Atlético vence o Botafogo e sobe na tabela

No ritmo frenético da galera, o Furacão voltou a soprar forte na Arena e despachou o Botafogo. A vitória por 2 a 0 afastou o clube ainda mais da zona de rebaixamento e dá moral necessária para o próximo compromisso, diante do Vasco, também em Curitiba. O resultado confirmou o 100% de aproveitamento de Ney Franco no estádio atleticano e comprovou a fama de pé-quente contra o time da Estrela Solitária. Comandando o Ipatinga (MG), Flamengo e agora o Atlético, o treinador sempre teve o Botafogo como freguês.

O Rubro-Negro começou pressionando o adversário e tentando impor seu ritmo, explorando a velocidade. Em dez minutos, o time conseguiu três escanteios, mas não levou perigo ao gol de Júlio César. Em compensação, o Botafogo, que imprimia uma forte marcação, encaixou dois contra-ataques fulminantes. Numa tabelinha envolvente entre Alessandro e Dodô, o artilheiro não abriu o placar devido a boa intervenção do goleiro Viáfara. Essa foi a única chance criada pelo time carioca durante toda a etapa inicial.

A partida permaneceu equilibrada até os 16 minutos, com o Furacão tendo maior volume de jogo e canalizando suas jogadas ofensivas pela direita, com Jancarlos e Ferreira. A dupla estava sintonizada e após uma boa jogada do colombiano saiu o primeiro gol atleticano. O camisa 11 se livrou da marcação de Alessandro e tocou com precisão para Jancarlos, que só teve o trabalho de deslocar o goleiro botafoguense.

A partir do gol, o time da Estrela Solitária teve que se abrir um pouco mais e o jogo ficou mais dinâmico, com as duas equipes buscando o gol. Entretanto, aos 37, mais uma vez a qualidade de Ferreira fez a diferença. Marcelo Ramos roubou a bola no meio-campo e lançou o baixinho que, da lateral direita, cruzou com perfeição no segundo pau. Michel, em uma jogada que foi ensaiada durante a semana, chegou de surpresa e testou forte para o fundo das redes.

O Botafogo sentiu e por pouco o Rubro-Negro não fez o terceiro aos 41. Antônio Carlos cabeceou sozinho, dentro da área, e desperdiçou grande oportunidade. Na saída para o intervalo, o destaque atleticano disse que os gols deram tranqüilidade para a equipe fazer um bom 2.º tempo. E foi isso o que se viu.

Com o resultado adverso, Mário Sérgio mandou seu time para frente em busca do empate. Mas o Atlético manteve-se bem postado em campo e não vacilou na marcação.

Explorando os contra-ataques, o Furacão mandou no jogo e criou diversas chances para aplicar uma goleada no adversário. No entanto, devido ao excesso de preciosismo, não ampliou o placar. Abatido em campo, o Botafogo não ameaçou a supremacia do Atlético, que administrou o jogo até o apito final.

29 Rodada do Campeonato Brasileiro

Atlético PR 2 x 0 Botafogo

Local: Estádio Joaquim Américo, Arena da Baixada, em Curitiba

Atlético: Viáfara; Danilo, Rhodolfo e Antônio Carlos; Jancarlos, Valencia, Netinho, Claiton e Michel; Ferreira e Marcelo Ramos. Técnico: Ney Franco.

Botafogo: Júlio César; Alessandro, Juninho, Renato Silva e Moreno; Coutinho, Joilson, Zé Roberto e Adriano Felício Alberoni aos 34? do 2); Dodô e Reinaldo (Thiago Marinaos 37? do 2). Técnico: Mário Sérgio.

Árbitro: Lourival Dias Lima Filho (BA)

Assistentes: Alessandro Matos (BA) e Marcelo Barison (RS)

Gols: Jancarlos (A) aos 16 e Michel (A) aos 37 do 1;

Cartões amarelos: Joilson, Coutinho, Juninho e Alberoni (B); Jancarlos e Ferreira (A)

Público pagante: 11037

Público total: 1213

Renda: 167.685

Time abre quatro pontos da degola

Tudo deu certo para o Atlético na noite de ontem. A equipe voltou a jogar bem e os resultados da rodada ajudaram o Rubro-Negro a subir para a 10.ª posição na tabela. Mas como o objetivo principal ainda é fugir da zona de rebaixamento, antes de pensar em Sul-Americana, o técnico Ney Franco comemorou os quatro pontos que o time abriu da turma de baixo da tabela.

Segundo o treinador, o Furacão dominou o adversário durante os noventa minutos e teve a partida sob controle. Elogiou o desempenho de seus jogadores e disse que a derrota vexatória para o Náutico trouxe ensinamentos, apesar de considerar aquela partida atípica.

Um dos destaques do Atlético ontem foi o ala Michel, que retornou à titularidade após um longo tempo afastado. Segundo ele, o momento é bom para o Atlético embalar e se afastar definitivamente da zona da degola. ?Quem sabe daqui umas três partidas poderemos pensar em algo a mais, quem sabe uma Sul-Americana. Agora é fugir da zona de rebaixamento?, finalizou.

Hoje à tarde, os jogadores que não atuaram contra o Botafogo fazem um jogo-treino e, amanhã, Ney Franco comanda um trabalho tático para definir o time que enfrenta o Vasco. Para a partida de domingo, o ala Jancarlos está suspenso, devido ao terceiro cartão amarelo.

Nova Arena não terá fosso ?medieval?

Cahuê Miranda

Projetada para a Copa do Mundo de 2014, a nova Arena da Baixada vai romper antigos paradigmas. Entre todas as inovações apresentadas pelo Atlético no último sábado, uma promete causar muita polêmica. Em seu novo estádio, o Furacão prevê o fim do fosso e de qualquer separação física entre o público e o campo de jogo.

A medida está nos planos dos dirigentes rubro-negros desde 2005. ?A Arena será o primeiro estádio do País sem fosso ou alambrado. A Fifa nos obriga que não tenhamos mais essa coisa medieval?, declarou, na época, o presidente Mário Celso Petraglia.

O modelo é adotado em alguns países da Europa, especialmente na Inglaterra. É uma forma de diminuir a distância entre torcida e jogadores e, sobretudo, uma das conseqüências de um novo conceito em segurança nos estádios.

Após o acidente no estádio de Hillsborough, em 1989, quando 96 torcedores morreram esmagados contra os alambrados, os ingleses decidiram abolir em seus estádios qualquer barreira entre os torcedores e o gramado. O campo de jogo passou a ser considerado uma das principais áreas para a evacuação das arquibancadas em caso de emergência, como um incêndio ou qualquer situação que provoque pânico e tumulto.

Escoamento

Esse foi o conceito adotado na nova Arena, cujo projeto inclui um detalhado plano de escoamento. Segundo os números apresentados pelo Atlético, em situação normal o torcedor poderá deixar o local em 5 minutos. Em caso de emergência, o tempo cai para 2 minutos. O estádio, quando lotado, poderia ficar totalmente vazio em apenas 6 minutos.

Invasões

Com o fim do fosso e de qualquer tipo de alambrado, muitos receiam que a Arena se torne um estádio vulnerável a invasões de campo e a um confronto entre torcidas. O clube acredita que isso será prevenido pela presença de seguranças e policiais, aliada a uma nova cultura do torcedor e também a punições severas a quem extrapolar os limites.

Mais cadeiras

Na nova Arena, a extinção do fosso também foi uma solução para aumentar a capacidade de público. No lugar dele, mais três degraus de arquibancadas no 1.º anel do estádio poderão ser construídos. A medida foi fundamental para que o clube chegasse ao número de 41.375 cadeiras.

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