Valquir Aureliano |
Alan Bahia deve ser o substituto de Valencia no meio-de-campo. O colombiano cumpre suspensão. |
O Atlético viaja embalado para São Paulo devido aos bons resultados obtidos nesta reta final de campeonato. O time está há seis jogos consecutivos acumulando pontos e vive sua melhor seqüência no Brasileirão. Atualmente ocupa o 9.º lugar na tabela. porém, se contabilizados apenas os resultados do returno, é a quarta melhor equipe, atrás apenas do campeão São Paulo, Santos e Flamengo – times que brigam por vaga à Libertadores. Mas para encarar o desesperado Corinthians, amanhã, no Pacaembu, o Furacão está desfalcado de duas importantes peças no setor defensivo: o volante Valencia, que recebeu o terceiro cartão amarelo e cumpre suspensão automática, e o zagueiro Antônio Carlos, entregue ao departamento médico devido a uma contusão na coxa esquerda. Os prováveis substitutos são Alan Bahia e Rogério Correa.
Diante das ausências, Ney Franco ainda não definiu o ?onze titular? e tem dúvidas quanto ao esquema tático. A incerteza quanto ao uso do 3-5-2 ou 4-4-2 recai devido à última apresentação do grupo com Alan Bahia e Rogério no time, no qual o Atlético foi goleado pelo Náutico (5 a 0). ?No 4-4-2 montei o meio-campo com Claiton, Alan Bahia, Evandro e Netinho. Mas amanhã (hoje) faço um treino tático e defino a equipe que entra jogando. Contra o Corinthians podemos ter uma mudança em termos de posicionamento e de esquema tático?, afirmou.
O bom desempenho nas últimas rodadas eleva a confiança do grupo, que tem todas as possibilidades de aprontar em São Paulo e conquistar a vitória. Uma das vantagens para o time paranaense recai exatamente no posicionamento do Corinthians na tabela, que hoje estaria rebaixado para a segunda divisão. Sobre a equipe paulista, Ney Franco destacou a altura da zaga adversária, o ala esquerda (Gustavo Nery) e o ataque, que tem marcado nas últimas partidas. ?O Nelsinho tá conseguindo rearmar a equipe. Fez um bom jogo contra o Flamengo. O Corinthians vai jogar com sua torcida e será um jogo difícil?, relatou.
Para o comandante rubro-negro, o segredo para conseguir um bom resultado contra o Timão é repetir a atuação feita contra o Cruzeiro e jogar ?com muita concentração e determinação?.
Libertadores volta ao cardápio
Com os resultados da última rodada, o Atlético volta a ter esperanças de conquistar uma vaga à Libertadores. A equipe está seis pontos dos times que transitam pela zona de classificação e para conseguir tal façanha tem que vencer os quatro jogos que restam no Brasileirão. Parece uma missão impossível, mas não para a comissão técnica e elenco rubro-negro. De acordo com Ney Franco, o time está lutando por posicionamento na Sul-Americana mas, se conseguir as vitórias, a Libertadores pode ser um grande presente de final de ano para a torcida atleticana. ?É um objetivo difícil. Mas vamos passo a passo e, quem sabe, seremos surpreendidos positivamente com uma classificação à Libertadores? disse o comandante atleticano.
O ala-esquerdo Michel concorda com o técnico e disse que nesta reta final os atletas vão continuar jogando sério e buscando os objetivos importantes para o clube. ?Quanto mais perto terminarmos dos primeiros colocados, melhor para o Atlético e para os jogadores. Vamos buscar a confirmação na Sul-Americana para depois a Libertadores?, finalizou.
Confusão após o jogo na Baixada pode prejudicar o Atlético
Cahuê Miranda
Valquir Aureliano |
Eduardo Costa, momentos antes do sururu nos vestiários. |
O Atlético pode acabar prejudicado pela pancadaria armada pelo Grêmio na Arena, na última quarta-feira. A procuradoria do Superior Tribunal de Justiça Desportiva denunciará o Furacão pela briga na sala de imprensa do estádio, após a vitória rubro-negra por 2 a 0. O time da Baixada pode ser punido com a perda de 10 mandos de campo e uma multa de R$ 200 mil. A denúncia será feita na segunda-feira.
