Sem medo das conseqüências, o Atlético vai para cima do São Paulo hoje, às 18h10, no Morumbi. Mesmo enfrentando o líder do Brasileirão, jogadores e técnico garantem que o Rubro-Negro vai para o jogo de ?peito aberto?, em busca da segunda vitória consecutiva.
O técnico Antônio Lopes reconhece a qualidade do tricolor, mas diz que o Furacão não pode abrir mão de atacar, custe o que custar. ?Jogando em seu reduto, o São Paulo se torna quase imbatível. Para o Atlético, nada melhor que jogar para frente e tentar ganhar o jogo. Se perder, tudo bem. A gente tem que arriscar mesmo?, diz o Delegado.
Outras atuações longe de casa deixam o técnico confiante para, ao menos no discurso, mandar o Furacão para o ataque. ?O Atlético sempre procura arriscar jogando fora. Contra o Sport, apesar da derrota (3 a 2), marcamos dois gols. Contra o Palmeiras também, e conseguimos a vitória (2 a 0)?, recorda.
Repeteco
O time que vai encarar o desafio é o mesmo que venceu o Flamengo por 2 a 0, na última quarta-feira, na Baixada. ?A tendência é essa, a menos que alguém vá dormir e amanheça contundido?, revela Lopes.
Além de reforçar o conjunto, a idéia do treinador é dar ritmo de jogo a alguns jogadores que não vinham sendo aproveitados. ?Desde quando eu cheguei, o objetivo é ter uma seqüência de jogos. Até agora não consegui, por causa de várias contusões. Surgiu a oportunidade contra o Flamengo e consegui fazer um bom jogo. Mas foi apenas o primeiro?, diz o meia Netinho.
Quem também vai ganhar mais uma oportunidade é André Rocha. Mesmo com a recuperação de Nei, Lopes optou por manter o volante improvisado na lateral-direita. ?Eu quero jogar, não importa a posição. Tanto de lateral quanto de volante, vou procurar dar o máximo?, garante André.
Clássico
A rivalidade com o São Paulo também motiva os atleticanos. ?Depois que eles não vieram jogar aqui na Arena, na final da Libertadores (em 2005), a torcida e mesmo nós jogadores ficamos chateados. Fica aquela mágoa, aquela vontade de sempre jogar bem contra o São Paulo. Temos que ir para cima deles?, afirma André Rocha.
Desbancar o rival do topo da tabela, e quebrar o tabu de 24 anos sem vitória no Morumbi, também é o objetivo dos rubro-negros. ?Isso é mais um motivo para a gente barrá-los. Eles estão na liderança, sabemos que será complicado, mas vamos entrar para fazer nosso papel e parar o São Paulo?, avisa o curinga atleticano.
Maratona longe da Arena
O Atlético inicia hoje um período delicado do Brasileirão. Nas próximas sete rodadas, o Furacão faz cinco jogos longe de casa. Além do São Paulo, o time enfrenta Internacional, Santos, Goiás e Fluminense longe da Baixada. Em seu estádio, pega Figueirense e Atlético-MG.
A seqüência é mais um desafio para os jogadores rubro-negros, já que um mau desempenho pode significar o ingresso na zona de rebaixamento. ?Chegou o momento que a gente não pode desperdiçar pontos, mesmo fora de casa. É mais uma grande prova para o Atlético. Vamos mostrar que podemos sair dessa situação difícil?, diz o meia Netinho.
O técnico Antônio Lopes diz que não esquenta a cabeça com tantos jogos em terreno inimigo. ?Não tem preocupação. A gente vai ter que jogar fora mesmo, então tanto faz adiantar agora. A dificuldade, em casa ou fora, é sempre a mesma?, avalia.
Para não dar vexame, o time terá que deixar de lado a inconstância. Até agora, o Atlético não conseguiu dar confiança à torcida. ?Isso já começou a mudar no jogo contra o Flamengo. Agora, nada melhor que um resultado positivo contra o São Paulo, para dar moral à equipe?, conclui Netinho.
