Quando a temporada começou, o diretor de futebol do Atlético, Paulo Carneiro, deu talvez a declaração mais polêmica deste ano. “Acho que nós temos time para ser campeão brasileiro. Basta vocês, que são jornalistas, fazerem uma comparação jogador por jogador, posição por posição e vão ver que não estamos devendo nada para nenhuma equipe”, disse o cartola.

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Carneiro disse mais: “Não existe competição que seja laboratório de outro. Senão, vou estar dizendo que esta competição não tem importância no sentido de ganhar. Nós temos que tero time pronto para ganhar todas as competições. Lógico que nem sempre é possível, mas time grande tem que estar preparado para ser competitivo”.

Rever estas duas declarações é importante para avaliar o que o Atlético pensa a partir de agora – campeão paranaense, mas a três dias de estrear na segundafase da Copa do Brasil, e muito perto da largada do difícil e equilibrado Campeonato Brasileiro. Do que Carneiro disse, mas também do que se viu até o Furacão levantar a taça ontem, é possível pensar em como o clube vai proceder em relação ao elenco.

Carneiro sempre valorizou a formação de grupo do Atlético para este ano – situação repetida principalmente pelo presidente Luiz Sallim Emed. E na maioria das posições o Rubro-Negro tem opções de qualidade para jogar e para ficar na reserva. No gol (Weverton e Santos), na lateral-direita (Eduardo e Léo), nas funções de marcação do meio (Otávio, Hernani, Jadson e Deivid) e como centroavante (Walter e André Lima) há realmente peças de reposição de boa qualidade. Setores em que o Furacão não precisa se preocupar.

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Desde que, é claro, o mercado internacional não atrapalhe. Há três casos preocupantes. Um menos, o de Weverton, que sempre aparece como nome para assumir o gol de equipes como São Paulo (onde Dênis e Renan Ribeiro não se firmaram) e Internacional (já que Alisson vai para a Roma). Dois mais: Jadson, que ainda precisa terseu vínculo renovado, o que implica em uma negociação com a Udinese; e Otávio, o mais valorizado do Furacão, que pode virar uma das estrelas da janela internacional de meio de ano.

O que precisa?

Se nos setores citados acima é certo que o Atlético está bem, nas outras é preciso reforçar caso o time realmente sonhe com o título da Copa do Brasil e para lutar pela parte de cima no Campeonato Brasileiro. A posição mais carente, de longe, é a lateral-esquerda. Mesmo campeão paranaense como titular, Sidcley não convenceu Paulo Autuori, que relutou em colocá-lo no time (chegou a improvisar Léo por ali). Roberto e Pará também não aprovaram, e por incrível que pareça a disputa pela deve ser entre algum contratado e Alan Ruschel, que volta depois de longa inatividade.

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Na zaga, é preciso pelo menos mais um jogador – já que Paulo André e Cleberson sofrem com a instabilidade e Thiago Heleno é um jogador de mais força do que técnica. E como Vilches não deve renovar, a vaga do chileno será ocupada por a,lgum reforço. E no meio-campo o Furacão precisa de pelo menos mais um articulador. Há de sobra quem jogue pelos lados (Nikão, Marcos Guilherme, Ewandro, Giovanny e Anderson Lopes), há quem lidere um jogo direto (Pablo), mas só há Vinícius para criar. Ele precisa de uma ‘sombra’ para dar mais opções para Paulo Autuori – e, aí sim, ser realmente um dos protagonistas do futebol brasileiro.