A confusão começou após o apito final do árbitro Wagner Tardelli. Os gremistas perderam a cabeça com a vitória atleticana e com os gritos de ?olé? da torcida e partiram para a violência. Dentro de campo, a situação foi contornada e parecia que tudo terminaria bem, porém, no acesso aos vestiários, o meia Eduardo Costa, que estava escondido atrás de uma pilastra, acertou uma voadora no atleticano Claiton, dando início à briga. Apesar de o quebra-pau ter começado pelo descontrole emocional dos gaúchos, a procuradoria do STJD decidiu enquadrar o Atlético no artigo 213 do Código Brasileiro de Justiça Desportiva, por ?deixar de tomar providências capazes de prevenir e reprimir desordens em sua praça de desporto?. Eduardo Costa será denunciado no artigo 253, por agressão física, e pode pegar um gancho de até 540 dias.
Tiroteio – A troca de acusações entre Grêmio e Atlético continuou ontem, nos sites oficiais dos clubes. Os gremistas acusam os cartolas rubro-negros de ?incentivar a violência e o clima de hostilidade dispensado ao Grêmio na cidade de Curitiba?. Os gaúchos dizem que os presidentes do Furacão, Mário Celso Petraglia e João Augusto Fleury, criaram o ambiente tenso por rotularem o Grêmio de violento após o confronto do 1.º turno, quando Alex Mineiro e Evandro deixaram o Olímpico lesionados.
A nota gremista deixou os cartolas atleticanos revoltados. ?Durante toda a semana, quem premeditou confusão foi o Grêmio, através de seus dirigentes. Pediram observador da CBF, falaram aos quatro ventos em toda a imprensa que esperavam ser hostilizados pelo Atlético. Nada disso aconteceu. O CAP sempre deixou claro, através de seus dirigentes, comissão técnica e jogadores, que o que importava era a vitória, somar três pontos, mas jogando limpo, de maneira leal, pois acima de tudo há profissionais envolvidos, há famílias, há seres humanos que fazem parte do espetáculo?, rebateu o site do Furacão.
Gaúchos atrás de encrenca
Quem acompanhou o jogo na Baixada pôde perceber que o Grêmio veio mesmo a Curitiba atrás de confusão. Durante a partida, os reservas gaúchos fizeram questão de fazer o aquecimento bem em frente à torcida organizada rubro-negra, mesmo orientados a se deslocarem até a reta oposta, onde há mais espaço e não existe arquibancada. Diante dos fanáticos atleticanos, os suplentes do tricolor trocavam gestos ofensivos com os torcedores, enquanto uma câmera filmava tudo, tentando flagrar algum objeto que fosse arremessado contra os gremistas. Trabalho inútil, pois nada foi atirado pelos rubro-negros. Já na saída do gramado, depois do jogo, os gaúchos continuaram com as provocações.
Aeroporto
A briga entre Mário Celso Petraglia e a delegação gremista no Aeroporto Afonso Pena, na manhã de 5.ª feira, também é motivo de discórdia entre os clubes. O Grêmio insiste na tese de que Petraglia foi ao aeroporto apenas para ofender os gaúchos. ?Ou alguém acredita na coincidência de ele estar no aeroporto cercado de seguranças para pegar um avião exatamente junto com a delegação gremista??, questiona o site tricolor.
O Atlético contesta. ?Petraglia sozinho, aguardava para embarcar para São Paulo, quando foi agredido por dirigentes gremistas. Afinal de contas, pelo menos por aqui, não somos acostumados a andar com ?gorilas? ao lado, já que o povo é mais civilizado. Por isso, Petraglia não tinha a companhia de segurança algum como dizem os gremistas. Mais uma vez, covardemente ofenderam e agrediram Petraglia e tentam se fazer de vítimas?, retruca a diretoria rubro-negra em nota oficial. Segundo os policiais que atenderam a ocorrência, Petraglia estava acompanhado apenas do empresário Frank Romanoski, que entrou na briga para defender o presidente atleticano. O episódio também está na mira do STJD. ?O CBJD abrange qualquer fato ligado ao desporto, não apenas em dia de jogos ou dentro dos estádios?, avisa Paulo Schmitt.