Não que houvesse alguma dúvida, mas como diz o ditado uma foto vale mais do que mil palavras. E acima está a prova de que Mário Celso Petraglia se afastou do Atlético apenas no discurso – ou na nota oficial. Nesta segunda-feira (25), quando o governador Beto Richa sancionou a lei que autoriza a venda de cerveja e chope nos estádios de futebol, o presidente do Conselho Deliberativo do Furacão não só estava lá como estava em primeiro plano diante dos outros dirigentes de clubes.
Petraglia pediu afastamento do Atlético em 24 de julho. A divulgação veio em nota oficial da diretoria, que informava que o dirigente já havia se afastado da rotina rubro-negra cinco dia antes, em 19 de julho. Em seu lugar no Conselho Deliberativo, assumia o vice-presidente Aguinaldo Coelho de Farias. Mas internamente se dizia que a saída era apenas para tirar o foco do cartola. Como se fosse possível.
Mesmo sem “assinar”, Mário Celso Petraglia seguiu mandando. Havia o dedo dele na demissão de Eduardo Baptista, na luta para que Paulo Autuori retornasse ao cargo de gestor de futebol, na adoção dos métodos do DIF para a contratação de Fabiano Soares, e principalmente nas medidas que atingiam diretamente a torcida organizada Os Fanáticos.
A partir do afastamento, foram tomadas medidas duras contra a facção – a torcida foi impedida de entrar com seus materiais (incluindo as camisas) na Arena da Baixada, o setor FAN, o mais barato do estádio, onde a Os Fanáticos fica (posição combinada com Petraglia nas negociações da última eleição), teve aumento de 50% na mensalidade e foi anunciada uma promoção para sócios FAN mudarem de setor, “visando atender à demanda dos Sócios do Setor FAN, não vinculados à TOF”, como diz a própria nota divulgada no site do Atlético.
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Para completar, a presença oficial na assinatura da “lei da cerveja”, citada no texto enviado pela assessoria do Governo do Estado. Petraglia era também o dirigente mais próximo dos políticos na mesa de reuniões encabeçada pelo governador Beto Richa, pelo presidente da Assembleia Legislativa Ademar Traiano e pelos deputados Alexandre Curi, Luiz Cláudio Romanelli e Stephanes Júnior.
Além de Mário Celso Petraglia, também estavam na solenidade o presidente do Coritiba, Rogério Portugal Bacellar (aliado do cartola atleticano), o vice-presidente do Paraná, Christian Knaut, o vice-presidente do Operário Paulo Balasin, e o diretor do Londrina Eliseu Elias Silva.