Em 10.º lugar na tabela, o Atlético encara o Juventude, em Caxias do Sul, hoje, às 20h30, pensando em melhorar seu retrospecto fora da Arena. Na era Ney Franco, o aproveitamento é ruim. Apenas 20% dos pontos disputados. Na totalidade do Brasileirão, o índice sobe um pouquinho (26,6%), mas é muito baixo para uma equipe que quer brigar por uma vaga à Sul-Americana e ainda sonha com a Libertadores. Sem o apoio do torcedor, o Furacão venceu apenas três jogos (Figueirense, Palmeiras e Goiás), empatou outros três (Atlético-MG, Paraná e Grêmio) e perdeu nove. Essa performance é a quinta pior como visitante dentre todos os clubes da Série A.
Para reencontrar o caminho da vitória no território inimigo, o treinador tem como parâmetro a atuação diante do Goiás, quando o time portou-se bem, segurando a pressão do adversário e impondo-se nos contra-ataques. ?Precisamos entrar em campo atentos, concentrados e com disciplina tática. Contra o Goiás, os jogadores sabiam o que fazer, como neutralizar o adversário e atacá-lo. Com o Juventude, se repetirmos a mesma disposição, aumentamos a possibilidade de conseguir a vitória?, explicou Franco.
Dificuldade
Para o ala-esquerdo Michel, todo o jogo em Caxias do Sul é complicado, porém a receita para voltar da Serra Gaúcha com três pontos na bagagem está no posicionamento tático da equipe. ?Lá, temos que marcar forte. Não dando espaço e aproveitando os contra-ataques?, afirmou. O jogador destacou que, devido à situação de ambas as equipes na competição, o Atlético não pode perder pontos para o Juventude – sério candidato ao descenso.
A partida desta noite é considerada peça-chave para as pretensões rubro-negras no Brasileirão. Em caso de vitória, o time pode almejar uma vaga em competições internacionais. A expectativa de disputar uma Sul-Americana ou até mesmo a Libertadores, no próximo ano, se deve à evolução do Atlético nas últimas rodadas. Ney Franco lembrou que, quando assumiu, o Furacão estava a 16 pontos do 4.º colocado (time que obtém a última vaga à Libertadortes). Agora, essa diferença caiu para nove. ?Se ganharmos do Juventude, escapamos do rebaixamento e, dependendo dos resultados das outras equipes acima da gente, poderemos traçar novas metas no campeonato. Se essas equipes entrarem em declínio, precisamos fazer contas?, afirmou o comandante atleticano, enfatizando que o discurso ainda é evitar a queda para a Série B.
Campeonato Brasileiro
31.ª Rodada
Juventude (RS) x Atlético (PR)
Local: Estádio Alfredo Jaconi, em Caxias do Sul (RS)
Hora: 20h30
Juventude: Michel Alves; Barão, Wescley, Nunes e Alex Cazumba; Vanzini, Lauro, Fábio Baiano e Alex Alves; Tadeu e Bruno. Técnico: Beto Almeida.
Atlético: Viáfara, Rhodolfo, Antônio Carlos e Danilo; Jancarlos, Valencia, Netinho, Claiton e Michel; Dinei e Marcelo Ramos. Técnico: Ney Franco.
Árbitro: Paulo César Oliveira (FIFA-SP)
Assistentes: Maria Eliza Correia Barbosa (SP) e Alcides Zawaski Pazetto (SC)
Bola parada é um perigo
As estatísticas do Furacão atuando fora de casa são muito desfavoráveis. Sob o comando de Ney Franco, o time atuou cinco vezes no campo do adversário; levou gols em todos os jogos e pouco perturbou a defesa adversária. Viáfara foi buscar 14 bolas no fundo da rede e o ataque assinalou apenas quatro gols. Para piorar, os avantes rubro-negros passaram em branco em três oportunidades.
Em todo o Brasileirão, o time paranaense levou 44 gols – 30 deles em 15 partidas longe de Curitiba. A média de dois tentos por partida é alta e preocupante.
Além disso, pelo levantamento da comissão técnica, a maior parte dos gols feitos pelo Juventude, no Alfredo Jaconi, saiu através de jogadas de bola parada – problema para a zaga rubro-negra. Por isso, Ney Franco confidenciou que trabalhou bastante o posicionamento do sistema defensivo, baseado em informações do ataque adversário. Para ele, à medida que se tem uma seqüência de jogos, torna-se possível avaliar o que acontece de positivo e negativo na equipe e as falhas são corrigidas. ?Espero que contra o Juventude possamos ter a competência de defender bem, sem abrir mão do ataque?, finalizou.
A delegação atleticana realizou treino leve na manhã de ontem e, por volta das 11h, embarcou com destino a Caxias do Sul, onde chegou à tarde. O Furacão já viajou escalado e é praticamente o repeteco do time que venceu o Vasco, no último domingo. O desfalque é o atacante Ferreira, que será substituído por Dinei. O capitão Claiton vai jogar com uma máscara protetora devido à fratura no nariz.
Torcida marca presença
Cahuê Miranda
Fundamental para a recuperação do Atlético no Brasileirão, a torcida rubro-negra quer ajudar o time a vencer também longe de casa. Para isso, a galera quer levar um pouco do clima da Baixada para o Alfredo Jaconi, onde o Furacão enfrenta o Juventude, hoje à noite.
Desde o início da semana, os atleticanos estão se mobilizando para invadir Caixas do Sul.
A torcida Os Fanáticos lotou três ônibus. A caravana partiu hoje, às 6h30 da manhã, da sede da organizada, próximo à Arena da Baixada. A turma da Ultras também vai marcar presença, num comboio com vários carros dos integrantes da facção.
