Atlético terá que desembolsar R$ 40 milhões na Arena

A Copa do Mundo vai sair mais cara para o Atlético do que se imaginava. Além de ter de comprometer seu patrimônio – o CT do Caju será mesmo colocado como reforço de garantia, junto com os títulos de potencial construtivo – para levantar R$ 123 milhões no Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), por intermédio da Agência de Fomento do Paraná, o Furacão terá ainda que desembolsar cerca de R$ 40 milhões para custear sua parte no pagamento das obras na Arena da Baixada.

Tratam-se de exigências extras feitas pelo BNDES, e que não estavam previstas, mas que ontem, durante a visita do ministro do Esporte Aldo Rebelo a Curitiba, ficaram melhor esclarecidas. Parte das explicações foram dadas pelo presidente do Atlético, Mário Celso Petraglia, justificando que o clube está precisando se adequar a um modelo diferenciado de empréstimo junto ao BNDES. “Nós não temos uma grande empreiteira responsável pelas obras. Então é necessário que seja criada uma modelagem somente para nós, para que os valores fiquem dentro dos orçamentos iniciais e das possibilidades do potencial construtivo”, disse.

Amanhã, uma comitiva de técnicos do BNDES estará em Curitiba para fazer uma avaliação do patrimônio do Atlético e verificar se juridicamente será possível encaixá-lo no modelo de empréstimo que o clube está pleiteando. Será essa visita que vai avalizar ou não a liberação de recursos para que as obras na Arena da Baixada possam começar efetivamente. Otimista, Petraglia acredita que em março o Furacão receberá a primeira parcela do dinheiro.

A readequação do estádio aos padrões Fifa vai custar R$ 187 milhões, já contabilizadas as isenções fiscais para obras da Copa, dos quais R$ 123 milhões virão via empréstimo junto ao BNDES. Isso corresponde a 65,5% do que o banco poderia emprestar. O BNDES empresta no máximo até 75% do valor total de um empreendimento. Segundo Petraglia, há tratativas para que se consiga expandir o valor do empréstimo. Se chegar ao teto, o empréstimo bateria na casa dos R$ 140 milhões, o que reduziria o valor que o clube ainda precisa investir por conta própria. “Estamos pleiteando, buscando o percentual máximo que é 75%. Isso obrigará os parceiros (governo estadual e Prefeitura de Curitiba) e o clube a uma participação de, em torno, R$ 15 milhões a mais de cada um”, explicou.

As exigências ainda obrigam o Atlético a comprometer, além do CT do Caju, 15 mil lugares na nova arena e a cessão do nome do estádio para empresas (naming rights) considerados “recebíveis futuros”. O clube só não vai aceitar negociar a Arena da Baixada em troca da liberação do empréstimo.

Essa cobranças feitas ao Atlético, além do que normalmente o banco faz, são consideradas uma estratégia de defesa do BNDES em caso de o orçamento da obra estourar e comprometer o pagamento do empréstimo à Agência de Fomento. Neste caso, o Furacão está entrando também na condição de devedor solidário junto ao BNDES. Sobre os cerca de R$ 40 milhões extras que terá de colocar na construção, o Atlético ainda não sabe como irá captá-lo. A preocupação emergencial do clube é liberar o empréstimo do BNDES. O restante, poderá sair do próprio caixa do clube ou da captação no mercado.

Grupos de WhatsApp da Tribuna
Receba Notícias no seu WhatsApp!
Receba as notícias do seu bairro e do seu time pelo WhatsApp.
Participe dos Grupos da Tribuna