Atlético vence o Londrina e mantém série invicta

Por muito pouco, o Londrina não frustrou o sonho atleticano de igualar e quem sabe ultrapassar a histórica marca de 11 vitórias consecutivas no Campeonato Paranaense, que perdura desde 1949. Numa partida extremamente bem disputada, o Rubro-Negro só conseguiu encontrar o caminho do gol nos acréscimos do 2.º tempo e alcançou a impressionante marca de 10 triunfos em 10 jogos. A vitória, apesar de ser pelo placar mínimo (1 a 0), foi comemorada pelos jogadores e torcedores presentes na Arena da Baixada como se fosse a conquista de um título. Para entrar definitivamente na história do Furacão, o grupo comandado por Ney Franco terá que vencer no próximo final de semana o Iguaçu, em União da Vitória, equipe que está em antepenúltimo no estadual e vem de uma derrota para o Paranavaí.

Enfrentar e vencer o Tubarão não foi nada fácil.
O técnico Jorge Saran armou muito bem sua equipe, adotando marcação individual nos principais jogadores do Atlético. Isso dificultou a troca de passes entre os rubro-negros e a cada roubada de bola, os londrinenses encaixavam contra-ataques perigosos. Essa foi a síntese do jogo até os 25 minutos, período no qual o Tubarão finalizou quatro vezes contra o gol de Vinícius e o Atlético, apesar de ter mais posse de bola, não levou perigo ao gol adversário. Os jogadores do Furacão estavam mais preocupados em reclamar da arbitragem, que realmente não esteve bem.

Pressão

Mas a partir dos 27, a marcação londrinense começou a dar espaços e o Atlético passou a aproveitá-los. Foram chutes e cabeçadas dos atacantes Marcelo Ramos e Willian, além das chegadas rápidas dos meias Irênio e Netinho. Durante a pressão exercida, quem se sobressaiu foi o goleiro Marcos, que fechou a meta. O Londrina desperdiçou sua grande chance com Nem que, de frente pro gol, chutou fraco para a intervenção de Vinícius.

Os primeiros 45 minutos foram bem definidos pelo treinador do Tubarão. ?Agüentamos bem até os 30 minutos. Depois o time recuou a marcação e passamos a levar pressão?, avaliou Saran. ?O goleiro deles (Londrina) está muito bem na partida?, emendou Franco.

Para a fase complementar, Saran fez uma alteração e mudou o posicionamento de sua equipe, fazendo com que ela voltasse a marcar implacavelmente. O desenho tático permaneceu o mesmo da etapa inicial até os 20 minutos, com o Atlético tentando o gol de qualquer jeito e o Londrina administrando. Depois disso, o time do norte acreditou que poderia ganhar e a entrada do rápido Daniel mudou o panorama da partida.

Eletrizante

Querendo os 3 pontos, o Atlético abriu mão de jogar com um defensor na sobra e partiu para cima. O Londrina se posicionou para absorver a pressão dos donos da casa e começou a encaixar contra-ataques com muita facilidade. Só não abriu o placar graças as defesas de Vinícius e a falta de pontaria dos seus jogadores.

A partida ficou eletrizante e permaneceu assim até o final, com chances desperdiçadas pelos dois lados. Nos acréscimos, após mais uma oportunidade perdida pelo ataque do Tubarão, veio o castigo. Claiton recebeu lançamento na ala-direita e cruzou para o meio da área. O artilheiro Marcelo Ramos se lançou ao chão e complementou para o fundo das redes, levando todo o estádio ao delírio.

A torcida que não parava de cantar desde a metade do jogo fez a festa e comemorou a invencibilidade e a excelente campanha do Furacão 100%.

Diferente: No decorrer do 1.º tempo, o ala Netinho sentiu-se incomodado com uma das chuteiras. Trocou-a e permaneceu em campo usando um pé na cor vermelha e outra em branco.

No 2.º tempo, voltou com o par branco.
Adversário: A torcida do Londrina marcou presença na Arena da Baixada e, mesmo com a chuva que caiu durante a partida, não parou de incentivar o Tubarão.

Festa: Claiton e Netinho, após o apito final, correram para a torcida e arremessaram as suas camisas. O capitão caminhou pelo gramado batendo palmas e retribuindo a festa proporcionada pelos torcedores.

Recorde: A seqüência de jogos para o time de 2008 igualar e superar o recorde da equipe de 1949 é contra Iguaçu, em União da Vitória, e Cianorte, na Arena.

Invencibilidade: Além de vencer, o Atlético completou três rodadas sem levar gols. Vinícius agradeceu o empenho de todo o time por essa condição e disse que todos estão ajudando na marcação, inclusive o ataque, que rouba muitas bolas e impede o avanço do adversário.

Comemoração: Ney Franco afirmou na coletiva que o clube já está se mobilizando para fazer uma comemoração, caso ocorra a igualdade ou superação do recorde de 1949, para manifestar carinho aos integrantes da equipe que deu origem ao apelido ?Furacão? – pelo qual o Rubro-Negro paranaense é conhecido em todo o País.

