Mesmo que não esteja lutando pelo título, o Atlético faz parte hoje, mais uma vez, da mística da partida decisiva do Campeonato Brasileiro. Às 16h, o Furacão enfrenta o São Paulo, no Morumbi, participando pela terceira vez de um jogo que pode definir o campeão nacional – em 2001, o Rubro-negro venceu o São Caetano e conquistou o campeonato, e em 2004 empatou com o Botafogo e perdeu o ?caneco? para o Santos. Desta vez, o máximo que poderá fazer é estragar a festa tricolor, que com uma vitória ganha o título com duas rodadas de antecedência. A semana atleticana foi atribulada. Primeiro, a expectativa do confronto com o Pachuca, pela Copa Sul-Americana – ao mesmo tempo em que a possível utilização de reservas contra o São Paulo gerava críticas. Depois, o inesperado tropeço com os mexicanos, uma derrota que obriga o Furacão a vencer o jogo de volta, à 0h de quinta (no horário de Brasília). Até briga na Arena aconteceu. Para fechar, as desastradas declarações de Aloísio, criticando a diretoria do seu ex-clube e dando novos contornos ao jogo desta tarde.
Hoje, por sinal, o Atlético joga pelo Internacional (que depende do resultado e de uma vitória sobre o Paraná para continuar sonhando) e por todos que não suportam o São Paulo. Mas, acima de tudo, joga por ele e pela recuperação da auto-estima do elenco, que sentiu as quatro derrotas consecutivas. ?Um bom resultado no Morumbi faz com que todos voltem a acreditar nas próprias capacidades?, resume o técnico Oswaldo Alvarez.
Vadão não confirmou oficialmente o time, mas apenas dois jogadores serão poupados – o zagueiro César e o lateral-direito Jancarlos. ?Todos estão motivados para esta partida e eu acredito que não teremos problemas?, avisa o treinador, que manifesta tranqüilidade mesmo com a correria da viagem (ver matéria) para o México.
São os titulares do Atlético que terão a responsabilidade de impor dificuldades ao São Paulo – e de colocar ?água no chope? dos paulistas -, que já estudam onde será a festa do título. ?Quando a gente entra em campo, não tem outro objetivo que não seja a vitória. E vai ser assim no Morumbi?, disse o zagueiro Gustavo. ?Vamos provar nossa qualidade e quem sabe iniciar uma seqüência positiva, já pensando na classificação para a final da Sul-Americana?, finaliza Vadão.
Atlético promete surpreender o São Paulo
Cahuê Miranda, de São Paulo
Foto: Walter Cuco Alves/Tribuna |
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Jogadores do Rubro-Negro na chegada ao hotel, ontem, na capital paulista. |
No que depender do Atlético, ainda não será hoje que o Brasil conhecerá seu novo campeão nacional. Às 16h, no Morumbi, o Furacão entra em campo disposto a estragar a festa do São Paulo, que já prepara a comemoração do título.
Mais do que impedir a conquista do rival, o Rubro-Negro busca garantir a classificação para a Sul-Americana do ano que vem e tenta colocar fim ao jejum de vitórias, que já dura quatro partidas. ?O São Paulo tem seu objetivo e nós temos o nosso. A festa do título é problema deles?, diz o técnico Vadão.
Os jogadores também se esforçam para não criar polêmicas, mas não escondem que estão ?mordidos? com o clima de ?já ganhou? que tomou conta dos são-paulinos. ?Isso demonstra confiança da parte deles, mas o São Paulo tem que saber que do nosso lado tem 11 homens que vão entrar em campo para hon-rar a camisa do Atlético. Não viemos para estragar a festa de ninguém, mas para fazer uma boa partida e conquistar os três pontos, que são importantes para nós?, afirma Gustavo.
O zagueiro é uma das novidades do Furacão esta tarde. Vadão ainda não confirmou, mas as entradas de Gustavo na zaga e Evanílson na lateral-direita devem ser as únicas mudanças em relação ao time que perdeu de 1 a 0 para o Pachuca, na quarta-feira, pela Sul-Americana.
Gustavo, que estreou no Brasileirão na derrota de 3 a 2 para o Grêmio, na última rodada, tem ainda mais uma motivação para o jogo de hoje. ?Estou com muita vontade de fazer uma boa partida, para apagar a estréia negativa que eu tive?, revela o zagueiro, reconhecendo as falhas na partida contra os gaúchos.
