O tabu continua de pé, mas não do jeito que a torcida rubro-negra queria. Com a Arena da Baixada lotada, o Atlético empatou em 1 a 1 com o time reserva do São Paulo e desperdiçou dois pontos em casa. A galera não gostou nada do que viu e voltou para casa preocupada com o péssimo futebol mostrado pelo Furacão.
Com o resultado, o Rubro-Negro manteve a escrita de nunca ter perdido para o tricolor paulista em seu estádio. Mas os atleticanos não viram motivos para comemorar. O empate frustrou logo de cara a meta de conquistar 100% de aproveitamento em casa e deixou mais uma vez evidente a falta de força ofensiva do time da Baixada.
Nem mesmo a péssima arbitragem do carioca Djalma José Beltrami Teixeira serviu de justificativa. O juiz irritou os dois times ao inverter faltas, não deixar o jogo correr e falhou em dois lances decisivos. Mas foi a maior qualidade do São Paulo que definiu o resultado, que por pouco não foi ainda pior para o Furacão.
Preocupado com a disputa da Libertadores, o técnico Muricy Ramalho poupou todos os titulares do São Paulo. Inclusive Dagoberto, Aloísio e Jancarlos, os principais ?inimigos? da torcida rubro-negra. O atacante Borges e o veterano lateral Júnior, que jogou como meia, eram os mais conhecidos. O resto do time era quase todo formado por jovens promessas do clube do Morumbi.
No início do jogo, parecia que o Atlético se aproveitaria da situação. Já nos primeiros minutos, criou três boas chances, com Netinho, Danilo e Leandro Bambu. O gol saiu aos 14 minutos, quando Nei bateu escanteio pelo lado esquerdo, o goleiro Bosco saiu mal e Danilo, de cabeça, desviou para a rede.
O Furacão mandava no jogo. Mas, inexplicavelmente, após sair na frente, se retraiu na defesa e deu espaço para o São Paulo dar a resposta. Júnior, Juninho, de falta, e Wellington tiveram a oportunidade de empatar ainda na primeira etapa.
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O técnico Ney Franco não mudou a equipe no intervalo e o Atlético voltou para o segundo tempo mostrando os problemas que se tornaram crônicos desde as saídas de Clayton e Ferreira. Com Netinho bem marcado e Léo Medeiros inoperante pela ala esquerda, o volante Alan Bahia era o principal articulador da equipe. Como resultado, a bola não chegava em Marcelo Ramos, isolado no ataque, e o time tomava sufoco da gurizada tricolor.
Com mais uma péssima atuação, Pedro Oldoni irritou a torcida até ser substituído por Rogerinho. O Furacão melhorou um pouco com a alteração, mas o São Paulo continuava dominando a partida e poderia ter chegado ao empate aos 13?. Nei desarmou Alex Cazumba dentro da área e o árbitro marcou pênalti. Mas o bandeirinha já havia assinalado impedimento, que não existiu.
Sufoco
O tricolor não desanimou e só não chegou lá antes devido à boa zaga rubro-negra, que continuou segura mesmo sem Antônio Carlos e Rhodolfo. E também por falta de sorte, quando Juninho e Rafael acertaram a trave.
Mas o gol de empate só saiu após mais uma falha de Djalma Beltrami. Aos 34?, o volante rubro-negro Valencia foi apoiar o ataque e sofreu falta. O árbitro não marcou, Júnior aproveitou o espaço, puxou o contragolpe e cruzou rasteiro para Éder Luís, que bateu de primeira, sem chances para Vinícius: 1 a 1. Resultado justo pelo futebol mostrado pelas duas equipes e que permaneceu até o apito final.
Agora, o Atlético tem a chance de se recuperar em mais um jogo na Baixada, contra o Atlético-MG, no próximo domingo. O São Paulo pega o Coritiba, no Morumbi. Mas antes disso, o tricolor decide uma vaga nas semifinais da Libertadores contra o Fluminense, na próxima quarta-feira.
BRASILEIRÃO 2008
2.ª rodada
ATLÉTICO 1 x 1 SÃO PAULO
Atlético
Vinícius; Leandro Bambu, Alex Fraga e Danilo; Nei, Alan Bahia, Valencia (Zé Antônio, 37? 2.º tempo), Netinho e Léo Medeiros (Kaio, 16? 2.º tempo); Pedro Oldoni (Rogerinho, 10? 2.º tempo) e Marcelo Ramos. Técnico: Ney Franco.
São Paulo
Bosco; Bruno, Aislan e Juninho; Éder, Joílson, Júnior, Welligton (Rafael, intervalo) e Alex Cazumba; Borges e Éder Luís (Sérgio Motta, 41? 2.º tempo). Técnico: Muricy Ramalho.
Gols: Danilo (A), 14? do 1.º tempo; Éder Luís (S), 34? do 2.º tempo.
Árbitro: Djalma José Beltrami Teixeira (RJ).
Assistentes: Dibert Pedrosa Moisés (Fifa-RJ) e Ediney Guerreiro Mascarenhas (RJ).
Cartões amarelos: Leandro Bambu, Alan Bahia, Léo Medeiros (A); Juninho e Rafael (S).
Cartão vermelho: Aislan (S), 48? do 2.º tempo.
Público: 19.844 pagantes (21.569 total).
Renda: R$ 369.532,50.
Local: Arena da Baixada, em Curitiba (PR).