Ciências aplicadas

Atlético traz “cientista” para o departamento de futebol

A parada forçada do Brasileirão pode mudar os rumos de um time na competição. Exemplos não faltam. Para aproveitar este tempo da melhor maneira possível, o Atlético tem promovido uma série de mudanças em sua equipe, seja no elenco propriamente dito, seja na direção de futebol, passando pelo comando técnico e também por outros integrantes da comissão técnica. Experto em utilizar a ciência a favor do bom desempenho em campo, o Furacão apostou na contratação de Márcio Corrêa, discípulo do professor Antônio Carlos Gomes – um dos principais responsáveis pela inclusão de estudos científicos no dia a dia do futebol Rubro-Negro.

Além do profissional, o Atlético trouxe também uma nova filosofia de trabalho que abrange não só o preparo físico do atleta. Agora o condicionamento do corpo será trabalhado junto com o técnico, a esquematização tática e o cuidado psicológico. “Temos que melhorar a capacidade dos atletas. Hoje não separamos físico, técnico, tático e psicológico. Em cada treinamento vai haver uma disputa e a inclusão do material de jogo, que é a bola”, disse, pouco depois de ser apresentado no clube.

Para lhe ajudar, Corrêa terá a juventude e o preparo acadêmico de André Fornaziero. Com apenas 30 anos, ele é mestre em fisiologia da performance e trabalhava no Paraná Clube. “Atualmente o futebol exige alguns conceitos aplicados no campo. Nossa função é monitorar, ver a resposta dos atletas e se a carga está bem aplicada. Temos que estudar também o treinamento, não apenas os jogos”, disse. “O desafio na preparação dos jogadores atualmente é transformar os treinamentos em um ‘laboratório’, no sentido de ser um local onde são observados imediatamente os resultados, possibilitando uma série de vantagens durante a atividade”, disse Fornaziero.

Os treinos deverão ser parecidos uns com os outros durante toda a intertemporada. Isso fará com que o jogador assimile que o tempo todo tem a bola como ferramenta de trabalho e a vitória como objetivo diário. “Não existe uma separação. Do começo ao fim poderemos observar os treinos parecidos, com intensidades, densidades e volume diferenciados para alcançar o objetivo. Todos os treinos com fundamento de jogo e posicionamento que a equipe deve ter na partida”, explicou Correia.

A facilidade para passar seus conceitos vem de sua origem na profissão. O próprio Correia se considerava o “braço esportivo” de Antônio Carlos Gomes e tem tido dificuldades para encarar o terno e a gravata. “Esses dias precisei usar e me incomodei. Meu negócio é calção e camiseta”, disse, revelando que suas experiências práticas têm contribuído para o enriquecimento teórico.

Grupos de WhatsApp da Tribuna
Receba Notícias no seu WhatsApp!
Receba as notícias do seu bairro e do seu time pelo WhatsApp.
Participe dos Grupos da Tribuna