Marcelo Ramos quer conquistar título e artilharia

O herói rubro-negro, mais uma vez, foi Marcelo Ramos, que com o tento assinalado ontem assumiu a artilharia isolada do estadual, com 9 gols.

O atacante protagonizou um acirrado duelo com o goleiro Marcos, o melhor em campo pelo Londrina. Marcelo tentou o gol durante os 90 minutos, de tudo quanto foi jeito. De cabeça foram, no mínimo, umas cinco tentativas. Mas também teve arremates e até uma bicicleta no 2.º tempo. Mas a bola insistia em não entrar ou então parava nas mãos do goleiro. A cada chance desperdiçada, o atacante balançava a cabeça e se lamentava.

Apagar das luzes

De tanto batalhar, a recompensa chegou no apagar das luzes. De um cruzamento da direita, o matador se antecipou à zaga e complementou para marcar seu 9.º gol em seis jogos consecutivos. ?Tentamos na técnica e não deu. Foi na base da vontade mesmo?, explicou o jogador, que tem a ambição de repetir o feito alcançado quando defendia as cores do Cruzeiro (MG) em 1996: ser artilheiro e campeão estadual. ?O jogador tem que ter ambição e ser artilheiro também é um objetivo.
Vivo um bom momento e ser artilheiro e campeão tem um gosto especial?, afirmou.

Sobre a partida de ontem, Marcelo enalteceu as defesas do goleiro Marcos e disse que a vitória veio porque o Atlético lutou e não desistiu em nenhum minuto. ?A vitória é de todo o grupo e do torcedor que nos empolga muito mais com seu incentivo?, finalizou.

Ney Franco festeja série vitoriosa

Foto: Fábio Alexandre

Técnico só evita comparações com Furacão original: ?O Atlético suporta
muitos ídolos?.

A vitória sobre o Londrina foi bastante comemorada pelo grupo atleticano, pois um resultado adverso significaria um balde de água fria nas pretensões de quebra de recorde de 1949, que tem sido tema de motivação para o Atlético e um dos objetivos nesta 1.ª fase do Paranaense.

O técnico Ney Franco elogiou seu time, principalmente devido à tranqüilidade que demonstrou para absorver a pressão de não marcar gols e, mesmo assim, persistir em busca da vitória. Também exaltou a postura do adversário, que veio com a proposta de marcar forte e levar perigo nos contra-ataques. ?O Londrina tem potencial para se classificar e brigar pelo título. Nossa equipe jogou bem, mas o adversário tem suas qualidades?, afirmou Franco, destacando a atuação do goleiro Marcos, que salvou o Tubarão várias vezes no decorrer da partida.

Para o comandante rubro-negro, o Furacão criou inúmeras chances de gol e, se tivesse convertido uma delas ainda no 1.º tempo, o desdobramento da partida poderia ser diferente. Ele destacou a importância de manter a invencibilidade, os 100% de aproveitamento na competição e a melhora de rendimento a cada rodada. ?

É um orgulho grande para mim participar do grupo que pode igualar um feito como o de 1949. Mas queremos ganhar títulos. Nossa campanha é boa. No básico, a equipe está competitiva e este ano promete. Agora, para o decorrer das competições, só faltam ajustes?, declarou.

Vantagem

Ney Franco ainda ressaltou que a vitória de ontem fez com que o Atlético abrisse 13 pontos do 2.º colocado (Iraty) no estadual e, praticamente, assegurasse a liderança até o final da fase classificatória – o que reflete em benefícios para as fases seguintes.

Sobre a polêmica de comparar atuações das equipes de 1949 e 2008, o técnico foi bastante diplomático.
?O Atlético é grande e suporta muitos ídolos. Os de 49, que deram o nome de Furacão ao clube, os de 2001 (pelo título brasileiro) e o de 2008 se, por ventura, batermos o recorde e formos campeões.
Não tem como comparar (as equipes)?, exemplificou.

Atlético 1 x 0 Londrina

Atlético: Vinícius, Rhodolfo, Antônio Carlos e Danilo; Jancarlos, Alan Bahia, Claiton, Irênio e Netinho; Willian (Rodrigão aos 29? do 2º) e Marcelo Ramos. Técnico Ney Franco.

Londrina: Marcos; Rafael Tavares, Senegal e Vitor; Oliveira, João Paulo, Allan (Alysson no intervalo), Diego Mineiro e Alex Braz; Nen (Daniel aos 21? do 2.º) e Zé Ilton (Chimba aos 29? do 2.). Técnico Jorge Saran.

Gol: Marcelo Ramos (A) aos 47? do 2.º

Árbitro: Adriano Milczvski

Assistentes: Aparecido Donizetti Santana e Luciano Roggembaun.

Cartões amarelos: Irênio e Netinho (A),  Allan (L)

Local: Estádio Joaquim Américo, Arena da Baixada, em Curitiba

Público pagante: 8.898

Público total: 10.010

Renda: R$ 179.902

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