Atlético torce primeiro e entra em campo depois

Não há muito o que pensar. Se o Atlético ainda quer alguma coisa na Copa dos Campeões, terá que vencer o Goiás, hoje, às 18h15, no estádio Plácido Castelo. E, reflexo da má campanha da equipe no torneio, o Rubro-Negro não depende apenas de si para chegar às quartas-de-final, mas também do Flamengo, que enfrenta o São Caetano na preliminar.

Fortaleza, Ceará – Se os cariocas não vencerem, a partida de fundo torna-se um amistoso de luxo para o único representante do Paraná na competição, que é o principal atalho para a Taça Libertadores da América.

Isso pode parecer um certo fatalismo, mas foi o próprio Atlético que se colocou nesta situação, perdendo as duas partidas que realizou na Copa dos Campeões, para os times que se enfrentam às 16h. E, além de torcer por uma vitória carioca, os paranaenses precisam contar com o saldo – se o Flamengo vencer por um gol de vantagem, o Atlético necessita marcar dois gols de diferença sobre o Goiás. Por isso, todos torcem como nunca para o time dos ex-coxas Liédson e Messias. “Estamos contando com o Flamengo, e temos certeza que eles vão vencer”, garante o volante Cocito.

Com a ajuda externa, o Atlético pode entrar em campo dependendo apenas de si – se o Flamengo abrir vantagem sobre os paulistas, até mesmo uma vitória simples pode classsificar o Rubro-Negro. Mas vitória foi o que o Atlético não conseguiu na competição, e foi nesse ponto que o técnico Carlos de Oliveira Carli (Riva) tocou durante a semana de treinos, que se encerrou ontem, no campo do Uniclinic. “Lembrei a eles de fatos que aconteceram em anos anteriores e que podem muito bem se repetir agora. Precisamos confiar nas nossas qualidades e no nosso poder de reação”, explica.

E se o elenco precisava de motivação, ele conseguiu incutir na mente dos jogadores o quão importante é o jogo – no recém-iniciado semestre, o Atlético já entra em campo para uma partida decisiva. “É um jogo fundamental. Se queremos voltar a disputar uma Libertadores, esse é o passo decisivo”, admite o goleiro Flávio. Para o treinador, não se pode desperdiçar uma chance como a da Copa dos Campeões – e ele acredita que o momento é de evolução. “Gostei muito dos treinamentos dessa semana, e senti uma melhora sensível na equipe”, analisa.

Riva voltou a usar o esquema 3-5-2, com um estilo muito semelhante ao usado por Geninho durante o campeonato brasileiro do ano passado – principalmente no meio, onde Rodrigo fará a função que foi de Kléberson e Dagoberto será o ?substituto? de Adriano. “Precisamos de um jogador que nos auxilie no ataque, e o Dagoberto vai ter essa função”, diz Alex Mineiro, que será mantido na frente ao lado de Kléber. Este tem motivação especial para jogar, pois os diretores do Lille (clube francês que tem interesse no atacante) devem estar no Castelão acompanhando o jogo. “É melhor nem falar nisso. Quero pensar só no Goiás”, desconversa.

Com essa formação que privilegia o ataque e tenta manter a força defensiva, o Atlético entra em campo sabendo do que precisa – uma vitória, nem que seja para aliviar o ambiente carregado, principalmente após a derrota para o São Caetano. E o jogo vale também a honra atleticana – afinal, se for derrotada, a equipe deixa a competição com a pior campanha entre os dezesseis participantes. “No mínimo temos que fazer a nossa parte. Se o Flamengo fizer ou não é outra história”, resume Dagoberto.

Luisinho Netto de novo. Para resolver

Fortaleza

– O tempo passa, o tempo voa, e de vez em quando o Atlético acaba precisando de Luisinho Netto. O lateral, como em outras oportunidades, ganha a vaga de titular em um momento decisivo do Atlético, e pode ser uma arma decisiva para a classificação às quartas-de-final da Copa dos Campeões. Este ano, o lateral ?artilheiro? marcou apenas três gols, mas eles foram importantes – e em algumas das melhores atuações do time na temporada. Hoje, contra o Goiás, a história pode se repetir.

Luisinho não é o que se pode chamar de jogador com vaga cativa no coração dos atleticanos. Afinal, ele teve altos e baixos desde que chegou ao clube, em 1997. Foram anos entre o time titular e o reserva (antes de Alberto, agora de Alessandro), mas sempre de participações importantes na equipe. Só em Atletibas ele marcou dez gols – o último no clássico deste ano, realizado no Joaquim Américo. Um gol que abriu o caminho da classificação para as semifinais da Copa Sul-Minas para o Atlético, e semeou a crise no Alto da Glória – naquele momento, os papéis eram opostos.

Na Libertadores não foi diferente. Na partida contra o Olmedo (também na Baixada), Luisinho marcou dois gols de falta, sua especialidade. “É realmente interessante. Eu entro em algumas partidas que são decisivas, e consigo sempre marcar um gol”, diz. Com a vitória construída pelo lateral, o Atlético tinha apenas que vencer o América de Cali para avançar à segunda etapa da competição, mas foi goleado e eliminado. “O que aconteceu daquela vez não pode se repetir, e tenho certeza que não vai. Vamos vencer o Goiás e o Flamengo vai fazer a parte dele também”, confia.

E para ele é mais uma chance de se firmar – o que aconteceu por pouco tempo, tanto que no início do ano passado ele foi emprestado para o Cruzeiro. Lá ele sofreu uma grave lesão de joelho e foi devolvido. A volta ao Atlético foi lenta, gradual e segura, mas ele não atuou como titular em muitas partidas – a última em que ele começou jogando foi na goleada sobre o Grêmio por 5 a 1 em pleno Estádio Olímpico. Por sinal, mais um jogo decisivo em que o Atlético precisou dele. “Quem sabe não consigo ajudar de novo nossa equipe?”, finaliza. (CT)

Lopes e Abel teriam sido procurados pelo Atlético?

Gisele Rech

A diretoria do Atlético Paranaense mantém a palavra de que o técnico Riva de Carli permanece no comando técnico do Rubro-negro para o Campeonato Brasileiro. No entanto, a especulação envolvendo o nome de dois ex-treinadores do clube circulam nos bastidores.

nome do técnico Abel Braga, recém desligado do Botafogo, foi o primeiro a surgir. Antes de sair em férias, deixou claro que estaria disposto a voltar à Baixada. “O Atlético é um clube com ótimo estrutura, que qualquer treinador gostaria de comandar”. No entanto, Abelão negou ter sido procurado pela diretoria rubro-negra.

Já Antônio Lopes, coordenador técnico da seleção brasileira, garantiu que foi sondado pelo Atlético. A esposa do treinador, Elsa Lopes, confirmou a informação. “Houve uma consulta”.

Indagado sobre as declarações de Lopes, o diretor de futebol atleticano Alberto Maculan, confirmou o assédio, mas em outra época. “Quando o acerto com Geninho começou a ficar complicado, houve uma conversa. Mas antes da Copa. Depois decidimos efetivar o Riva”.

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