Atlético tem pela frente o motivado Flu e a torcida adversária

O jogo contra o Fluminense, na próxima quarta-feira, marca o início do principal desafio do Atlético em 2007. No Maracanã, o Rubro-Negro entra na reta final da Copa do Brasil, o caminho mais curto para voltar à Libertadores. A meta é prioritária na Baixada nesta temporada.

Faltam seis jogos no trajeto do Furacão rumo ao troféu, passaporte para o maior torneio da América. Se fracassar, o time ainda terá outra oportunidade. Mas numa campanha muito mais longa e difícil, de 38 jogos pelo Brasileirão.

Tradição, pressão, tabus e muita rivalidade. Sobram ingredientes para fazer do duelo com o Flu, pelas quartas-de-final, o mais árduo e emocionante momento desta saga.

De primeira

O tricolor carioca será o primeiro adversário da Série A do Brasileiro que o Furacão enfrenta no torneio. E também o mais gabaritado. Jogadores como o meia Carlos Alberto e o atacante Alex Dias prometem dar muito trabalho para a defesa atleticana.

?São atletas tarimbados, que têm muitos campeonatos no currículo. Quando chega essas horas, esses jogadores aparecem. Sabemos disso e temos que estar ligados os 90 minutos para não sermos surpreendidos?, alerta o volante Alan Bahia.

Vida nova

Depois de uma desastrosa campanha no Carioca, o alto astral voltou às Laranjeiras. O responsável é o técnico Renato Gaúcho, que retorna ao clube que o projetou como treinador e onde foi ídolo como atleta.

Renato foi recebido com festa e colocou pilha nova no elenco. Avisou que ninguém é titular e cobrou dedicação máxima de todos por um lugar no time.

?A chegada do Renato dá motivação. Ele conhece os jogadores, já jogou no clube. Acho que é um ponto motivacional grande?, avalia o técnico rubro-negro, Vadão.

Pijama

Contra o Coxim, na primeira fase, nada de problemas.

A vitória por 5 a 2 em Campo Grande (MS) garantiu vaga sem o jogo de volta. Mas contra Vitória (1 a 4) e Atlético-GO (1 a 3), o Furacão quase pôs tudo a perder na primeira partida. Nas duas vezes, precisou de toda a força da torcida, na Baixada, para reverter as derrotas e continuar na disputa.

Agora, o time garante que a lição foi aprendida e promete fazer uma grande atuação no Maraca. ?Não pode vacilar.

O Atlético vacilou duas vezes e conseguiu se recuperar.

É possível buscar, mas o sistema eliminatório tem isso. Às vezes você joga mal uma partida e fica fora?, avisa Vadão.

Pressão total

Tanto no Maracanã quanto na Baixada, as torcidas travarão um desafio à parte. Na sexta-feira, o Flu começou a vender os ingressos para o jogo de quarta-feira, com preços a partir de R$ 5. Estudantes têm 50% de desconto e menores de 12 anos entram de graça. A expectativa é que a galera tricolor compareça em peso e jogue junto com o time. ?Foi a torcida que pediu a volta do Renato. Pode ser muito parecido com o que aconteceu aqui, contra o Vitória (3 a 0 Atlético). Estou sentindo que vamos encontrar mais ou menos esse clima lá?, acredita o treinador rubro-negro.

Agora vai

As quartas-de-final é o mais longe que o Atlético já chegou na Copa do Brasil. Em quatro oportunidades, contra Palmeiras (1992), Botafogo (1999) e Corinthians (1997 e 2001), o Furacão parou nesta fase.

Desta vez, a equipe diz que a história será outra. ?Com certeza vai ser diferente. Vamos entrar com um intuito só, que é trazer a vitória de lá. Depois, é decidir a vaga em casa, com todo o apoio da torcida?, promete Alan Bahia.

?Não existe time fraco?

