Naquele que foi considerado o maior Atletiba de todos os tempos, o sentimento ao final da partida foi de frustração. Nem Atlético nem Coritiba atingiram seus objetivos. Mesmo que a torcida rubro-negra tenha aplaudido a equipe pela brava vitória por 1 x 0 contra o Coxa, o resultado não serviu de nada. Na Arena da Baixada, pela segunda vez na temporada, o Alviverde viu escapar entre os dedos a vaga na Libertadores – a primeira foi na Copa do Brasil. Já o Furacão amargou o rebaixamento para a Série B de 2012.
Esperado como nunca, o clássico da última rodada do Campeonato Brasileiro era prenúncio de fortes emoções e preocupação com a segurança. O frenesi tomou conta da cidade, que respirou o confronto durante toda a semana. De um lado, o drama do Furacão lutando contra o rebaixamento; do outro, a euforia de um time que estava chegando a um lugar em que ninguém mais esperava: uma vaga na Libertadores. As duas equipes, inclusive, adotaram a tática de se blindar durante os treinamentos, falar só o necessário, e com cuidado, e esconder ao máximo o futebol para não dar chance ao “inimigo”.
Mas bastou rolar a bola para que as estratégias ficassem nítidas ao torcedor. Enquanto o desesperado Atlético buscava sobreviver na Primeira Divisão de qualquer maneira, o Coritiba queria esfriar a partida para tentar definir o placar num contra-ataque. Paulo Baier teve duas oportunidades e Deivid uma, enquanto a torcida do Coritiba só comemorava os gols do Cruzeiro, que iam rebaixamento o rival. Penando, o técnico Marcelo Oliveira resolveu apostar em Tcheco na vaga de Everton Costa na etapa final, mas foi Nieto quem quase abriu o placar desviando de cabeça.
A torcida da casa sentiu que a Série B já era realidade, porque a Raposa estava goleando o Galo, e tratou de cair de cabeça erguida cantando cada vez mais forte. Já a galera alviverde deu a resposta e também cantou alto, mas quem se inflamou foi o Furacão. O consolo era quebrar um tabu de mais de três anos e tirar a vaga da Libertadores do rival. Dominando a partida, o Atlético tentava superar as próprias limitações e acabou chegando ao gol da vitória na jogada que sabe fazer: Paulo Baier levantou bola na área para alguém entrar de cabeça. O herói da vez foi Guerrón., aos 27 do 2.º tempo.
Vencendo, o Atlético tratou de se segurar, mas não teve muito trabalho porque fora de casa o Alviverde voltou a tropeçar nas próprias pernas e no nervosismo, que aumentou na medida em que o estádio ecoava o grito de “o sonho acabou” e “Libertadores”, uma ironia da torcida atleticana, que procurou cair de pé.