Paranaense é o Real Brasil, e não o Atlético
A informação de que o Atlético estaria em negociação com o clube mexicano Puebla FC para adquirir o controle acionário da instituição foi desmentida ontem pelo presidente do Conselho Deliberativo, João Augusto Fleury da Rocha. De acordo com o cartola, o Atlético não tem interesse em firmar parcerias ou comprar ações de times do futebol mexicano, conforme foi divulgado por emissoras de rádio. A assessoria do Furacão informou que ?qualquer notícia seria veiculada no site do clube?.
A declaração do presidente atleticano contraria também os diversos sites de notícias do México, como o El Mercurio; El Financiero; mediotempo.com; milenio.com e notiver.com.mx. Os sites relatam desde uma simples parceria que envolveria a troca de jogadores – nos mesmos moldes que o Atlético possui com o norte americanos Dallas – até a possível compra de ações do Puebla, pela quantia de US$ 12 milhões (R$ 24 milhões).
Diante da informação da imprensa mexicana e da negativa do Atlético, a Tribuna procurou saber qual clube estaria envolvido na negociação. Aurélio Almeida, presidente do Real Brasil, que disputa a Copa Paraná, assumiu a responsabilidade pela transação com o Puebla. Segundo ele, serão investidos US$ 11,5 milhões na compra de 90% das ações do Puebla, mas a negociação só seria concretizada numa reunião no dia 27 envolvendo os proprietários de clubes da 1.ª Divisão do futebol mexicano. Esse crivo se faz necessário pois será a 1.ª vez na história do futebol daquele país que uma instituição estrangeira gerenciaria um clube mexicano. Essa ação faria parte da política recém-adotada pela Federação Mexicana de Futebol para a abertura a investimentos estrangeiros.
Puebla seria vitrine brasileira
Conforme Aurélio Almeida, a divulgação do nome do Atlético foi uma confusão da imprensa mexicana, que associou o nome ?Paranaense? ao Furacão. ?Na verdade o time paranaense citado é o Real Brasil?, confirmou.
De acordo com ele, com a concretização do negócio, será possível levar do Brasil para o México cinco jogadores para ficar na vitrine daquele país. E a partir da futura transação desses atletas é que o Real Brasil ganharia dinheiro. Questionado sobre o valor de US$ 11,5 milhões ser baixo para a compra de um clube, Aurélio explicou que não envolve a parte estrutural. ?Adquirimos o que seria o ?direito federativo? do clube. Lá o estádio pertence ao Estado (Puebla). É ele quem dá as condições, pois cada Estado só pode ter um representante na competição?, afirmou. A negociação estaria sendo feita diretamente com Francisco Bernal, que é o sócio majoritário do clube mexicano, conforme o presidente do Real Brasil.
Antes de ser dono de clube, Almeida foi jogador de futebol e empresário de atletas, quando intermediou muitas transações de brasileiros para o México. Atualmente é dono do Real Brasil, cuja sede é em Foz do Iguaçu, e disputa a Copa Paraná, na qual está em último lugar.
Antes do Real, criado em 2005, Almeida foi proprietário do Prudentópolis, Império Toledo e Grêmio Maringá. Esse último clube, o empresário ainda detém a marca, mas o Grêmio está envolvido em várias dívidas, as quais Almeida atribuiu aos dirigentes anteriores.
Quanto ao gerenciamento do Puebla, ele seria feito por um dos sócios mexicanos.
BRASILEIRO 2007
19.ª rodada
SÃO PAULO x ATLÉTICO-PR
São Paulo
Rogério Ceni; Alex Silva, Breno e Miranda; Souza, Josué, Richarlyson, Leandro e Jorge Wagner; Dagoberto e Borges.
Técnico: Muricy Ramalho.
Atlético
Guilherme; André Rocha, Danilo, Rhodolfo e Edno; Roberto, Valência, Netinho e Ferreira; Dinei e Marcelo.
Técnico: Antônio Lopes.
Súmula
Local: Morumbi (São Paulo-SP)
Horário: 18h10
Árbitro: Washington José Alves de Souza (AM)
Assistentes: Gilbert Ferreira Costa (AM) e Luis Cláudio Rodrigues da Costa (AM)
