Parece que o ditado "uma no cravo e outra na ferradura" aplica-se bem ao Atlético. Depois da boa exibição do jogo passado, contra o Paraná, era de se esperar que o time tentasse repetir aquela atuação que rendeu a vitória contra o rival local. Todavia, o rubro-negro não só jogou mal como também sofreu uma das maiores e mais humilhantes goleadas da competição: 5 a 0 para o Náutico, concorrente direto tanto nas aspirações para a Sul-Americana quanto para a fuga da zona de rebaixamento.
A crônica de uma morte anunciada não tardou a chegar. Com uma escalação um tanto quanto equivocada, o Atlético pedia para sofrer o primeiro gol e ele veio logo aos três minutos, quando Geraldo cruzou rasteiro e Rogério Correa e Danilo observaram Marcelinho entrar livre, leve e solto para balançar as redes de Viáfara.
Mesmo com o gol tomado logo cedo, o Atlético até que ensaiou uma pressão. Mas a falta de objetividade e, principalmente, a "enceradeira" de Claiton foram fundamentais para que o clube não conseguisse chegar ao empate. Pior, porque o Náutico retomou as redéas da partida e voltou a incomodar.
E se com 1 a 0 a coisa já estava ruim, com dois, ficou ainda pior. Após uma falta levantada na área, novamente Rogério Correa e Danilo observaram Acosta chegar de trás e fazer o segundo gol do Timbu. A partir daí, a casa caiu e pouco tempo depois o time pernambucano ampliou com Felipe, aproveitando um vacilo da – adivinha quem? – zaga paranaense e tocando na saída de Viáfara.
Como desgraça pouca é bobagem, no final do primeiro tempo, Ramon, na marca do pênalti, perdeu um gol incrível. Com 3 a 0 nas costas e perdendo gols, o fundo do poço estava ali, certo? Errado. Ainda havia o segundo tempo.
O poço ainda tinha fundo
No segundo tempo, o técnico Ney Franco tentou reverter a escalação errônea para o jogo e colocou Michel e Roberto nos lugares de Piauí e Rogério Correa. A "emenda saiu pior que o soneto", pois o time atleticano não engrenava. O Náutico, com o placar elástico, tratava de se poupar e buscava explorar os contra-ataques.
E exatamente por conta desse ritmo mais lento, a segunda etapa passaria praticamente incólume ao torcedor, se não fosse por duas jogadas. A primeira, aos 33 minutos, Felipe, em jogada parecida com a de seu gol na primeira etapa, saiu livre na cara de Viáfara e fez o quarto tento da equipe recifense. Mas ainda cabia mais. Aos 45 minutos, Djair aproveitou mais uma falha da defesa rubro-negra e fechou a noite de gala do Náutico e de terror do Atlético. E chega.