Valquir Aureliano |
Volante colombiano Valencia tomou conta do meio-campo e não deu chances aos adversários. |
Em um jogo de baixo nível técnico, o Atlético conquistou o que havia se proposto: 3 pontos a mais na classificação e um salto rumo à vaga definitiva na Sul-Americana 2008. Com a vitória por 2 a 0, os Rubro-Negro manteve o 100% de aproveitamento na Arena, sob o comando de Ney Franco, e assumiu a 10.ª posição no Brasileirão, ganhando tranqüilidade para trabalhar durante a semana em busca de mais uma vitória na competição. O próximo adversário é o Cruzeiro, em Belo Horizonte.
Embalado pela campanha em casa e com o apoio da torcida, o Furacão iniciou a partida em busca do gol, mas encontrou um adversário armado no esquema 3-6-1, que jogava recuado e congestionava o meio-campo. Com essa tática, o time de Natal conseguiu abafar o ímpeto do Atlético, que se via obrigado a fazer a saída de bola com os zagueiros. Assim, o que se viu no primeiro tempo foi um grande número de erros de passes e bolas rifadas pela zaga rubro-negra.
Apesar das dificuldades, o Atlético mandava no jogo. A primeira boa oportunidade foi aos 15 minutos. Marcelo Ramos cruzou e Antônio Carlos perdeu um gol feito, cabeceando a bola na trave. A pressão surtiu efeito cinco minutos mais tarde e graças a velocidade e inteligência do craque Ferreira. O colombiano aproveitou a indecisão da dupla de zagueiros americanos, se antecipou a Rogélio e, com a bola dominada, chutou rasteiro no canto direito do goleiro Sérvulo. Esse foi o segundo gol consecutivo de Ferreira no Brasileirão, jogando em Curitiba.
Com o vantagem no placar, o Atlético tentou liquidar o adversário nos minutos seguintes e teve oportunidades para isso. Aos 23, Netinho cobrou bem uma falta, obrigando Sérvulo a uma providencial defesa. Em seguida, num contra-ataque, mais uma vez Ferreira desequilibrou. Numa jogada inteligente, ele abriu as pernas para a passagem da bola, que sobrou para Marcelo Ramos desperdiçar num arremate fraco.
Depois disso, o time da casa se acomodou e o jogo ficou modorrento até o final do 1.º tempo.
Tranqüilidade
Na etapa complementar, o América adiantou a marcação e abriu mão de jogar apenas com um atacante. Equiparou o jogo e passou a dar trabalho à defesa atleticana. Mas a audácia do time potiguar foi brecada aos 20 minutos, após uma cobrança de escanteio. Netinho cruzou e depois do bate-rebate na área do América, Marcelo Ramos chutou. O goleiro deu rebote e, na dividida com o zagueiro Rhodolfo, a bola morreu no fundo da rede americana. O segundo gol deu a tranqüilidade necessária para o Furacão administrar a partida e tentar ampliar nos contra-ataques. Porém, o terceiro gol não aconteceu devido ao preciosismo do camisa 9. Marcelo recebeu de Ferreira e, ao tentar encobrir o goleiro, perdeu a chance de fazer mais um.
32.ª rodada do Campeonato Brasileiro
Atlético-PR 2 x 0 América-RN
Local: Estádio Joaquim Américo – Arena da Baixada, em Curitiba
Atlético: Vinícius; Rhodolfo, Danilo e Antônio Carlos; Jancarlos, Valencia, Netinho (Taílson aos 31? do 2º), Claiton e Michel; Ferreira e Marcelo Ramos (Ramon aos 40? do 2º). Técnico: Ney Franco.
América: Sérvulo, Carlos Eduardo (Washinton aos 34? do 2º), Robson e Rogélio; Ney Santos, Marquinhos Mossoró, Reinaldo (Wesley aos 25?do 2º), Leandro Sena e Berg (João Neto aos 42? do 2º); Geovane e Wesley Brasília. Técnico: Paulo Moroni.
Árbitro: Francisco de Assis Almeida Filho (CE)
Assistentes: Hilton Moutinho Rodrigues (FIFA-RJ) e Angela Paula Regis Ribeiro(MG)
Gols: Ferreira aos 19? do 1.º e Rhodolfo aos 20? do 2.º
Cartões amarelos: Rhodolfo (Atlético); Ney Santos e Leonardo Sena (América)
Público pagante: 14.912
Público total: 16.927
Renda: R$ 229.542,50
Libertadores ainda está nos planos pro ano que vem
Invencibilidade na Arena e possibilidade de sonhar mais alto no Brasileirão. Esse foi o saldo obtido pelo Atlético após a vitória diante do rebaixado América-RN. Mas o jogo não foi fácil como muitos pensavam. O time potiguar entrou fechado e congestionou o meio-campo, dificultando as jogadas rubro-negras. ?Forçamos muito pelo meio e daí ficou difícil. Bom que fizemos o gol ainda no 1.º tempo. O Atlético, se não foi brilhante, foi competente?, analisou Ney Franco.
De acordo com o treinador, apesar das dificuldades, o time paranaense não correu risco em nenhum momento da partida – obteve a 6.ª vitória na Arena (sob seu comando) e completou o 4.º compromisso sem levar gols. ?Aos poucos estamos corrigindo erros e agora, com os resultados da rodada, podemos traçar novos planos na competição?, afirmou.
Para Ney Franco, a intenção é permanecer na luta por uma vaga à Sul-Americana. Entretanto, no decorrer das rodadas, se os adversários melhor classificados tropeçarem, a Libertadores passa a ser a nova meta.
A idéia é compartilhada pelos jogadores. ?Tem que ir passo a passo. Vamos ver é no decorrer dos jogos se teremos chances de brigar pela Libertadores. Ainda é um sonho?, afirmou o zagueiro Rhodolfo. Para o defensor, a partir da chegada de Ney Franco, a equipe adotou o sistema 3-5-2 e ganhou melhor rendimento. ?Com o Ney, a equipe se fechou e o esquema ajudou na marcação. O grupo está bem unido?, finalizou.