Foram dois minutos perfeitos. Dos dez aos 12 da primeira etapa, o Atlético voltou a jogar sábado como há muito tempo não se via. Com Fabrício, Ivan, Rodrigo, Dagoberto e Ilan enchendo os olhos dos mais de nove mil espectadores com jogadas de verdadeiros craques. Acabou sendo o suficiente para liquidar o Grêmio por 2 a 0 e aumentar ainda mais a crise do time gaúcho. Mas, não foi só isso. A vitória sobre o tricolor relembrou a arrancada vitoriosa de 2001 e deixou os atleticanos mais otimistas para o restante da competição.
Se a campanha até aqui na temporada não inspirava muita confiança na arquibancada, o time queimou a língua dos críticos e jogou como o verdadeiro Furacão. Diante de um Grêmio caindo pelas tabelas, mas não menos forte e raçudo, os jogadores atleticanos resolveram mostrar que quem manda na Arena é o time de vermelho e preto.
O jogo até que começou equilibrado, com as duas equipes arriscando chutes de longe. O goleiro Diego voltou a cometer a falha de rebater bolas para dentro da área, mas teve o brilho suficiente para se redimir e fechar o gol. Confiante em campo, principalmente pelo amplo apoio da torcida, o Rubro-Negro passou a dominar e, com toques rápidos e precisos, demoliu a estrutura gaúcha.
O primeiro gol saiu após uma boa triangulação de Dagoberto e Fabrício, que lançou Ivan pela esquerda. O lateral cruzou para o zagueiro Róger completar para as próprias redes. Mal reiniciou o jogo, os atleticanos recuperaram a bola, Rodrigo fez um lançamento fantástico para Dagoberto que passou para Ilan invadir a área e chutar forte de esquerda. Com o resultado favorável, a equipe do técnico Osvaldo Alvarez se tranqüilizou e passou a dominar o jogo. O único momento mais perigoso dos gaúchos foi uma bola de Christian que explodiu na trave.
Na segunda etapa, o panorama começou da mesma forma que terminou a primeira. Sem ver perspectivas numa reação, o técnico Tite muda por atacado para tentar pelo menos o empate. Saiu Caio e o esquema 3-5-2, para entrar Luís Mário e o 4-4-2. As mudanças deixaram os gaúchos mais ofensivos, principalmente nas jogadas de Luís Mário.
A oportunidade de empate chegou quando o árbitro inventou um pênalti de Ígor em cima de Rodrigo Fabri. O atacante Christian cobrou e Diego espalmou para fora. A torcida vibrou como se tivesse sido o terceiro gol rubro-negro. Daí até o final do jogo o que se viu foi um Grêmio nervoso e abusando das jogadas violentas e um Atlético tratando de administrar a vantagem. Vadão tratou de poupar Dagoberto, Ilan e Fabrício e promoveu a estréia de Luciano Santos.
Diretoria promete três reforços
Os dirigentes rubro-negros prometem para os próximos 15 dias dois ou três reforços para a sequência do campeonato brasileiro. Os nomes já estão engatilhados e a qualquer momento as negociações poderão ser concretizadas. Apesar do bom início na competição, eles sabem que é preciso ter quantidade e qualidade para manter o padrão durante as rodadas.
“Esse campeonato é longo e o Atlético está atrás de reforços. A gente tem conversado e já tem os nomes e nos próximos dez, 15 dias virão para o clube”, diz o assessor executivo Antônio Carletto Sobrinho. Para ele, o clube sabe que o elenco ainda precisa de mais gente e não pode se iludir com a vitória no primeiro jogo. “A gente sabe que saíram jogadores de renome e você tem, com muita calma, de repor. Não é fácil porque os grandes jogadores saíram do Brasil e até os de porte médio saíram. Por isso, você tem que buscar jogadores jovens, mas com talento”, explica.
O dirigente, no entanto, não quis falar em nomes. “Já estamos conversando com os jogadores, com os clubes e com os procuradores. Faltam pequenas coisas para acertarmos”, antecipa. Entre os nomes mais cotados, o zagueiro Gaúcho e o meia Cléber do Sport são os mais próximos de vir para a Baixada. Além desses, o clube continua querendo o zagueiro Tiago e o meia Ígor do Rio Branco. No Rio de Janeiro, a especulação dá conta de que o Atlético está atrás dos atacantes Fábio Bala, do Fluminense, e Josafá, do Madureira.
Cocito
O dirigente também promete para esta semana a renovação de contrato do volante. “O Cocito estava machucado e por isso não jogou. Nós já estamos conversando com ele para renovar. Tenho quase certeza de que ele fica, só não fica se não quiser”, finaliza Carletto.