Atlético tenta não depender de potencial construtivo

O Atlético está correndo contra o tempo para impedir que o entrave sobre o potencial construtivo atrase ainda mais a liberação do empréstimo de R$ 131 milhões que será feito junto ao Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e que pode gerar medidas que o clube não esperava tomar para dar sequência às obras na Arena da Baixada. Ofertar bens recebíveis seria uma das formas de atender ao pedido do BNDES, compensando a lentidão do repasse de recursos públicos para a reforma.

Recentemente, a CAP S/A, que gerencia a adequação do estádio às exigências da Fifa, sofreu duas derrotas. Na primeira, a Câmara Municipal de Curitiba não aprovou o aporte nos valores do potencial construtivo. Isso está atrapalhando a assinatura do contrato e a liberação da primeira parcela do empréstimo junto ao BNDES. Sem a aprovação da mudança na lei, o Atlético precisa encontrar uma maneira de dar mais garantias ao banco federal, para cobrir um rombo de R$ 30 milhões. Este foi o valor que o clube usou antecipadamente, dando como garantia parte do potencial construtivo ao qual teria direito, para tomar empréstimo junto ao Fundo de Desenvolvimento Econômico (FDE).

O entrave se agravou nesta semana, com a decisão da prefeitura de Curitiba de retirar o projeto de lei da Câmara Municipal. O reflexo disso já pode serpercebido na obra. Segundo um levantamento do Sindicato Nacional das Empresas de Arquitetura e Engenharia Consultiva (Sinaenco) apresentado ontem, a Baixada está entre os cinco estádios que não tiveram evolução nas obras em setembro. Com 45% da construção concluída, a Arena é o 9.º colocado no ranking dos que estão com o cronograma em dia, dentre as 12 praças que sediarão jogos da Copa do Mundo.

Diante do impasse em torno do tema potencial construtivo, que virou assunto delicado neste período eleitoral, o próprio governo municipal já reconhece que o Atlético terá de buscar alternativas se não quiser que as obras atrasem por conta da demora na aprovação da mudança da lei, que permitiria que as 246.134 cotas de potencial construtivo fossem negociadas a R$ 500 e saltassem de um valor de R$ 90 milhões para R$ 123 milhões. “A CAP S/A, com uma gestão extremamente responsável, está preparada para um percalço que pode levar de 30 a 40 dias, e está buscando outra alternativa no mercado”, explicou o secretario municipal especial da Copa do Mundo, Luiz de Carvalho.

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