Pelo segundo ano consecutivo, a final da Liga dos Campeões da Europa contará com dois times do mesmo país na decisão. Depois de o Bayern de Munique ter enfrentado o Borussia Dortmund para ficar com o título em 2013, agora será a vez de o Atlético de Madrid encarar o rival Real Madrid na luta pela taça. Nesta quarta-feira, a equipe espanhola comandada por Diego Simeone superou o Chelsea por 3 a 1, de virada, no Stamford Bridge, em Londres, e carimbou seu passaporte para a final que será realizada em Lisboa, no Estádio da Luz, no dia 24 de maio.
Assim, o Atlético jogará pela segunda vez na sua história a decisão do principal torneio interclubes do Velho Continente, depois de ter sido vice-campeão europeu em 1974, quando caiu diante do Bayern de Munique. O retorno à final tão desejada após 40 anos serviu para coroar ainda mais o ótimo momento vivido pelo clube, que chega invicto ao jogo que valerá o título e com o status de líder disparado do Campeonato Espanhol, com quatro pontos de vantagem sobre o vice-líder Barcelona.
Já o Chelsea, campeão em 2012 e vice em 2008, desperdiçou a oportunidade de avançar pela terceira vez à final da Liga dos Campeões. Curiosamente, a derrota desta quarta-feira também marcou a quarta eliminação seguida de José Mourinho na semifinal da competição. Antes deste revés, o português amargou três quedas seguidas nesta fase, todas sob o comando do Real Madrid, primeiro contra o Barcelona e depois contra Bayern e Borussia Dortmund.
O JOGO – Disposto a fazer história, o Atlético de Madrid não se intimidou com a pressão imposta pelo fato de atuar contra um gigante fora de casa desde o início. Já aos 4 minutos, Koke quase marcou ao aproveitar um rebote de um escanteio batido por ele próprio e bater por cobertura para a bola acertar o travessão e depois no pé da trave esquerda de Schwarzer, antes de Gary Cahill afastar no susto em seguida.
O Chelsea, que entrou em campo com David Luiz, Ramires e Willian como titulares do meio-campo, mas sem Oscar, barrado por Mourinho, sofria para criar jogadas ofensivas e só foi conseguir dar o primeiro chute de maior perigo aos 14 minutos. Willian, em cobrança de falta da meia-lua, assustou o goleiro Courtois.
David Luiz, por sua vez, foi outro que apareceu com destaque na frente aos 22 minutos, quando recebeu cobrança de lateral da direita, ajeitou e finalizou de bicicleta, com perigo, à direita de Courtois.
Mais efetivo, o Chelsea acabou abrindo o placar aos 35 minutos. Em ótima jogada pela direita, Willian se livrou de dois marcadores com bela finta e tocou para Azpilicueta, que cruzou para Fernando Torres entrar batendo de primeira. A bola ainda desviou em um defensor e traiu Courtois. Em respeito ao clube do seu coração na Espanha e onde se formou como jogador, o atacante não comemorou.
O Atlético, porém, não se abalou com o gol sofrido e conseguiu achar o empate já aos 43 minutos. Tiago fez cruzamento da esquerda, Juanfran acreditou em uma bola quase perdida no segundo pau e tocou para trás para Adrian López bater de primeira, no ângulo direito de Schwarzer.
Naquele momento, o Atlético passava a obrigar o Chelsea a fazer mais um gol, pois o duelo de ida terminou em 0 a 0, mas mesmo assim a equipe espanhola seguiu atuando de forma corajosa na etapa final. Já aos 2 minutos, Juanfran quase marcou ao chutar cruzado e ver Schwarzer espalmar para fora.
E a missão do Chelsea começou a ficar mais difícil aos 13 minutos, quando Eto’o, estabanado na grande área, fez pênalti infantil em Diego Costa ao acertar a canela do brasileiro naturalizado espanhol com uma solada. E o próprio atacante foi para bola e marcou, chutando no canto oposto de Schwarzer, aos 14 do segundo.
Precisando agora de dois gols para ir à final, a equipe inglesa tratou de ir para cima do rival de forma alucinada e quase empatou aos 18 minutos. Após cruzamento da esquerda, David Luiz acertou a trave em forte cabeçada, antes de Courtois, que pertence ao Chelsea, espalmar no rebote.
A tarefa do Chelsea já era muito difícil naquele momento e, aos 26 minutos, o Atlético acabou de vez com as chances do time de Mourinho. Juanfran deu belo cruzamento para Arda Turan, que cabeceou para a bola pegar na trave e voltar nos pés do próprio camisa 10. E, calmo, ele bateu rasteiro sem chances para Schwarzer.
A partir daquele gol o Atlético precisou apenas administrar a vantagem diante de um Chelsea já sem condições de furar a ótima defesa da equipe espanhola, que agora terá a chance de coroar o grande momento que atravessa diante do Real de Cristiano Ronaldo, que na última terça-feira fez história ao marcar dois gols e ajudar o seu time a golear o Bayern de Munique por 4 a 0, no jogo de volta da segunda semifinal. O português, então, se tornou o maior artilheiro de uma única edição da Liga dos Campeões, com 16 gols.