Porém, mais do que qualquer outro objetivo, o que os jogadores rubro-negros querem hoje é reencontrar o bom futebol, esquecido nas últimas partidas, e embarcar para o México embalados, para reverter a vantagem do Pachuca. ?Vamos entrar em campo com toda a força que temos, com muita pegada, marcação forte e os contra-ataques rápidos. Vamos mostrar para o São Paulo que não vai ser fácil como estão falando?, garante o artilheiro Marcos Aurélio.
Caso Dago: último ato ou mais uma sessão?
Cristian Toledo
Os rumores viraram verdade. Dagoberto não foi mesmo para São Paulo, não enfrentará o Tricolor paulista e não deve ir ao México para o jogo contra o Pachuca. A assessoria de imprensa do Atlético apenas informou, segundo o site furacao.com, que ?ainda não está confirmado se ele viaja ou não para o México. A direção quer definir toda essa situação com Dagoberto. Colocar um ponto final nessa história toda?. Pode ter sido o último ato de Dago no Rubro-Negro.
Esta notícia de última hora pode significar que o atacante foi negociado com o próprio São Paulo e por isso está fora do jogo. A proposta do Tricolor era Alex Dias, Edcarlos e Thiago mais R$ 6 milhões, por Dagoberto.
Depois de dois anos de disputa entre o atacante, seus representantes e a diretoria do Atlético, o clube ganhou na Justiça e teve seu contrato estendido por 250 dias. Após essa decisão, ele voltou a aparecer entre os convocados para as partidas, foi titular contra o Grêmio e entrou no 2.º tempo contra o Pachuca. Na sexta-feira, um possível afastamento foi ventilado, mas negado pelo técnico Oswaldo Alvarez.
A decisão surpreendente deixa dúvidas. A primeira delas é: qual o motivo que justificaria a nova barração de Dagoberto? Quando a assessoria do clube diz que ?a direção quer definir toda essa situação?, não se explicita que situação é essa. Pode ser uma possível negociação, uma crise de relacionamento com outros atletas, um novo atrito entre o atacante e dirigentes.
Um caso tão complicado, e que viveu sempre envolvido em brumas, só poderia ter ?um ponto final nessa história toda? recheado de mistério.
CAMPEONATO BRASILEIRO
2º Turno – 36ª Rodada
SÃO PAULO x ATLÉTICO
São Paulo
Rogério Ceni; Ilsinho, Fabão, Miranda e Júnior; Mineiro, Josué, Souza e Danilo; Leandro e Aloísio.
Técnico: Muricy Ramalho
Atlético
Cléber; Evanílson, Danilo, Gustavo e Michel; Erandir, Alan Bahia, Cristian e Ferreira; Dênis Marques e Marcos Aurélio.
Técnico: Oswaldo Alvarez
Súmula
Local: Morumbi (São Paulo-SP)
Horário: 16h
Árbitro: Alício Pena Júnior (FIFA-MG)
Assistentes: Marco Antônio Martins (FIFA-MG) e Márcio Eustáquio Santiago (MG)
Atlético sai do jogo e embarca pro México
Cristian Toledo
Foto: Walter Alves/Tribuna |
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Delegação rubro-negra que vai pra Pachuca terá 21 atletas. |
Não é fácil participar de vários torneios, de jogos sucessivos. Para ir a São Paulo, enfrentar o Tricolor e três dias depois jogar no México, a 2.400 metros de altitude, o Atlético preparou um esquema especial para sofrer o mínimo possível por conta das viagens e do desgaste físico. O ?projeto Pachuca? começa hoje, no hotel que serve de concentração para o Furacão na capital paulista.
Antes mesmo de jogar com o São Paulo, Vadão terá que decidir se vai ou não levar João Leonardo para o México.
O zagueiro continua sentindo dores e será reavaliado esta manhã. ?Se ele sentir, volta para Curitiba. Se agüentar, vamos levá-lo?, disse Vadão, preocupado pelo fato de só ter três zagueiros inscritos na Copa Sul-Americana além de João Leonardo, César e Danilo.
Depois, a delegação (que conta com 27 jogadores) vai ao Morumbi, Vadão escolhe os dezoito que vão para o jogo e o assunto é o confronto com o Tricolor paulista. Logo após o jogo, no vestiário 2 do Cícero Pompeu de Toledo, acontece a avaliação médica dos jogadores e só então a comissão técnica decidirá quem é que vai a Pachuca – serão 21 atletas no México.
Saindo do estádio, por volta das 19h15, a delegação rubro-negra cruza São Paulo a caminho do Aeroporto Governador Franco Montoro, em Guarulhos. A viagem para a Cidade do México está marcada para as 23h55, com chegada prevista para as 5h10 de segunda, pelo horário local. Do Aeroporto Internacional de Juarez, o grupo segue de ônibus a Pachuca, distante 96 km da capital mexicana.
