Com muita disposição e demonstrando calma para encontrar o momento certo para matar o jogo, o Atlético derrotou o Grêmio, por 2 a 0, ontem à noite, na batalha da Arena. O jogo foi tenso e descambou para a violência no final, porém o Rubro-Negro manteve a cabeça no lugar e chegou a dar olé em campo. Com o resultado, o Furacão permanece com 100% de aproveitamento na Arena, sob o comando de Ney Franco, e agora briga definitivamente por uma vaga à Sul-Americana. O próximo desafio é domingo, contra o Corinthians, em São Paulo.
Apoiado pela massa rubro-negra, mais de 23 mil torcedores, o Atlético tentou pressionar o adversário desde o início, mas o ímpeto foi bem contido pelos jogadores do Grêmio, que souberam tocar a bola e matar as jogadas, fazendo faltas e truncando o jogo. A partida permaneceu com ritmo acelerado e ambas as equipes marcando forte e não dando espaço para a criação de jogadas.
O jogo ganhou em emoção a partir dos 33 minutos, quando a arbitragem anulou o gol do zagueiro Rhodolfo, marcando impedimento. A resposta gremista veio quatro minutos depois, mas com uma falha horrorosa de Viáfara. O colombiano se perdeu com o quique da bola e deixou-a passar, caindo nos pés de Marcel que perdeu gol feito e a melhor chance do primeiro tempo.
Na etapa complementar, Mano Menezes tirou Tuta e mudou o esquema de jogo, com a entrada de Jonas. Entretanto, foi o Atlético quem fez as honras da casa. Mais uma vez, Ferreira recebeu passe de Jancarlos na entrada da área, driblou seu marcador e chutou cruzado para enlouquecer a galera rubro-negra. A bola entrou no canto direito de Saja, que não teve chance nenhuma.
O Grêmio se perdeu em campo e o nervosismo tomou conta. Por reclamação, Tcheco foi expulso e complicou ainda mais a situação do seu time. O treinador gaúcho fez mais duas substituições e adiantou a marcação. Mas o tricolor estava mais preocupado em fazer faltas do que jogar. O castigo veio aos 36. Após mais de um minuto de troca de passes de pé em pé, a bola sobrou para Michel, que fez um belo gol e decretou a vitória atleticana.
Campeonato Brasileiro
34a rodada
ATLÉTICO-PR 2 X 0 GRÊMIO
Atlético: Viáfara; Danilo, Rodolpho e Antonio Carlos (Rogério Corrêa) (Evandro); Jancarlos, Valência, Claiton, Netinho e Michel; Ferreira e Marcelo Ramos (Alex Mineiro)
Técnico: Ney Franco
Grêmio: Saja; Patrício (Luciano Fonseca), Bustos, Léo, William; Eduardo Costa, Sandro Goiano, Tcheco e Diego Souza; Marcel (Hidalgo) e Tuta (Jonas).
Técnico: Mano Menezes
Local: Arena da Baixada, Curitiba (PR)
Árbitro: Wagner Tardelli Azevedo (SC/Fifa)
Assistentes: Carlos Berkenbrock (SC) e Hilberth Costa Andrade (MG)
Cartões amarelos: Valência (A), William (G), Viáfara (A), Diego Souza (G), Sandro Goiano,
Cartão vermelho: Tcheco (Gre)
Gols: Ferreira, aos 4 minutos do segundo tempo; Michel, aos 36 minutos do segundo tempo.
Se no campo ficou só na bola, fora a briga rolou solta
Foto: Valquir Aureliano |
Nos vestiários, o bicho pegou e o pau comeu solto. Até Petraglia entrou na confusão. |
A partir da expulsão de Tcheco, o Atlético mandou no jogo até fazer o segundo gol e liquidar a partida. Depois foi só toque de bola e olé para todos os gostos. Mas isso irritou os jogadores gremistas que ao ouvir o apito final do árbitro partiram para cima de Ferreira e Netinho, que foram agredidos. Nesse momento teve início a batalha da Arena. Houve intervenção pelos dois lados e o empurra-empurra não prosseguiu. Porém, na entrada dos vestiários o pau comeu. Eduardo Costa ficou à espreita e quando viu Claiton dando entrevista a uma emissora de rádio, desferiu um chute contra o volante atleticano. Foi o estopim para uma briga generalizada envolvendo demais jogadores de ambas as equipes. Seguranças gremistas e atleticanos foram obrigados a intervir e a coisa ficou feia. Após instantes de pancadaria e muito xingamento, o clima esfriou. Claiton levantou sua camisa e mostrou os sinais da chuteira de seu adversário estampados no corpo. Disse que a agressão foi motivada pela inveja dos gremistas diante do bom futebol apresentado pelo Rubro-Negro. E concluiu chamando seu agressor de covarde.
Mais tarde, o jogador Tcheco, que foi bastante hostilizado pela torcida e perdeu a cabeça em campo, também exibiu marcas de agressão. Ele teria se envolvido em uma confusão com o presidente do Deliberativo do Atlético, Mário Celso Petraglia, logo após ter sido expulso de campo. Os dois bateram boca e o jogador teria partido pra cima do dirigente, sendo contido por seguranças. Tcheco alega que foi agredido nesse momento.
Sobre a confusão, o treinador Ney Franco se limitou a lamentar o episódio e dizer que pouco viu. ?O que posso falar é que dentro de campo o Atlético levou o jogo sem violência?, declarou.