que deixa uma sensação saudosista para o torcedor. Porém, poucos lembram que o começo da campanha teve suas dificuldades.
Naquele ano, o Furacão havia conquistado o bicampeonato paranaense, ao bater o Paraná Clube na decisão com três empates. Em seguida, o técnico Flávio Lopes saiu e Mário Sérgio assumiu o seu lugar. Nos primeiros cinco jogos, quatro vitórias e um empate. Um começo avassalador que colocou o Rubro-Negro na liderança, abrindo uma boa distância para os concorrentes para ficar entre os oito primeiros.
- Ambiente no Anacleto Campanella era favorável
- União e parceria eram a marca daquele Furacão
- Mário Sérgio iniciou a construção daquele time
- Confira a coluna do Mafuz sobre a conquista de 2001
Só que da mesma maneira que veio a invencibilidade, veio o jejum. Nos cinco jogos seguintes, um único empate e quatro derrotas, sendo uma delas um 2×1 para o Fluminense, o único tropeço na Arena. O jogo, junto com o Atlético desabando para o 13º lugar, culminou com a saída de Mário Sérgio, que vinha tendo problemas internos.
Eis que Geninho chegou e parece ter feito o encaixe final naquele time. Nas 12 partidas seguintes, foram nove vitórias e três empates, com direito a várias goleadas, principalmente fora de casa. Teve 5×1, 6×3, 4×4. Resultado, o Furacão disparou na tabela e chegou a liderar por duas rodadas. Nos últimos cinco jogos, mais duas vitórias, um empate e duas derrotas que garantiram o segundo lugar.
Segunda fase
Veio o mata-mata e aí o fator Arena, onde o Rubro-Negro somou 30 dos 39 pontos disputados em casa, mais uma vez prevaleceu. Como as quartas de final e as semifinais eram em jogo único, o time de melhor campanha poderia atuar diante da sua torcida. E no primeiro duelo, pela frente um São Paulo, que terminou em sétimo lugar, mas contava em seu elenco com jogadores como Rogério Ceni, Belletti, Kaká, Júlio Baptista, Leonardo e França, entre outros.
Mas o Atlético tinha Alessandro, Nem, Kléberson, Adriano Gabiru, Kléber e, principalmente, Alex Mineiro, que contou com um brilho próprio na fase decisiva e se tornou fundamental na conquista do título. Contra o tricolor paulista, Kléber abriu o placar no primeiro tempo, com assistência de Alex Mineiro. Na etapa final, Adriano, de pênalti, empatou o jogo, que parecia que iria para a prorrogação. Até que, aos 35, Alex Mineiro, aproveitando rebote na área, fez o gol da classificação.
Na semifinal, uma das partidas mais emocionantes e que certamente é a que ficou mais marcada. Um 3×2 sobre o Fluminense, novamente na Arena, com muitas reviravoltas e a estrela de Alex Mineiro novamente brilhando forte.
O time carioca abriu o placar no final do primeiro tempo, com Magno Alves, aos 43 minutos. Porém, o Atlético precisou de apenas quatro na etapa final para deixar tudo igual, e de 23 para virar, ambos saindo dos pés do camisa 9. Só que cinco minutos mais tarde Magno Alves novamente empatou.
O clima de ansiedade e de nervosismo tomou conta do estádio. Todos já esperavam uma prorrogação. Só que, aos 43, Alex Mineiro fez a Baixada explodir com mais um gol, em um chute da entrada da área. A inédita final estava confirmada.
Grande final
Na decisão, o adversário foi o São Caetano, líder da primeira fase. Como, desta vez, eram partidas de ida e volta, o Furacão iria fazer a grande decisão longe de casa. Por isso, o primeiro confronto era muito decisivo e importante. A vitória por 4×2 pode acabar enganando aquele que por algum motivo não acompanhou os duelos e acha que o resultado foi fácil. Só parecia que seria.
Mesmo sem Kléber, suspenso, o Rubro-Negro foi com tudo para cima e precisou de apenas 4 minutos para marcar o primeiro gol, com Ilan, justamente o subsituto de Kléber. Mas aos 21 Mancini, cobrando falta de longe, deixou tudo igual. O Azulão ainda viraria com Marcos Paulo, logo com nove minutos do segundo tempo. Mas, no minuto seguinte, claro que Alex Mineiro iria aparecer. Ele empatou, virou aos 35 e decretou o 4×2 nos acréscimos, cobrando pênalti.
A confortável vantagem se refletiu também em campo no jogo da volta, no Anacleto Campanella, no dia 23 de dezembro. O São Caetano não conseguia impor uma pressão, assustar o Furacão, que por sua vez jogava na sua e decretou o título aos 21 do segundo tempo. Nos pés de quem? Claro que de Alex Mineiro, que aproveitou rebote após o chute de Fabiano e marcar o gol que é comemorado por todos os atleticanos 15 anos depois.
Campanha do Atlético
31 jogos
19 vitórias
6 empates
6 derrotas
67,7% de aproveitamento
68 gols marcados
55 gols sofridos
Artilheiros
Alex Mineiro e Kléber – 17 gols
Souza – 6 gols
Adauto – 5 gols
Ilan – 4 gols
Adriano Gabiru, Kléberson e Rodriguinho – 3 gols
Daniel Horst, Nem e Rogério Corrêa- 2 gols
Alessandro, Fabiano e Gustavo – 1 gol
Jogos
Primeira fase
Atlético 2×0 Grêmio
Cruzeiro 1×2 Atlético
São Caetano 0x0 Atlético
Atlético 4×0 Flamengo
Atlético 1×0 Atlético-MG
São Paulo 2×1 Atlético
Vasco 4×0 Atlético
Atlético 1×1 Santos
Palmeiras 2×0 Atlético
Atlético 1×2 Fluminense
Atlético 3×1 Portuguesa
Internacional 4×4 Atlético
Atlético 3×2 Corinthians
Botafogo 1×3 Atlético
Santa Cruz 1×5 Atlético
Atlético 1×1 Paraná
Ponte Preta 1×5 Atlético
Atlético 3×2 América-MG
Coritiba 0x0 Atlético
Botafogo-SP 0x2 Atlético
Atlético 2×1 Goiás
Atlético 6×3 Bahia
Juventude 2×0 Atlético
Atlético 2×1 Sport
Gama 4×1 Atlético
Atlético 2×2 Guarani
Vitória 2×4 Atlético
Quartas de final
Atlético 2×1 São Paulo
Semifinal
Atlético 3×2 Fluminense
Finais
Atlético 4×2 São Caetano
São Caetano 0x1 Atlético