Se passar pelo Fluminense, o Atlético estará pela primeira vez entre os quatro melhores da Copa do Brasil. Mas ainda terá que suar muito para chegar ao título. A história do torneio mostra que é impossível traçar prognósticos.

Cruzeiro, Corinthians, Palmeiras, Vasco… Muitos dos que entraram na disputa como favoritos ficaram pelo caminho. ?Facilita um pouco, porque time grande, quando chega às decisões, acaba crescendo ainda mais. Mas não podemos achar que vai ser fácil. Não existe time fraco?, diz o meia Evandro.

As equipes que podem cruzar o caminho do Furacão nas semifinais são ótimos exemplos de que, no mata-mata, tudo pode acontecer.

Copeiros

Brasiliense (DF) e Ipatinga (MG) não estão na primeira divisão. Nunca são apontados como candidatos ao troféu. Mas ambos já fizeram bonito na copa.

Em 2002, o time de Brasília só foi parado na final, pelo Corinthians.

O Ipatinga pode repetir o feito de 2006, quando chegou às semifinais, mas erdeu para o Flamengo, que ficaria com o título.

Meta do Rubro-Negro é chegar a 20 mil sócios

Algumas das vantagens que os sócios dos clubes da Europa têm já não são mais um sonho para a torcida do Atlético.

O time da Baixada ainda está longe de algo semelhante ao que oferecem os gigantes do Velho Continente, como o Barcelona. Mas deu este ano o primeiro passo para, quem sabe, um dia chegar lá.

Em janeiro, com o lançamento da campanha Sócio Furacão, o Rubro-Negro abriu seu quadro associativo, antes restrito aos proprietários de camarotes e cadeiras no setor Getúlio Vargas superior. E quer fazer disso uma de suas principais fontes de receita.

Pagando R$ 60 por mês, o torcedor pode assistir a todos os jogos do Atlético na Arena da Baixada, no setor gols. Para ver as partidas nas retas superior ou inferior, o preço é de R$ 80. Aderindo ao plano, o atleticano torna-se sócio e ganha o direito de votar nas eleições do clube.

Os preços compensam ao levar-se em conta o valor do ingresso avulso, que é de R$ 30 nos gols e R$ 40 nas retas. Durante a temporada, o clube disputa até quatro partidas por mês em casa.

Assim, o Furacão abandonou o sistema de pacotes de ingressos para a temporada. ?É diferente. Antes, o torcedor comprava um pacote de entradas fechado. Agora, ele recebe todos os ingressos enquanto seguir contribuindo?, explica o diretor de marketing Mauro Holzmann.

Além disso, o sócio ganha também uma série de vantagens. Recebe os ingressos em casa e tem um lugar marcado com seu nome na Arena. Também tem prioridade na compra de ingressos para partidas fora de casa e participa de diversas promoções.

Sorteio de ingressos para shows e produtos oficiais do clube, e passeios pelos bastidores da Baixada em dias de jogos são algumas das idéias para angariar sócios já colocadas em prática. Nos jogos da Copa do Brasil, o Atlético está dando aos associados mais uma entrada de cortesia, além da que já tinham direito.

Para se aderir ao plano de sócios, o torcedor atleticano deve comparecer a um dos espaços Sócio Furacão, na Arena ou no Portal Plaza Shopping, no Boqueirão, com CPF, RG e comprovante de endereço.

A primeira mensalidade deve ser paga na hora. Quem quitar à vista 12 parcelas, ganha 12% de desconto.

Até agora, cerca de 3 mil pessoas atenderam ao chamado do Furacão, número considerado baixo pela diretoria rubro-negra.

O Atlético já planeja ampliar as modalidades de associação. O presidente Mário Celso Petraglia já revelou o desejo de implantar planos para torcedores mais carentes e residentes fora de Curitiba. ?Temos um plano de inclusão social?, afirmou Petraglia em fevereiro. Mas por enquanto, isso não passa de um projeto.

A meta do Furacão é atingir a marca de 20 mil sócios.

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