Assim que o Atlético entrou na disputa do Torneio da Morte no Campeonato Paranaense, o vice-presidente do clube, Luiz Sallim Emed, prometeu que seriam contratados reforços de alto nível para o Campeonato Brasileiro. Porém, a recuperação do Furacão, escapando do rebaixamento rumo à liderança do Brasileirão não passou pela contratação de grandes nomes.
O único jogador de destaque nacional que chegou foi o atacante Walter. No restante a reformulação no elenco rubro-negro deu-se de maneira mais modesta, apostando em peças que eram pouco utilizadas e em algumas contratações de jogadores deixados de lado em suas equipes, além do comando do técnico Milton Mendes.
A dupla de zaga atleticana é o melhor exemplo disto. A defesa menos vazada do Brasileirão – ao lado do Goiás -, com três gols sofridos em seis jogos, é formada pelos zagueiros Gustavo e Kadu. O primeiro já estava no time desde a metade do ano passado, enquanto o segundo veio do Vitória após a disputa dos estaduais e consolidou o setor. No estadual, antes da chegada do reforço, a defesa rubro-negra foi a quarta pior da competição, sofreu 15 gols e penou pela falta de continuidade, já que em 11 jogos passaram sete jogadores diferentes pela posição, com seis formações distintas.
Para Gustavo, a melhora é fruto não só do novo companheiro de zaga, mas de todo um sistema de jogo implantado pelo novo comando técnico. “Os números da defesa são bons até agora, mas é um trabalho da equipe como um todo. O equilíbrio tático, a disposição dos jogadores e o comprometimento tem ajudado”, afirmou.
Um exemplo que veio de Minas
Destaque da equipe no nacional até aqui, o meia Nikão é mais um que veio em um patamar abaixo do prometido e apareceu neste inicio de competição. O jogador mineiro de 22 anos ganhou alguma notoriedade no Ceará, durante a Série B do ano passado, por fatores extra-campo que levaram a sua dispensa do Vovô antes do término da disputa. Após começar o ano afastado do grupo principal, o meia foi acolhido por Milton Mendes e a boa fase do artilheiro da equipe no brasileiro passou a ser a base da arrancada atleticana. Nas últimas três partidas, Nikão deu uma assistência e marcou três gols.
O atleta assumiu a vaga de titular na terceira rodada, com o afastamento do meia Marco Damasceno, por indisciplina, e acredita que o novo discurso da comissão técnica fez a diferença para a virada da equipe. Na mesma linha de Nikão e Kadu, o lateral Eduardo chegou em meio as disputas do estadual, vindo do Criciúma, e assumiu a condição de titular durante o paranaense. Com 14 jogos pelo Furacão, o lateral atuou nas seis partidas e está entre os três jogadores que mais fizeram cruzamentos.
Espaço
Outros que ganharam espaço com a chegada do novo treinador foram o volante Otávio e o atacante Douglas Coutinho. Revelados pelo time sub-23 que disputou o paranaense em 2013 e 2014, o primeiro foi promovido à equipe principal na metade do ano passado mas foi pouco utilizado por Doriva, Claudinei Oliveira e Enderson Moreira. Já Coutinho vinha em má fase, sem confiança, mas acabou resgatado pelo novo treinador.
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