O Atlético encontrou uma fórmula de parceria inovadora que promete rechear o elenco de bons jogadores, de graça, com a possibilidade de lucrar muito com vendas futuras. A Ferroviária de Araraquara foi o clube escolhido para tocar esse projeto que está em pleno funcionamento desde a metade do ano passado. A Tribuna 98 detalha pela primeira vez como é a parceria, as idas e vindas de jogadores, e o nome dos reforços do Furacão para 2015.
A relação das duas equipes é antiga. Desde 2004 as duas equipes estão interligadas pela proximidade dos negócios mantidos pelo presidente Mário Celso Petraglia na região. Sofreu um baque por causa de uma falha de comunicação entre Welson Alves Júnior, o Juninho, e o presidente atleticano. Na ocasião o Atlético teria a preferência da compra do meia Renato Cajá, mas o negócio não aconteceu e a relação ficou estremecida. No ano passado, um novo acordo foi formulado e houve a reaproximação. Agora, Sidcley de Menezes, ex-diretor do Arapongas, é o elo entre as equipes.
A parceria funciona da seguinte forma: o Atlético envia jogadores ao time paulista e paga seus salários. Os valores destes salários são tabulados numa espécie de conta virtual, gerando uma dívida para a Ferroviária que terá que pagar por esses jogadores com outros jogadores. As promessas do clube paulista serão escolhidas pelos paranaenses, que terão direito a, pelo menos, 50% dos direitos federativos (o restante é dividido entre Ferroviária e atleta).
O formato atual desagrada a Juninho, ex-presidente, que participou da idealização da parceria. “Vamos imaginar que o Atlético mande dez jogadores com média salarial de R$ 10 mil. Fica uma conta débito de R$ 100 mil por mês. Depois de seis meses teremos que revelar muitos jogadores, senão ficaremos com uma dívida muito grande com o Atlético”. Para o Atlético, é um grande negócio.
Juninho acredita que o critério para envio de jogadores do Atlético para a Ferroviária precisa ser revisto. “Não é porque o jogador está no time grande e vai para o menor e será titular. Se vem só para cumprir contrato, a Ferroviária fica com a dívida e o jogador acaba não rendendo”, disse. Mas o cartola reconhece a importância da parceria. Para ele, o Atlético foi diretamente responsável por ajudar o clube a deixar a quarta divisão e estar na disputa pelo acesso à elite do Paulistão. “Hoje o Atlético é estruturado um clube grande do país. Sem dúvida os pequenos precisam dessa parceria”. O Atlético foi procurado para comentar a parceria, mas não quis se manifestar.