A lenda diz que em meados dos anos 70, o técnico Rubens Minelli adotou o “teste da corda” para os seus comandados do Internacional. O treinador colocava uma corda à altura de 1,80 m e quem passasse por baixo, não tinha lugar no time, independente de posição. O ponta-esquerda Genau, do Colorado, teria quebrado a regra, como primeiro “baixinho” a ser contratado.
A história não é confirmada pelo experiente treinador, mas tem semelhança com a teoria adotada pelo técnico Mário Sérgio no Atlético esta semana. Para a partida contra o Criciúma, no domingo, o treinador tende a montar um esquema tático curioso, com quatro zagueiros. A justificativa é tornar o time mais forte defensivamente, especialmente nas bolas aéreas. No último jogo, os alas foram Luciano Santos e Ivan, ambos com 1,75. Para a partida contra o Tigre, a média de altura da equipe será de 1,80, em função da entrada dos beques Daniel e Tiago nas laterais. A média do Coritiba é de 1,77 e do Paraná de 1,75. Com essa formação, o menor defensor rubro-negro passa a ser o zagueiro Igor, que tem 1,81 m. Rogério Correia tem 1,86, Daniel tem 1,84 e Tiago 1,86. “A bola alta está muito ruim, principalmente defensivamente”, justifica o técnico Mário Sérgio. A precaução tem a ver, inclusive, com a qualidade catarinense nas jogadas de bola parada.
Para o preparador físico Flávio Oliveira, em determinadas situações a altura de fato interfere, nos lances aéreos, de modo específico. “No entanto, os jogadores que não têm essa característica, costumam ter caracterísitcas diferenciadas, como agilidade e velocidade. Eles também se movimentam procurando uma compensação na busca de um melhor posicionamento”, completa Oliveira.
Baixinhos
Nem sempre tamanho é documento. Alguns jogadores de baixa estatura já fizeram história no futebol mundial. Romário é o maior exemplo – inclusive recebeu a alcunha de Baixinho. Apesar de ter apenas 1,68 m, o jogador, devido à sua impulsão e bom posicionamento, foi o maior artilheiro do Brasil por alguns anos. Outro baixinho famoso é o lateral-esquerdo Roberto Carlos, que compensa a baixa estatura com precisão nos cruzamentos e força física incomum: seu chute é o mais veloz do futebol mundial.
No futebol paranaense, Pachequinho talvez tenha sido o baixinho mais conhecido, nos últimos anos. Seus gols fizeram com que vestisse a camisa do trio-de-ferro no anos 90. Rodrigo Batatinha, do Malutrom, não teve a mesma sorte. Apesar de ser um jogador extremamente habilidoso, o jogador já foi vetado em alguns grandes clubes devido ao seu pequeno porte físico.