Cléverson terá a segunda oportunidade de exercer dupla função, ora de lateral, ora de meia atacante, em Caxias do Sul. |
Clone de Ivo Wortmann? Por necessidade e/ou coincidência, o Atlético enfrenta o Juventude novamente com dois meias nas alas e se aproxima da filosofia do técnico gaúcho. Com quase um time de jogadores machucados e sem confiar muito nos "especialistas", Edinho Nazareth volta a usar Cléverson e Leandro pelos lados e rompe com a adaptação de laterais como alas, tática usada pelo ex-treinador do Coritiba em 2001. No restante do time, a única novidade do Rubro-Negro será o meia Fabrício, que retorna após se recuperar de lesão. A partida está programada para às 16h de amanhã, no Alfredo Jaconi.
Daqueles jogadores considerados titulares, não enfrentarão o Alviverde da Serra Gaúcha o zagueiro Marcão, o ala-direito Etto, o meia Fernandinho e os atacantes Aloísio e Dênis Marques. Além desses, o ala-direito Jancarlos e o atacante Jorge Henrique, que seriam opções, também estão machucados e nem viagam para Caxias do Sul. Como os alas André Rocha e Marín não estão agradando o treinador, a solução recaiu sobre Cléverson e Leandro. Exatamente como Wortmann fez com o Coritiba em 2001, usando Juliano e Fabino com relativo sucesso.
"Estamos com alguns jogadores no departamento médico e ainda não posso escalar a equipe que desejo, mas acredito muito nos jogadores que estão entrando e tenho certeza de que estão preparados", aponta Edinho, que refuta a afirmação de que estaria improvisando. Segundo ele, tanto Cléverson quanto Leandro terão liberdade para jogar pela meia. "Eles sabem da responsabilidade e da chance que terão de mostrar que podem ser titulares. Gosto de manter um grupo homogêno, que eu possa contar com os reservas no mesmo nível que os titulares e acho que temos um elenco forte", destaca.
O recado parece ter sido entendido por ambos. "Na verdade, não é bem a lateral. O professor conversou comigo, no primeiro jogo ele deixou jogar ali para ver como eu iria me situar, agora, pediu para pegar o lateral e, quando a gente estiver atacando, eu ser um meia, um terceiro homem de meio-de-campo", revela Cléverson.
Com uma semana para trabalhar, Edinho realizou os primeiros coletivos do Furacão sob sua gestão. De diferente do time que enfrentou e perdeu para a Ponte Preta somente a presença de Fabrício. Ele volta ao time após se recuperar de dores musculares. O zagueiro Marcão, que também poderia voltar, será poupado para a partida pela Copa Libertadores da América, dia 10, contra o Medellín, na Arena.
Balanço mostra um prejuízo de R$ 18 mil
O Atlético fechou o ano de 2004 com um déficit de R$ 18.139,00, mas mostra um crescente aumento de capital nos últimos anos. Este é um dos resultados do relatório anual de administração publicado ontem pela diretoria do Rubro-Negro. O resultado mostra uma melhoria nas finanças do clube, que fechou o ano anterior com prejuízo de R$ 480.732,00. De acordo com o balanço, os números não foram melhores devido ao aumento dos custos e a diminuição de receitas referentes à venda de direitos federativos de jogadores.
De acordo com o texto explicativo, destinado aos sócios, parceiros comerciais e torcedores, a elevação dos custos da atividade esportiva ficou em 11% e a redução na transação de atletas em 32,62%. Por isso, o prejuízo de pouco mais de R$ 18 mil. Em 2003, esse prejuízo foi de quase R$ 500 mil e, em 2002, o clube havia amargado um passivo de mais de R$ 4 milhões.
?O custo de manutenção do elenco de atletas profissionais apresentou uma elevação na ordem de 9,8% em relação ao ano anterior, face à elevação nas despesas de pessoal e de viagens para fazer frente a excelente campanha que o clube realizou no Campeonato Brasileiro de 2004?, explica a nota assinada pelo diretor superintendente Alberto Maculan e pela diretora financeira Cida Gonçalves.
Apesar dos números caminharem para o equilíbrio, o Atlético tem dívidas com a previdência social, de contas a serem pagas e de ações trabalhistas. Com o governo, o montante está em R$ 3.844.074,00. Para pagar fornecedores e empréstimos efetuados, o valor está em R$ 8.319.343,00 e as ações trabalhistas estão em R$ 9.688.583,00, mas este valor é passível de negociação e pode ser reduzido, bem como as dívidas anteriores estão parceladas e sendo pagas regularmente.
Segundo Maculan e Cida, o crescimento da economia brasileira deverá beneficiar o segmento do futebol e ajudar, consequentemente, o Atlético. O clube foi campeão paranaense, está disputando a Copa Libertadores da América e Campeonato Brasileiro e está investindo no CT do Caju, além de ter firmado uma parceria com a Kyocera para a Arena. ?O clube manterá a mesma política na formação do plantel profissional, mesclando com os atletas que se destacarem nas categorias de base, preparados com a metodologia e tecnologia utilizada pelo Atlético, objetivando conquistar as primeiras colocações nas competições que irá disputar em 2005?, finalizam os diretores.