A partir de hoje, o Atlético terá um mês para concluir a instalação do teto retrátil da Arena da Baixada. Porém, as obras ainda não foram iniciadas. Somente ontem, as primeiras peças da cobertura do Joaquim Américo, que foram importadas da Espanha, começaram a chegar no estádio atleticano e a expectativa é de que a instalação seja iniciada ainda nesta semana.
De acordo com as informações passadas pelo Atlético à Prefeitura de Curitiba e à Secretaria Municipal de Trânsito (Setran), em reunião realizada no início deste mês, a estrutura para a instalação do teto retrátil está praticamente pronta e foi construída ao mesmo tempo da reforma e ampliação da Arena da Baixada, que recebeu quatro jogos da Copa do Mundo, em junho.
O próximo passo, e mais complicado, para a colocação da tampa do caldeirão rubro-negro é o que deve ser iniciado nos próximos dias. Duas estruturas pesando 70 toneladas cada terão que ser içadas por guindastes até a cobertura da Arena da Baixada e, por isso, a Rua Buenos Aires, entre a Avenida Getúlio Vargas e Rua Engenheiros Rebouças ficará bloqueada até o dia 20 de setembro. Depois, as peças do teto, que chegarão até o final de agosto, segundo informações passadas pela diretoria do Atlético ao poder municipal, serão encaixadas na estrutura que estará montada e o Joaquim Américo, enfim, passará a ser o primeiro estádio do Brasil com cobertura.
Enrosco financeiro
Com uma dívida de mais de R$ 10 milhões em títulos protestados por empresas que prestaram serviços na reforma e ampliação da Arena da Baixada e com todos os recursos dos empréstimos tomados junto à Fomento Paraná já em caixa, a CAP S/A segue sem dar perspectiva de pagamento para as empresas e empreiteiras.
André Camargo, proprietário da AA Camargo, que prestou serviços elétricos na Arena da Baixada, ainda não conseguiu pagar os funcionários que trabalharam na reforma da Arena da Baixada e contou que está sofrendo uma pressão diária dos colaboradores que não receberam o restante dos salários e também os valores devidos das rescisões.
“A situação está bem complicada. A CAP S/A não dá posição nenhuma, parece que não estão nem aí, pois não é o deles que está na reta. Estamos vivendo sob pressão diária dos funcionários. O Robson e o Taffarel, que são os responsáveis pelo setor financeiro do Atlético, até semana passada me passaram que estavam analisando para realizar o pagamento, mas agora vieram com outra história. É desculpa em cima de desculpa para continuar enrolando essa situação, que está a cada dia mais complicada”, lamentou Camargo.
O empresário ressaltou que está tentando um empréstimo bancário para pagar pelo menos uma parte dos funcionários a fim de amenizar, pelo menos um pouco, a situação financeira da sua empresa. “Estou tentando um empréstimo no banco para ir pagando aos poucos os funcionários, de forma parcelada. Mas os juros são muito altos. Se eu emprestar R$ 50 mil, vou ter que pagar R$ 80 mil. Se eu tivesse já teria pago todo mundo, mas não consegui. São pessoas humildes, pais de família, que precisam receber. Eles ralaram e batalharam na reforma do estádio e precisam receber”, emendou Camargo.
Ainda segundo o empresário, a sua empresa, por causa de todo este imbróglio financeiro com a CAP S/A, está com dificuldades para fechar novos serviços. “Eu não consegui, por exemplo, fechar um serviço grande no Aeroporto Afonso Pena, tudo por conta de toda essa situação. O nome da minha empresa ficou queimado. É prejuízo em cima de prejuízo”, concluiu.