Atlético vai cobrar os prejuízos do estádio

O Atlético não vai deixar barato os estragos causados pelos torcedores do Coritiba no clássico de sábado. O clube irá analisar imagens do circuito interno de tevê e das emissoras que transmitiram a partida para identificar os vândalos, que provocaram um quebradeira na Arena durante o confronto. Os dirigentes rubro-negros querem cobrar na Justiça os prejuízos causados ao estádio. Ontem, o clube contabilizou as perdas e começou a recuperar o estádio para a próxima partida.

Ao todo, foram destruídos uma porta da entrada principal do banheiro masculino dos visitantes, quatro portas dos reservados, dois vasos sanitários, sete corrimões de arquibancada, várias placas de sinalização, o toldo que cobre o quadro dos informes da competição e duas catracas eletrônicas.

De acordo com André Indjaian, assessor de patrimônio, o relatório completo dos prejuízos ainda não está concluído porque o clube está fazendo os últimos levantamentos. “A gente ainda não sabe se poderá consertar as catracas ou terá que comprar novas”, apontou. Cada uma custa cerca de R$ 30 mil. “Ainda bem que teremos bastante tempo para consertar os estragos”, continua. O próximo compromisso do clube em casa será no dia 2 do mês que vem, contra o São Caetano, já a partida contra o Vitória será em Londrina.

Apesar de já estar providenciando a recuperação da Arena, a direção do Furacão quer cobrar na Justiça todo o prejuízo causado no sábado. Uma coisa, no entanto, já está descartada: o Coritiba e a torcida organizada Império Alviverde não devem ser interpelados judicialmente. Segundo o departamento jurídico do clube, o caminho é identificar os culpados e processar cada um individualmente.

Durante o confronto de torcedores e Polícia Militar apenas um coxa-branca foi preso. Para encontrar os demais, a arma será o videoteipe. O clube tem imagens da entrada da torcida adversária através do circuito interno, que acabou não sendo atingido pelos torcedores. Além de imagens próprias, os dirigentes também estão correndo atrás de gravações de emissoras de tevê para ajudarem a encontrar os culpados pelo quebra-quebra. Hoje, deverá ser finalizado o relatório sobre os prejuízos causados e sobre as medidas a serem tomadas.

PM reconhece dificuldades e sugere “uma torcida só”

Gisele Krodel Rech

Mais um Atletiba. E mais uma triste história envolvendo violência no estádio. O clássico do último sábado, disputado na Arena da Baixada, não foi marcado apenas pela recuperação do Atlético Paranaense após a vitória por 2 a 0. Parte da torcida do Coritiba protagonizou cenas de saqueamento e agressões a policiais militares que estavam envolvidos na segurança do clássico.

Segundo o comandante do 12.º Batalhão, tenente-coronel Daniel Alves de Carvalho, a única solução para problemas desse nível é proibir a presença de torcida adversária em clássico, seja em qual estádio for. “Se o clássico tiver uma só torcida, a probabilidade de acontecer cena de violência é mínima”, acredita. O argumento do policial tem base no Estatuto do Torcedor, que prevê punição ao clube que tem o mando de jogo. “Como os torcedores adversários sabem que se atiram objetos no gramado quem vai ser punido é o rival, eles fazem isso com disposição”, diz. Foi o que aconteceu no clássico. Segundo o comandante, no intervalo do jogo, quando o resultado se desenhava favorável ao Rubro-Negro, torcedores se uniram para arrancar vasos sanitários, azulejos e corrimãos, que também serviram de arma no momento em que os policiais tentaram deter os vândalos. “Alguns saquearam o bar disponibilizado para a torcida adversária e usaram as latas para ser arremessadas no gramado.”

Apesar de toda a confusão e do saldo de dois policiais feridos, apenas um torcedor foi detido e encaminhado para a delegacia. O nome do elemento não foi divulgado pela Polícia Militar. Indagado sobre a aplicação das medidas adotadas no Rio de Janeiro, que tem banido dos estádios os torcedores que se excedem, o comandante foi enfático. “Num universo de torcedores muito maior do que o de policiais, fica difícil fazer esse trabalho. E a punição teria que partir do Ministério Público. Mas não deixa de ser um assunto que pode ser discutido. Afinal, tudo é válido para que cenas como as de sábado sejam definitivamente banidas do futebol.”

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