Após 12 anos de jejum, o Atlético conquistou o título paranaense em 1970 e ressurgiu dentro do futebol no Estado. Já o Coritiba estava montando um time que daria muitas alegrias ao torcedor alviverde, e tristezas para o atleticano, durante a década de 70.
No dia 14 de março de 1971, Atlético e Coritiba se enfrentaram no Belfort Duarte (atual Couto Pereira) em um jogo válido pelo certame estadual. O Verdão fez 1 a 0, mas o rubro negro teve um pênalti a seu favor, que foi desperdiçado por Nilson Borges. O Furacão não desistiu e foi buscar o empate ainda no primeiro tempo. Na volta do intervalo, o Atlético foi pra cima e fez 4 a 2. O Coxa ainda descontou, mas o placar ficou 4 a 3 para o time visitante.
Capitão Hidalgo, comentarista esportivo e ídolo da galera alviverde, lembra bem desta partida. “Foi o melhor Atletiba que joguei e perdemos o jogo. Foi lindo e emocionante. No fim do jogo um jogador do Atlético tirou uma bola de dentro porque o Coritiba massacrou nos últimos 15 minutos. Outro bom clássico foi o de 73, em que ganhamos por 2 a 1”, relembrou o Capitão.
Para Hidalgo, esta partida foi uma reafirmação do Atlético no certame estadual. “O Atlético conquistou o título em 70 e veio com moral para temporada seguinte. Mas eles não souberam segurar a vantagem e quem ficou com o título foi o Coritiba”, salientou. “A verdade neste jogo é que foi um erro tático da gente. Fizemos dois gols rápidos e estávamos jogando bem. No intervalo pedi para o Mauro Ramos (técnico) que deixasse eu marcar o lado esquerdo do Atlético, que estava sendo vigiado pelo falecido Lucas, mas ele não deixou. No começo da etapa complementar o Atlético fez o terceiro gol por ali e depois o quarto. O Atlético tinha um bom time”, frisou.
Sobre o clássico de domingo, Capitão diz que não há favorito. “O futebol está irregular. Não dá para arriscar um palpite. O empate é bom para o Atlético e o Coritiba precisa vencer porque caso contrário corre risco de rebaixamento”, concluiu.
Um dos personagens do clássico de 71 foi o atacante Sicupira, atualmente comentarista esportivo, que marcou um gol e era um dos melhores do time atleticano na época. “A situação do Atlético era difícil. O clube conquistou um título em 58, depois em 70 e outro só em 82. Foram três títulos em 24 anos”, disse o camisa 8.
O craque relembra com carinho do jogo da virada em 71. “Foi histórico. Eles estavam ganhando e perdemos um pênalti com o Nilson. Eu pipoquei porque era pra mim bater, mas se errasse ia ficar complicado, mas o Bocão errou de qualquer maneira. Fomos buscar o empate e viramos no segundo tempo, mas no fim foi um sufoco. O Coritiba mandou bola na trave, tiramos em cima da linha, não sei como seguramos o resultado. Eles tinham o Capitão, o Kruger, o Vecchio, o Passarinho. Era um timaço.”, relatou.
Sicupira disse que o Atlético nunca desistiu do resultado. “A gente sempre acreditou porque você entra em campo pra ganhar. Nosso time era bom também. Foi o melhor Atletiba da minha carreira”, salientou.
Sobre a partida de domingo, o comentarista esportivo revela que não tem favorito. “O Atlético está melhor até porque está na frente na tabela. O Coritiba irá se complicar se for derrotado. O Ney Franco me confidenciou que o Coxa vai pra cima. O Atlético deve marcar forte e sair nos contra-ataques. Vai dar empate”, cravou o camisa 8.
Ficha técnica Coritiba 3 x 4 Atlético
Coritiba: Célio, Hermes, Nico, Cláudio e Nilo; Hidalgo, Lucas (Paulo Vecchio), Passarinho e Leocádio; Zé Roberto e Rinaldo.
Atlético: Rubens, Amauri, Ari, Antoninho e Júlio; Lori, Valtinho, Mazolinha (Zinho), Sicupira; Sérgio Lopes e Nilson Borges.
