Era o jogo para espantar o fantasma do rebaixamento, mas o fantasma quase aprontou para cima do Furacão. O frio que caiu sobre a cidade acabou prejudicando o time da Baixada, que demorou a aquecer e entrar no jogo. Deixou o Paysandu dar as cartas, errou passes e chutes em demasia e só irritava a minúscula torcida presente ao Joaquim Américo. Com apenas oito minutos de jogo, as vaias já eram onipresente em todo o estádio.
Com um ataque veloz e esperto, o time do Pará teve duas grandes oportunidades de abrir o placar. A casa não caiu porque Balão perdeu sozinho uma vez e Flávio salvou com os pés outra bola. Sem técnica, sem armação, o jeito foi apelar para a raça, a força e a disposição. E põe força nisso. Numa cobrança do meio da rua, o zagueiro Douglas Silva deu uma sapatada e empurrou a bola (com goleiro e tudo) para dentro do gol. A vantagem no placar tirou o peso de cima das costas e deixou o time mais leve.
O segundo gol era questão de tempo e saiu de uma grande jogada de Cocito, que lançou Alessandro na ponta esquerda. O lateral passou para Alex Mineiro que apenas ajeitou para Adriano acertar o canto do goleiro Marcão. Nova vibração na Arena, que agora, passou a aplaudir o campeão brasileiro. “Temos que ter bastante atenção e fazer os gols que a gente precisa”, alertou Adriano, escaldado pelo resultado da partidacontra o Galo.
Ele estava certo, mas o time fez justamente o contrário. Ao invés de ir para a frente e sacramentar o resultado, ficou atrás esperando o adversário. O técnico Hélio dos Anjos soube explorar isso e pôs o time à frente. Não deu outra. Os paraenses partiram para o tudo ou nada e o Rubro-Negro aceitou a pressão. Se não fosse a pontaria e as boas defesas do goleiro Flávio, a cena de domingo se repetiria. Mas, de tanto pressionar e de tanto errar, o Paysandu acabou chegando. Após bom chute de Sandro, o goleiro Flávio espalmou para a frente, nos pés de Wandick, que só tocou para o fundo da meta.
A pressão não parou por aí. O time do norte continuou indo para a frente e desperdiçando boas oportunidades. Para ajudar, o técnico Abel tirou o atacante Alex Mineiro para colocar o meia Rodrigo, que voltou a jogar mal. A torcida não perdoou o treinador e o chamou de “burro”. Na seqüência, Adriano foi expulso e quase pôs tudo a perder. A pressão dos paraenses foi forte, mas o goleiro Flávio garantiu a vitória.